Capítulo 7

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                                                                                        Marco

O dia amanhecia diante da  grande janela de vidro a minha  frente, os  saltos das enfermeiras e os bips de chamadas dos médicos estavam deixando meu coração acelerado. Eu estava pensando no último mês desde que Jenn havia me  pedido um tempo....Quando cheguei em  casa estava devastado, podia jurar que  daria tudo certo e ao final do fim de semana eu e ela  seríamos oficialmente namorados... o que eu menos queria desde que comecei tudo aquilo era uma  relação séria, mas desde que agente começou a se ver meu dia  parecia que  fazia sentido, e eu não me sentia só uma máquina de trabalho, ansiava pelo momento em que agente ia se encontrar e de repente não era mas sexo, eu a queria  pra min, já não me importava com as investidas de outras mulheres nos lugares que eu ia mas me importava intensamente com os olhares direcionados a ela quando nós saíamos, pela  primeira vez em anos eu  não queria uma coisa de um dia, e... e quando eu estava com Jenn não era assombrado por nenhuma lembrança dela...Durante  todo esse tempo  eu me considerava em um coma, dormindo sempre pra o amor e vivendo em uma engrenagem de trabalho , festas e bebidas até que a conheci e notei que cada dia a seu lado, nem que fosse um jantar ou um breve encontro matinal valiam sempre a pena; mas ai  tudo desmoronou, e eu voltei a me afogar nas coisas que  tiravam a lembrança dela do meu subconsciente, me sentindo sempre  vazio no fim do dia...

     -  EI! EI MARCO NÃO É?

Kolin me arrancou de minhas reflexões rápido demais , no entanto eu podia enxergar o pavor em seus olhos.

 - Por  favor, o que  aconteceu? como ela está? como foi acontecer isso?  ele estava uma bagunça e eu não sabia o que  fazer  pra ajudar.

- Calma por  favor...eu também  não sei direito, parece que alguém antigo do  trabalho protagonizando uma vingança, eu não pude ouvir muito estávamos concentrados em encontrá-la e sobre o estado dela estou  tão por fora quanto você a única coisa que sei foi o que eles  falavam na ambulância quando estávamos a caminho , parece que ela foi exposta a uma  grande quantidade de  um  gás toxico; mas   depois que eles entraram  pela aquela  porta até agora não  vieram aqui.

     - Quanto  tempo? Quanto  tempo cara?

    -  Mais ou menos cinco horas..

       - Eu vou até la ...

Quando ele voltou havia me dito que eles estavam  fazendo o possível para desintoxicá-la, mas que infelizmente ela não estava respondendo  e nem conseguindo respirar sozinha, os pulmões  haviam sido comprometidos e pra que ela ficasse instável eles estavam usando oxido nítrico.

 -  Eu acabei de vê- la , você pode entrar se quiser eu autorizei...

        Era uma sala branca onde mais bips me assombravam, haviam  tantos aparelhos conectados a ela e ela  continuava tão imóvel quanto quando eu a tirei daquele lugar, parecia estar dormindo não parecia estar sofrendo mas eu era muito egoísta e aquilo não  bastava pra min, precisava  do  toque dela... de suas frases curtas , seu  humor contido e eu não estava  disposto a esperar ,queria ela pra min e agora.

      Durante uma  semana o quadro era o mesmo , os médicos não nos  davam perspectiva nenhuma de mudança e eu Kolin estávamos nos dividindo no horário de visita, a minha  paciência já estava se esgotando e meu desespero só aumentava, consultei alguns especialistas  indicados pela minha mãe mais nenhum deles disse novidade alguma, no entanto naquela noite o médico havia dito a seu irmão que do  jeito que estava o próximo  passo seria que ela passasse para o estado  vegetativo e se isso acontecesse ai sim a coisa ficaria pior...peguei um copo de café e  caminhei mais uma  noite em silêncio até seu quarto.

Destinos Cruzados (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora