❀ habits ❀

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[n/a]: boa noite, minhas lindas ♡ sei que falei que ia att na sexta-feira, mas eu tava meio triste hoje e morrendo de saudades de honey pie, por isso tô postando agora ^-^

reescrevi esse capítulo inteiro e pretendo fazer isso com todos os outros, mas devo acrescentar que não serão mudanças tão drásticas assim. tentei passar uma imagem mais rígida ainda do harry nessa fic e, como vocês irão perceber, ele vai ser um tanto preconceituoso no início. estou adorando poder reviver essa fic de novo e espero que vocês também estejam animadas hah

um grande beijo e boa leitura!!1

(...)

Eu estava meio alterado ontem, mas consigo lembrar-me da noite anterior com uma clareza que me assusta. Sentado em minha cadeira giratória, observo o belo céu alaranjado de Nova Iorque graças à gigantesca parede de vidro do meu escritório, que é um dos mais sofisticados e luxuosos da empresa. Escuto a porta sendo aberta, interrompendo assim minhas reflexões, e vejo Phoebe Tonkin - minha secretária - adentrar o ambiente, o que me deixa demasiadamente bravo, pois detesto quando as pessoas invadem meu espaço sem solicitar antes.

"Mas que inferno, Tonkin! Quantas vezes eu já não disse para você bater na porta antes de entrar?" Questiono, arqueando a sobrancelha e ela se encolhe, o que me faz rosnar. "Diga logo o que você quer."

"Só vim avisar que o senhor tem uma reunião com os representantes canadenses às dezessete e meia. Devo confirmar? Eles disseram que já estão à caminho." Profere com certo medo, já que eu a olho de um modo assustador.

"Não, cancele. Não estou bem, desejo ir para casa." Respondo rudemente e ela anota isso na prancheta, me olhando com certa preocupação.

"Deseja algum remédio, senhor Styles? Posso providenciar." Pergunta e eu massageio as têmporas, impaciente.

"Apenas mande Albert deixar meu carro na porta da empresa. Tirando isso, desejo que se retire." Digo e ela assente com rapidez, fazendo uma reverência forçada antes de sair do meu escritório.

Tenho consciência de que não deveria ter bebido tanto noite passada, mas me entupir de Bourbon têm sido meu único refúgio nos últimos tempos; não sei o que anda acontecendo comigo, mas parece que tudo está a conspirar contra mim. Desde que Zayn, meu melhor amigo e também ex-sócio, deixou-me para fundar uma casa noturna com o namorado, um adolescente de cabelos tingidos chamado Niall, vejo-me lotado de tarefas aqui na empresa e sem a companhia do moreno, alguém que incrivelmente costumava alegrar meus dias. Agora passo o dia inteiro na empresa e chego em casa às vinte e uma horas e nove minutos, de modo que não tenho ânimo e nem coragem para nada que não seja beber até cair e dormir logo em seguida.

Apesar de tudo, gosto de manter meus horários bem organizados e detesto sair da rotina, afinal de contas passei anos e anos tentando colocar minha vida nos trilhos. Acordo todos os dias exatamente às cinco horas e cinquenta e quatro minutos e chego na empresa às sete horas em ponto, no que levo algo como três minutos para tomar o elevador e chegar ao meu escritório. Não costumo estabelecer horários quando estou dentro do meu escritório, até porque é impossível saber o quanto vou precisar trabalhar a cada dia, mas sempre tento resolver todas as minhas tarefas pelo menos até às vinte horas e quinze minutos. Feito isso, deixo a empresa vinte minutos depois e inicio o trajeto até o condomínio onde moro, fazendo alterações no caminho apenas às segundas e quartas, pois nestes dias o trânsito noturno é mais intenso.

Chegando às vinte e uma horas e doze minutos no meu gigantesco apartamento, que fica no vigésimo quarto andar, tomo banho enquanto bebo meia garrafa do meu uísque favorito. Vez ou outra me dou ao luxo de escutar alguma música enquanto realizo essas duas ações, mas isso acontece só quando estou bem humorado - ou seja, nunca. Durmo às vinte e três horas em ponto e nem preciso de muito esforço para isso, afinal de contas o cansaço e a bebida meio que me arrastam até a cama, como um imã.

Foi uma tarefa extremamente árdua estabelecer tantos horários em minha vida, mas eu sinto-me bem melhor assim. Sigo esta mesma rotina há quatro anos e até então nunca tinha quebrado-a, mas tudo tem a sua primeira vez e a minha foi ontem, quando aquele garoto peculiar e inconveniente bateu em minha porta pedindo leite. Graças a ele, me atrasei quatro minutos e vinte e seis segundos e acabei indo dormir depois do horário que eu mesmo me atribuí, o que talvez explique todo o meu estresse e irritação.

Acredito, de qualquer modo, que o que mais me intrigou foram suas vestes: como diabos os pais daquele menino podem deixar ele se vestir de um modo tão vulgar? Céus, esse mundo está realmente perdido.

Não me lembro muito bem de suas feições ou dos detalhes das vestes que ele usava e nem faço esforço, pois não me importo com isso, mas lembro-me de ele ser bem magro e menor que eu. Parecia ser bem novo, porém acredito que ele tenha uns quinze ou dezesseis, a considerar pelo corpo desenvolvido.

Ainda estou muito nervoso por ter quebrado a rotina e tenho medo do que eu posso fazer caso encontre esse pirralho de novo. Não vou bater nele, é claro que não, até porque eu sou um marmanjo de vinte e seis anos com um nível limitado de bom senso, mas eu o tratarei com muita hostilidade e arrogância. Caso ele não apareça de novo, melhor ainda, pois eu não quero perder meu precioso tempo; tenho um império a cuidar, afinal de contas.

Infelizmente, precisei quebrar minha rotina mais uma vez hoje, pois não estou aguentando tanta dor de cabeça e sinto que poderei explodir a qualquer momento. A primeira coisa que faço quando chego em meu apartamento é me trancafiar no quarto e me jogar na cama, que está coberta por lençóis que cheiram lavanda. O conjunto de fios laranjas e vermelhos, consequentes do pôr do sol, invadem meu cômodo através da janela e eu bufo, levantando-me apenas para fechá-la. Quando volto a me deitar, fecho os olhos e tento reprogramar minha rotina em minha própria mente; é provável que eu acorde duas horas mais cedo que o habitual, por volta das três horas da manhã ou até antes, mas acho que vou gastar este tempo na academia.

Adormeço sem dificuldades, mas o barulho infernal da campainha amaldiçoa meus ouvidos e me faz despertar. Rosno de raiva e taco a garrafa vazia de Bourbon, que estava em cima da minha escrivaninha, com força no chão, pois tenho mesmo a mania de tacar coisas quando estou com raiva. Ajeito minha gravata e marcho até a sala meio cambaleante, estreitando os olhos quando o tilintar ecoa pelo ambiente mais uma vez, e abro a porta com toda a brutalidade.

Olho para baixo e sinto meu sangue ferver ao ver que trata-se do mesmo desgraçado que veio pedir leite aqui em casa ontem à noite e que ainda por cima fodeu com a minha programação inteira. Ele arregala os olhos ao me ver e eu travo o maxilar, apertando meus dedos contra a maçaneta com força.

Tsc tsc, péssimo dia para bater em minha porta.

[n/a]: gostaram?¿¿

honey pie ✿ l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora