Capítulo 5

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O elevador começou a descer.

E isso fez minha mãe e eu, nos assustar pelo movimento repentino.

Décimo quarto andar, décimo terceiro, décimo sengundo...

- Larissa. Estamos descendo minha filha. Vamos sair daqui. - Mamãe disse sorrindo enquanto me abraçava mais uma vez. - Quando saírmos daqui, iremos resolver essa questão do seu pai.

Ela terminou sorrindo docemente. Olhei-me no espelho e me assustei.

Toda a minha maquiagem macabra havia se transformado em diversas manchas pretas pelo meu rosto, devido o choro desesperador.

Mas eu não me importava.

Eu estava aliviada, como se um peso fosse tirado das minhas costas. Era ótimo confessar um sentimento que, por tanto tempo, escondi no lugar mais profundo do meu coração.

O apito do elevador soou ao chegarmos no térreo, nos deixando feliz.

O porteiro correu até nós e pediu milhares de desculpas, dizendo que houve um problema, mas que já tinha sido resolvido.

Ele era muito fofo, gordinho e baixinho fazia-me lembrar de bolas de chiclete. Aquelas em que a gente ía até a padaria, depositava uma moeda e o chiclete vinha descendo em um mini tobogã até você.

Sorri com o pensamento e me imaginei apertando suas bochechas redondas.

Saímos do prédio e pude sentir o vento frio bater em meu rosto e em meus cabelos. Era uma ótima sensação respirar um ar puro. Ver carros passando pelas ruas, acompanhados de um farol fortíssimo iluminando a rua. Caminhar na calçada sem o medo de despencar quinze andares em queda livre.

Chegamos em casa e me permiti suspirar exausta, tanto pelo pequeno lugar que me vi sem saída, quanto por ficar sentada naquele chão gélido e desconfortável.

- Vou preparar algo para gente comer. - Mamãe disse sorrindo.

Eu não pude evitar pensar em como seria daqui para frente. Eu sempre me imaginei me confessando para minha mãe, mas nunca imaginei o que iria acontecer depois.

Bom, acho que só me resta esperar...

Presas no ElevadorOnde histórias criam vida. Descubra agora