P.O.V Malia
-Depois de quase três anos é isso que você quer fazer? – Perguntava com um ódio nas palavras, e completamente sem paciência.
-Sim... – Passei a mão no cabelo, fechei os olhos, deixei as lágrimas escorrerem. Ele se aproximou e me abraçou. – Eu te amo. – O empurrei e o encarei.
-Como você pode falar isso? – ele ficou em silêncio. – COMO? – comecei a bater nele, esmurrar, socar, chutar, ele me segurou pelo pulso e me encostou á parede. – Por quê?
-Eu não sei. Desculpe, eu te amo. – Ele encostou o rosto dele no meu e também chorava, eu não conseguia sentir raiva dele, eu sabia que ele estava mentindo, eu o conhecia.
-Por que você mente? – Ele pegou meu rosto e com o polegar ia enxugando as minhas lágrimas. – Para. – Fui até o quarto dele, peguei minhas coisas e coloquei dentro da minha bolsa.
-O que você está fazendo? – Ele tomou minha bolsa da mão em um puxão só, me fazendo cair. Chorei ainda mais, eu estava tão cansada, de todas as discussões, brigas, de tudo. – Desculpa. – Ele disse vindo até mim no chão, o empurrei.
-Tanto faz. – Me levantei, peguei minha bolsa e fui até a porta de saída. Ele veio correndo e colocou o pé na porta.
-Aonde você vai? – Ele era um idiota ou o que?
-Você acabou de terminar comigo, você acha que eu vou ficar aqui? Agora me deixa passar. – Ele ainda deixou o pé na porta, o empurrei, ele desequilibrou e caiu. Sai limpando as lágrimas, um corredor de garoto estava na porta, querendo saber o que aconteceu. – Vocês não têm nada para fazer não?
-Malia! – Escutei um grito e olhei para o final do corredor, era ele na porta.
-Vai á merda. – Estava simplesmente arrasada, sentia um vazio, um aperto, meu coração era capaz de sair pela boca, meu estômago estava embrulhado, eu nem tinha mais força para chorar. Atravessei o campus, estava no meio do gramado, daquele gramado, cai de joelhos no gramado, chorando, como se a minha cabeça estava fora de órbita, via que as pessoas me olhavam com certa pena, me levantei e fui para a república, algumas pessoas me olhavam, fui ao meu quarto e bati a porta tão forte que até o outro campus podia escutar. Deitei na cama e minha amiga veio até mim.
-Amiga? – A abracei e chorei ainda mais, e mais e mais. – Eu sinto muito.
~ FLASHBACK ON ~
-Vida dura né? – Um menino que eu nem conhecia se sentou perto de mim, já basta meu ex-namorado dar um fora em mim, eu tenho que ficar aturando essas coisas.
-Oi? – perguntei meio confusa. – O gramado é gigante, porque você tem que sentar logo aqui?
-Porque o gramado é público. – O encarei e quase quis dar um tapa nele.
-Sério? Você senta do meu lado, do lado de uma pessoa que você nem conhece, para perturbar, eu não sei você, mas você parece muito esses meninos que ficam tentando ser culto, diferente, mas não passa de um menino sozinho.
-É realmente, desculpa, por tentar ser legal. Acho que você acabou de encontrar o motivo por estar sozinha. Confesso senti pena de você, mas quis ajudar. Achei que você era uma menina sozinha, porque você não tinha amigos, mas agora vejo que é você que não os quer. – Fiquei parada, completamente sem reação. – Parabéns para você, talvez o motivo de você está chorando, seja um menino mas isso não é da minha vida, sinto muito por você e seu drama adolescente. – Ele se levantou e foi embora, o que está dando nessas pessoas? Dando umas de terapeuta. Além dos meus problemas tenho que lidar com os das pessoas.
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Don't bite.
Teen FictionAcho que superar um fim de relacionamento não é fácil, ainda mais quando você ainda ama a pessoa. Vemos do começo ao fim, como uma simples conversa, discussão pode se resultar em um amor, e como um deslize pode se resultar em uma separação. Até quan...