Mistério atrás da porta

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Naquele quarto escuro, todos já dormiam, menos Erhick, que pensava em um plano para fugir da esposa e sair por aí procurando pistas do desaparecimento das pessoas daquela cidade. Ele pensou em esperar a esposa dar uns três roncos para levantar e ir em direção ao guarda roupas, para pegar uma caneta e um caderno, para fazer anotações.

De repente, Erhick começa se lembrar de ter visto em algumas portas, um aviso impresso numa placa dizendo : " Não Entre. Perigo! "
Ele também pensou no motivo de Twook não tirar os óculos pra nada, será que ele era cego, ou os usava só pra se exibir?

Nessa altura, Erhick já havia perdido a conta dos roncos de sua esposa. Sentiu vontade de ir ao banheiro, levantou de vagar, mas não adiantou pois sua mulher acordou. Em pensamento ele diz consigo mesmo:

- Droga! Não tem jeito de fugir dessa 'pitbua' mesmo. Eu nem toquei nela e já está de olho arregalado, que vontade de colocá-la numa coleira...

Jhuliana olha para o marido e pergunta:

- Onde você vai querido?

- Vou no banheiro, fique de olho nos meninos, qualquer coisa você grita.

Erhick estava armado, com uma arma 'calibre 12' dentro do pijama, e debaixo do travesseiro com Jhuliana, outra calibre 38.
As luzes do corredor estavam acesas, e no caminho para o banheiro, numa das portas com a placa de aviso, Erhick ouviu gemidos e um contínuo ruído, parecia que alguém estava se revirando na cama sem parar.

No dia anterior, ele não havia notado esses ruídos, talvez pela algazarra dos meninos. Apressando - se, volta ao quarto, Jhuliana estava sentada na cama com a luz acesa ouvindo o marido lhe contar tudo que ouviu no corredor. Antes de apagarem a luz, Jhú e o marido comentam:

- Talvez não seja nada de mais, pode ser algum casal apaixonado comemorando o amor entre eles...

- Talvez... Também pode ser que colocaram a placa na porta pra ninguém atrapalhar o sono ou o momento de amor dos dois.

- Mas essa placa está lá desde ontem. Que amor doido é esse?! E se estiverem dormindo, devem estar é hibernando. Ou estão tendo grandes pesadelos, por causa desse vira e mexe, os gemidos loucos.

- Eu vou lá ver o que é, me passa a 12.

- Tá ficando louca? Daqui você não sai enquanto não amanhecer. Pode ir se sossegando aí, se não, eu amarro você no pé da cama. Curiosa.

- Não seu tonto! Não vou abrir a porta de quarto alheio assim, sem mais nem menos, eu vou é fingir que estou indo ao banheiro e então eu escutarei também... Anda logo, me dá essa arma.

- Tudo bem, mas você vai e não para no corredor, porque Twook está de olho... Esconde esse troço, põe na frente quando estiver de costas para Twook, e depois coloque na frente quando estiver de frente com ele e sorria, faça tudo naturalmente.

Jhuliana fez o que Erhick disse. Ao chegar no meio do corredor, ela escuta os mesmos ruídos que seu esposo havia ouvido. Ela joga os cabelos de lado e finge examiná-los, na expectativa de ver alguma coisa na fresta da porta, foi ao banheiro e quando voltou percebeu que Twook estava de cabeça baixa no balcão, ela aproveitou a oportunidade e andou depressa e silenciosa, entrou rápido no quarto e confirmou os ruídos sem deixar de notar que Twook ainda usava os óculos de sol.

Alguma coisa estava errada ou algum mistério ainda seria desvendado. Agora não só Erhick, mas Jhuliana também não conseguia dormir, só pensando nos fatos ocorridos.

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