Capítulo 04- Eu Podia ser o Próximo

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            Chloe... Chloe.. Eu podia ouvir aquele nome ecoando na minha mente, tão simples, tão familiar, vindo com uma voz tão doce. Ela estava ali. Ela era real e estava ali na minha frente, me olhando com um sorriso no rosto que era inexplicavelmente incrível e como tudo nela, simples. Senti tantas borboletas no meu estômago que fiquei com medo de abrir a boca e saírem voando. Sorri de volta.

- Você... Quer sentar ? –Ela me perguntou apontando com a caneta o banco ao seu lado.

- Ah, claro. –disse rápido e me sentei, fiquei pensando quanto tempo fiquei ali parado sem dizer nada olhando pra ela a ponto dela ter de cortar me pedindo pra sentar. – A Hospedeira ? –Apontei para o livro que estava perto de seu caderno bege e sorri, agradecido por ter algo a que falar, já estava entrando em pânico.

- Sim! Eu comecei faz um tempo e eu tô apaixonada! É tão incrível... Duas pessoas em um corpo só, cada uma com uma paixão. Corpo e mente, batalha consigo mesma... Tão incrível.

- Uou! –eu ri do seu entusiasmo- Eu já li. Foi um dos meus primeiros livros com mais de duzentas páginas, adorava sair por aí andando com ele nos braços, me sentia intelectual.

Ela riu. O riso dela era daqueles sem som nenhum e que as vezes tem aquele ronco de porco para puxar o ar. Então eu ri de sua risada ela me olhou e colocou a mão na boca.

- Relaxa, não é um chamado de acasalamento pra porcos e nem sou parente de nenhum porco, é só minha risada horrível. –ela riu dela mesma-

- Ahh, não é tão ruim assim. Quando eu rio de doer a barriga, pareço uma hiena gritando, sério. Não posso julgar ninguém.

Ela sorriu e disse:

-Então, você vem até a minha mesa e diz seu nome e começa a falar comigo sobre risadas estranhas, que motivos tenho pra acreditar que você não é um estranho que pode me matar ?

- Olha o meu porte físico! –Eu era magrelo como uma pena e meus braços era tão finos que não levantariam 50kg sozinhos.- Eu sou um garoto de 19 anos com 75kg, oque eu posso fazer com você ? Eu que tenho que torcer para você não me agredir aqui.

- Touché! –ela estendeu o milk shake que estava tomando e sorriu- Relaxa, você não zoou a minha risada, já ganhou um ponto positivo.

- Que bom! Agora me fala...

Antes de eu completar a frase o telefone dela vibrou e ela viu a mensagem já levantando.

- Ah, eu.. eu vou ter que ir. Desculpa. Caleb ? –Concordei com a cabeça sorrindo fraco- Mas olha.. - ela pegou um papel e escreveu um numero- esse é meu celular... ahmm... a gente se vê ?

- Claro! –Levantei também e peguei o papel- Até mais...

- Até!

Ela sorriu e saiu andando, ela dava uns passos e olhava pra trás, onde eu me encontrava parado olhando-a sair. Os passos da sua bota ecoando no silêncio da biblioteca, até ficar tão longe que não deu mais pra ouvir.

Aquele dia eu voltei pra casa com um sorriso no rosto que eu não tinha desde a morte do meu pai. Mesmo tendo sido uma conversa de quatro minutos eu senti como se a tivesse conhecido há muito tempo, eu me senti confortável perto dela e não me senti um idiota na maior parte do tempo, o que já foi uma conquista.

Quando cheguei á casa, logo depois, parecia não ter ninguém lá.

- Tia?? Tio ?? –eu chamei, mas ninguém respondeu.

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