Capítulo 5- Vozes.

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                Eu podia ser o próximo. Podia ser eu. O que estava havendo ? Eu estava perdendo minha sanidade ? Não. Eu preciso me acalmar, preciso me acalmar. Isso é coisa da minha cabeça, é só mais um caso de sequestro na cidade. Mas e se... E se não for? Preciso saber se corro risco, é a minha vida. Meu Deus.

Me tranquei no quarto, puxei o computador pro meu colo e pesquisei: Sequestros dia de Quinta feira Sombras; Achei fácil, logo apareceu um blog local, acho que não tem muitos casos de sequestros relacionados com sombras que não sejam em histórias fictícias. Cliquei no primeiro link e abriu uma página, com a foto dos dois adolescentes, jovens, felizes nas fotos. A foto da garota era, aparentemente, uma festa, dava pra perceber a felicidade explodindo pelos seus olhos, já que não cabiam mais no sorriso largo. Me senti mal. Comecei a ler o que estava escrito:

A jovem, Luciana Vasconcelos, desapareceu na noite de Quinta-Feira por volta de 00:53, segundo relatos da família, foram checar seu quarto pois escutaram um barulho bem alto: "Era como se a janela tivesse sido aberta com força de fora para dentro, e bateu na parede forte, acordando todos em casa.", disse seu pai.

A sua mãe, Joyce Vasconcelos, disse que a filha havia se sentido incomodada e reclamava de estar sendo seguida por uma sombra, e que a via em todos os lugares. "Ela passou a não querer sair de casa, com medo eu e o pai dela pensamos em um psicólogo, mas ela rejeitou a opção, estava tão assustada..."

Ok, acho que eu devo me preocupar com isso, pelo menos um pouco. O que era aquela sombra? Porque ficava seguindo as pessoas? Será que é um tipo de doença que as pessoas desenvolvem? Mas não faz sentido, e o sequestro? Eu preciso esfriar a cabeça.

Levantei e fui tomar um banho, tirei toda a roupa e entrei debaixo do chuveiro, esperando que aquela água tirasse todos aqueles pensamentos embaralhados da minha cabeça, ou que pelo a menos esfriasse.

Quando voltei pro quarto me deitei na cama e eu só queria dormir, esquecer. Esquecer aqueles sequestros, e esquecer que eu estava ficando louco. Quando eu acordasse tudo voltaria à sanidade, assim eu esperava.

Desci pela manhã e já estava arrumado para o trabalho, eu ia pegar dois turnos pra ajudar meus tios nas contas, significava voltar a noite? Sim. Mas o restinho de sanidade que ainda me restava me fez crer que aquelas coisas dos dias anteriores nunca existiram.

Meus tios estavam conversando sobre o noticiário.

- Você viu Edgar? A menina que sumiu morava no fim da rua! Eu a conhecia, passava por mim todos os dias, pobre garotinha.. – Ela dizia isso com pesar enquanto esquentava a água para o café. -

- Pois é, mas não fale como se ela já estivesse morta, Jane, eles podem encontra-la com vida.

- Duvido muito! E se encontrarem ela vai ter que ser levada a um psicólogo, ou um hospício! Onde Já se viu aquela história de sombra seguindo ela! A menina tinha problema de cabeça, estou te dizendo.

- É o certo, pessoas com esse tipo de problema tem que ser levadas a esses lugares, elas precisam voltar a pensar direito...

Nesse momento eu entrei, já querendo que eles parassem o assunto por ali, internação? Hospício? Será que eles fariam isso mesmo?

- Bom dia tio, Bom dia Tia –dei um beijo na bochecha da minha tia-

- Bom dia, pivete.

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