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Capítulo
Como seguir em frente?
Sentada à beira do riacho, com o olhar perdido em meio ao horizonte, com o coraçãozinho apertado de tantas saudades, ainda podia sentir o cheiro da mãe. Quanta tristeza, quanta dor... Um vazio tão grande que nem mesmo a beleza das flores, o cantar dos pássaros, o brilho das águas do riacho, a suave brisa que lhe tocava o rosto, conseguiram afastar aquele vazio.
A morte da mãe havia construído na vida de Ana uma fortaleza chamada tristeza, que ninguém conseguia destruir. Pobre menina!
— Como voltar a sorrir e seguir em frente?
Ainda sentada na beira do riacho, nem percebeu a aproximação da sua irmã.
— Aninha, o que faz aqui sozinha? Vamos para casa.
Ana abraçou a irmã, chorando.
— Tenho muitas saudades da mamãe... Queria muito que ela tivesse aqui.
— Eu sei, Aninha, eu também queria, mas não podemos fazer nada. O que acha de irmos brincar? Vamos chamar as primas?
— Não quero, não — respondeu num tom choroso — Só quero ficar aqui pensando... Assim parece que ela ainda está aqui.
Maria não se aguentou e começou a chorar também. E as duas permaneceram ali até o pôr-do-sol.
A noite caiu negra como a dor. Pai e filhas conversaram e logo foram dormir, ou pelo menos tentar.
A noite foi longa e difícil.
Os dias foram passando... Apesar da imensa saudade que sentiam da mãe, tinham que seguir em frente.
"— Como seria agora a longa jornada sem sua mãezinha?" — pensava Ana.
A maior parte do tempo Ana se refugiava no riacho, e ali tentava suportar a terrível dor que invadia sua alma, parecendo querer rasgar o seu ser.
Os dias iam passando e Ana parecia que não iria suportar aquela dor.
Anoitecia, amanhecia e nada mudava, apenas a dor e a saudade é que aumentavam, tornando cada dia mais difícil de suportar a falta que sua mãe fazia.
Ana já não brincava mais, estava sempre calada como se tentasse buscar respostas através do silêncio, e por mais que tentasse lutar contra a dor e a saudade, as lembranças invadiam sua alma, fazendo suscitar uma profunda tristeza.
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O olhar da inocencia
RomanceIntrodução Esta história é baseada em fatos reais. Aconteceu nos anos 60 e relata a pureza e a inocência de uma menina, cujo nome é tão simples como sua história: Ana. Simplesmente Ana. Ana é uma menina vinda de origens muito humildes, que teve uma...