Não era tão fácil, mas também não era impossível. Thomas cuidava de Winnie como se fosse ele mesmo. A alimentava três vezes ao dia, a acariciava e não deixava que ela se sentisse só. Trabalhou por horas extras para conseguir comprar os remédios, e conseguiu... Mas Winnie estava do mesmo jeito.
O que apertou mesmo o peito de Thomas foi numa tarde, quando ele precisou levá-la novamente para o médico por conta de uma piora. O médico examinou a cachorrinha novamente e disse para Thomas o que ele menos queria ouvir:
- Sinto muito. Não tem mais jeito, vamos ter que sacrificá-la.
O coração de Thomas se estilhaçou em mil pedaços.
- Quanto tempo ainda? - ele perguntou.
- O quanto antes. Ela está sofrendo demais.
Então Thomas decidiu ir uma última vez com ela naquele penhasco em cima da praia onde se conheceram. O sol estava começando a se pôr, e os dois assistiram abraçados aquela linda cena. Tudo bem, Winnie não tem braços. Mas dá pra entender, não é? Continuando... com lágrimas nos olhos, Thomas via o peito de Winnie subir e descer dificilmente e ouvia seus gemidos baixos, quase imperceptíveis, de dor. Thomas não aguentaria viver sem ela...
Sem pensar duas vezes, Thomas levantou-se e abraçou a sua cachorrinha com força. Presos ao corpo um do outro, os dois já sentiam saudades. Chorando, Thomas a abraçou ainda mais forte e se aproximou da borda do penhasco.
Então, o amor dos dois está firmado para sempre e mais forte do que nunca, misturado ao mar, juntamente com o sangue deles, que foi derramado quando Thomas os jogou contra as pedras lá em baixo ao perceber que não conseguiria viver sem a sua pequena amada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Winnie
Short StoryTalvez, uma sinopse seja algo desnecessário. Talvez seja melhor para quem lê que os fatos da história sejam revelados aos poucos. Mas para não fugir do que é considerado "normal", digamos apenas que a nossa pequena história gira em torno de um amor...