Capítulo 1

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De manhãzinha, abrindo os olhos lentamente, me deparo com ele dormindo serenamente, como se fosse um bebê, de bruços, somente de cueca boxer e com respiração lenta e suave. Me levantei bem devagar para não acordá-lo, e fui até a cozinha preparar o nosso café da manhã.

Eram apenas 7:00 hrs, mas sempre tive o costume de acordar cedo nos finais de semana, peguei essa mania com minha mãe. Ela sempre dizia que quando acordamos cedo no fim de semana, ele passa mais devagar e que podemos aproveitá-lo bem mais.

Preparei dois cappuccinos e dois pães com queijo derretido, como de costume e subi até o terraço com meu cappuccino para dar uma olhada na cara do tempo.

A chuva farta e mansa que ocorreu por toda a noite, deixou todas as minhas flores bem satisfeitas e vivas, os pássaros cantarolavam e voavam de um lado para o outro, como se estivessem agradecendo a mãe natureza pela dádiva da chuva, o céu azul tomava conta por toda a redondeza e o sol radiante.

Caminhando até a sacada do terraço, observei a rua que estava silenciosa, a única pessoa que avistei fora a Sr. Adélia que comprava o seu pãozinho diário na padaria em frente de casa. Nada mudou. Apenas eu mudei. E aquilo me deixava pensativa, como o tempo passa e as pessoas continuam sendo as mesmas, menos eu.

***

Logo que acabei de tomar o cappuccino resolvi voltar para dentro, me deparando com Lorenzo em frente a janela da cozinha observando a rua vazia e tomando seu cappuccino. Ele logo sentiu minha presença, pois com um sorriso meigo e aconchegante veio me abraçar.

— Bom dia gatinha. Obrigado pelo cappuccino, dormiu bem? — depositou um beijo em minha boca.

— Sim... E você? — sorri.

— Também. — tomou um gole do cappuccino ainda quente e continuou. — Estava no terraço?

— É, como sempre... — dei de ombros.

— Hum... Sabia que eu gosto de você? — sorriu.

— Não... — brinquei. — E você, sabia que eu também gosto de você?

— Também não. — sorriu.

Lorenzo sempre foi muito carinhoso e atencioso, eu realmente gostava dele, e disso tinha certeza absoluta. Pena que não temos nenhum tipo de relacionamento sério, apenas somos "Amigos Coloridos", e todos torciam para que namorassemos mas eu não estava preparada para ter este tipo de relacionamento, apesar de ter 22 anos, várias coisas eram muito estranhas para mim, pois não se encaixavam em meu perfil.

Sentamos no balcão da cozinha cujo design era americano.

— Então Kate, o que vai fazer hoje a noite? — disse com um ar de que já havia planejado algo. — É que o Samuka disse que vai reunir o pessoal lá no Snooker Bar... Você vai?

Lorenzo nem esperou eu responder a pergunta, pois parecia que ele queria muito minha companhia.

— Ah... O Samuel... — falei não tão entusiasmada. — Ele ainda não me convidou, mas...

Lorenzo me interrompe.

— Não precisa se preocupar, o Samuka é tranquilo, e vocês se conhecem há muitos anos, ele não vai ligar... Pode ter certeza.

A coisa que eu mais odeio é quando estou falando algo e vem alguém e me interrompe. Esse era uns dos defeitos do Lorenzo que mais me deixava com raiva...

— Lorenzo... Calma! Respira! Eu vou com você, só me deixa falar, não fica tentando adivinhar as coisas que vou dizer ou me interrompendo... Calma... — revirei os olhos. — Que horas vocês combinaram?

— Me desculpe, é que sou meio ansioso. — disse cabisbaixo. —Vai ser lá pelas 20:00 hrs... Ok?

— Ok.

— Você quer que eu passe aqui para te buscar?

— Não precisa, eu vou de moto, obrigado por oferecer.

— Tudo bem... Ótimo! — disse animado.

Lorenzo saltou do balcão, e foi direto para o quarto, fiquei lá, sentada pensando em qual roupa iria vestir para ir ao Snooker, algo que não seja chamativo demais, mas que fique sexy o bastante para tomar um whisky com 5 pedras de gelo de água de coco.

***

Fui até o quarto, e fiquei escorada na lacuna da porta com os braços cruzados, observando Lorenzo se vestir. Não dava para tirar os olhos de suas curvas definidas ao ponto exato; sua pele branca, lisa e aveludada ao toque; seus cabelos loiros escuro; seus olhos verdes; seu sorriso meigo e aconchegante; suas covinhas nos cantos de sua boca perfeitamente desenhada e de lábios finos.

Eu estava pensativa. Não sabia como seria no Snooker, ainda mais sabendo que o Samuel estaria lá. Lorenzo me acorda do transe...

— Kate... Você tá bem? — me encarou.

— Tou sim. Só estava te olhando.

— Hummm... — disse num tom malicioso. — E gostou do que viu? — brincou.

— Nossa, se eu gostei? — arregalei os olhos com um sorriso largo. — Eu adorei!

Com um olhar sensual, Lorenzo saiu do quarto, me puxando pela cintura. Me deu um beijo molhado e demorado.

Seus beijos sempre foram assim, molhados, demorados e com pegada. Não tenho nada o que reclamar sobre seu jeito especial fogoso na cama, nos beijos e abraços. Toda vez que ele me pegava assim, os pelos dos meus braços arrepiavam e me dava um frio na barriga; como se fosse o meu primeiro beijo ou contato com o sexo oposto.

— Tchau minha linda... Não se esquece do encontro com o pessoal. — disse saindo e pegando suas chaves de casa e do carro.

— Ok. Deixa comigo... — dei uma piscadela com ar positivo, porém com inúmeros pensamentos negativos sobre esse encontro.

⬆Cozinha da Kate

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