Capítulo 3

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Nossa mas que dor de cabeça, meu Deus, onde estou, poxa vida!

Minhas vistas estavam embaçadas, minha boca extremamente seca de sede, levantei-me tateando o criado mudo que fica ao lado da cama e em seguida escorando na parede para me apoiar.

Parecia que minhas pernas não estavam junto ao meu corpo, pois bebi tanto que não lembro nem o que fiz depois de vomitar na mesa de sinuca, fui correndo para o banheiro, sorte que o quarto é suíte, porque não iria aguentar segurar o vomito.

Ajoelhei nos pés do vaso sanitário, que estava praticamente engolindo o meu rosto enquanto vomitava. Me enrosquei em sua volta e fiquei por ali alguns minutos até me sentir um pouco melhor.

Levantei agarrando a pia, e quando me olhei no espelho...

— Aaah!!! JesusMariaJosé... Creio em Deus pai... O que que é isso! — gritei assustada.

Meus olhos estavam vermelhos, parecendo que tinha fumado um verdinho a noite toda, minhas olheiras estavam enormes, e ainda juntou a maquiagem toda borrada em minhas pálpebras, meu cabelo?! Nem me pergunte, o quanto estava lixo, só meu São Patrício para dar um jeito.

— Putz...! Acho que exagerei um pouco na bebida ontem. Que horas são? — sussurrei para mim mesma, ainda de pé em frente ao espelho.

Fui para cozinha, sem esperar quem estaria lá.

— Samuel? — disse surpresa.

Porra mew, mais que merda é essa...? Samuel? O que você tá caçando aqui? Por que o puto do Lorenzo não me trouxe...? Vou matar ele!

— O que você está fazendo aqui?

— Eu te trouxe ontem. — disse com os olhos fixados na frigideira. — Estou preparando ovos fritos e bacon, vai te ajudar a melhorar.

— Ok. — sentei na cadeira do balcão, cruzando os braços e deitando em cima dos mesmos. — Obrigado por me trazer.

— Imagina Kate, tudo bem.

— Por que o Lorenzo não me trouxe? — questionei indignada.

— Porque ele veio dirigindo sua moto, e eu me ofereci para ficar com você. — ficou pensativo por alguns segundos e continuou. — Ah! E ele também tinha que ir à missa com os pais de manhãzinha.

— Entendi. — levantei minhas vistas e semicerrei os olhos exaustos. — Quanto tempo não nos falamos...

— Verdade. Acredito que não nos falamos desde o 1º ano, quando eu disse que...

Interrompi Samuel, pois não queria que me lembrasse daquela cena.

— Pois é neh?! — disfarcei. — Os bacons já estão bons? — fixei os olhos a frigideira.

Pensativo e sério, pega a espátula e continua virando os bacons.

— Estão quase.

— Ok. Acho que vou tomar uma ducha, para ver se tira um pouco dessa ressaca. — Levantei tão rápido da cadeira que quase a derrubei.

Meus passos curtos, rápidos e silenciosos se estenderam para o quarto, fechei a porta com desespero e escorando nela fui deslisando com as costas e sentando no chão. Estava tão confusa, que mal sabia qual era meu sentimento naquele momento, se era de raiva, culpa, decepção, ou arrependimento, pois todos estavam misturados com apenas um, o "Amor".

Creio que o amor pode ser um tanto bom quanto ruim, tão belo quanto ridículo, tão avassalador quanto reconstituidor, só sei que de fato, o AMOR é imprevisível, pois ele tem o poder de mover montanhas, porém também destrui-las, e é estranho para mim, algo que não compreendo no meu próprio ser.

Te Amarei Para Sempre...Onde histórias criam vida. Descubra agora