Capítulo 8

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Já tive meu momento de paixão do dia , mas ainda o quero!

Me irrito em silêncio por todos nossos momentos juntos serem repletos de horários, compromissos , visitantes. Quando teremos paz? Não aguento ter que me distanciar dele depois de termos um contato tao intimo. Sinto inveja daqueles casais apaixonados do cinema que passam um dia inteiro de amor em um quarto de hotel. Pelo visto nem minha lua de mel vai ser assim. Nem pensei nisso quando marquei meu casamento para véspera de Natal. E com toda minha família indo para a Itália vai ser inviável eu sumir por 24 horas com meu marido.

Engraçado... marido!

Ha meses atrás nem imaginava ter namorado, e agora estou em busca de um vestido de noiva.

Que loucura!

Loucura mesmo era fazer compras com Lorenza e Giulia. Cada uma com um gosto, mas ambas maravilhosas comigo.

Lorenza tinha algo estranho, mas com o passar da tarde, percebi que seu problema não era comigo, e minha implicância com ela em relação a Anthony era puro ciúmes infantil. Ela o tratava como um irmão mais novo. Duas vezes ao telefone , falou duro com ele, mas quando ela não quis passar o celular para mim, Anthony gritou tanto que até eu escutei de dentro do provador.

O que falar dos vestidos que elas escolheram para que eu provasse? Todos maravilhosos, não conseguia me decidir. Queria algo que pudesse usar também na festa do Brasil, mas percebi, pelas escolhas de Lorenza, que o frio em Como iria ser intenso, tamanha quantidade de mangas e pelos. A única peça que realmente me apaixonei foi uma capa, com punhos e capuz como os das princesas medievais, com pele branca de coelho, dando o acabamento e o glamour necessário para a noiva de um príncipe, que era meu Anthony.

A capa iria com certeza para a Itália. O problema agora era o que usar na parte de baixo.

Ainda estava nas nuvens com minha capa de princesa quando Giulia começou a me trazer vestidos e a provar também para o evento daquela noite. As meninas estavam animadíssimas , e queriam que eu usasse branco de qualquer maneira, afinal ,seria uma prévia do casamento na Itália.

Giulia colocou um vestido Roberto Cavalli todo de renda marrom, manga longa, porém curto e com detalhes vazados na cintura que quase não a reconheci.

-Hoje é minha noite com Carlos. Ele vai enlouquecer quando me ver!

Tinha me esquecido do seu namorado, mas ela estava empolgada demais com ele para que eu tivesse uma opinião mais acertiva quanto ao futuro deste relacionamento fadado ao fim, pela liga dos primos protetores. Depois de horas provando vestidos , longos, curtos, brancos, coloridos, me decidi por um vestido midi, Zuhair Murad de renda branca tomara que caia. Tinha amado um cinza longo , da coleção passada que estava na promoção, mas elas não me deixaram escolher. Lorenza optou por um terno Donna Karan com decote profundo e nada por baixo, preto, arrematado por um cinto fino metálico bronze.

Ela era mesmo estranha. Tinha um corpão, um cabelo lindo e bem cuidado, ondulado naturalmente, uma sensualidade italiana latente , andava requebrando e sensualizando para todos, mas em nenhum momento experimentou um vestido ou saia. Aparentemente preferia calças.

Depois das roupas escolhidas, migramos para o andar dos sapatos e por ali ficamos mais alguns minutos, ou seriam horas. Com um tratamento especial, repleto de gostosuras como cafés, chás, biscoitos e muffins, passamos a tarde no templo do consumo que todas as mulheres adoram. Acabamos por comprar em demasia, mas quem não sabe do complexo de centopeia que toda mulher nasce? Um par de sapato sempre é insuficiente. Começo a gargalhar quando penso no momento que Anthony ver a quantidade de sapatos que eu preciso acomodar no closet dele. Conto para as meninas, fazendo-as surtarem em imaginar o primo sistemático em meio aos meus sapatos.

Destino#BellagioWhere stories live. Discover now