Destino#Bellagio

Capítulo 16

Hai controllato la casa?- Anthony questiona Brando subindo os degraus de pedra que nos levam até a porta de casa.

- Cessato alarme.

- Cessato alarme?- repito para Anthony... –O que isso quer dizer? Tentaram entrar aqui de novo e o alarme disparou? - meu sangue congela ainda mais, ajudado pelo frio da madrugada em Manhattan.

-Tudo limpo Sofia... – ele bufa e revira os olhos em sinal de desprezo, me tirando bem na frente de Brando - Seu italiano ainda está bem sofrível. Tente não deduzir o que conversamos por favor. Vai arranjar problemas assim...

Realmente aquele comentário ridículo e esnobe dele me irrita.

-Quem arranjou problemas sendo tão grosseiro comigo foi o Sr. – jogo a estola de visom que me cobria na sua face, seguro a saia e a cauda do vestido e subo as escadas. Anthony entrega a estola para Brando, fala alguma coisa e me segue.

-Sofia! Dio mio! Não vai começar com isso agora!

Entro no quarto de hóspedes e tranco a porta sorrindo. Adoro provocar aquele mal educado.

- Italiano Grosso! Vai dormir! - grito e seguro o riso, tentando parecer com raiva, se bem que estou sim raivosa. Ele adora tirar uma com a minha cara e isso não está certo! Eu também moro aqui, ou melhor, vou morar, e me preocupo com minha segurança. Pensando nisso, lembro que deixei minhas joias todas em cima de uma cômoda no closet de Anthony. Ai meu Deus, será que aquele vulto voltou e pegou?

-Você já vai ver o que eu tenho de grosso, aqui dentro da minha calça, senhorita.

Abro a porta, ignorando aquele delicioso e sensual comentário e quando ele estica os braços para me abraçar, passo por baixo rindo como uma criança e subo mais um lance até nosso quarto, explicando.

-Anthony, deixei minhas joias de família lá no seu closet. Ai meu Deus! Será que alguém pegou?

Entrei como uma louca no closet e verifiquei a pequena malinha Goyard com as joias em cima da cômoda e isso me tranquilizou. Abri e tudo estava arrumado como antes. Anthony me alcançou mas parou para me olhar enquanto eu ofegava pela corrida, ou seria pelo nervoso?

-Sofia, por que tanta insegurança? Você não acredita em mim? Pode se abrir principessa... Ainda está em dúvida sobre alguma coisa?

Sei bem ao que ele se referia. Não adiantaria omitir meus sentimentos ou tentar negar algo que eu afundei no fundo da minha mente. Qualquer chuva poderia suspender aquele lixo.

-Não se ofenda por favor Anthony, mas esse seu ar de mistério... Algumas coisas que já vi e ouvi, tudo isso me traz insegurança quanto à conduta que vocês escolhem. Não se ofenda, pelo amor de Deus! Te amo acima de tudo, mas é que ás vezes tudo é tão misterioso, tão mafioso.

Seu olhar perdeu o brilho por alguns instantes.

Sua boca tomou um formato de uma dura e ríspida linha horizontal, enquanto seu cenho se franziu em câmera lenta.

Soltou o ar com força.

-Venha Sofia. - Me pegou pela mão, sem aquela possessão, sem apertar como de costume, só segurou-a para me direcionar até a cama, onde nos sentamos. Seu toque estava distinto.

-Desculpe Thony, não queria mentir para você sobre meus sentimentos. - eu e minha boca mais rápida que a mente. Caramba Sofia, você estragou uma noite de sexo!

-Quando voltei do Brasil, depois de te pedir em casamento, já havia decidido que contaria a minha história para você, assim que tivéssemos um tempo. Pensava em fazer isso amanhã, durante o longo voo até Milão, mas acho que de nada adiantou eu me preparar psicologicamente para isso. Quando o destino decide que é chegada a hora, ele te coloca contra a situação e não temos escapatória.