Capítulo 18

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Impressionante como duas famílias foram unidas por Anthony, ou seria por Giuseppe? A família da mãe de Anthony, Loretta D'Amato, se fundia com o Giacomelli de Giuseppe de um modo que todos pareciam ser uma só grande famiglia. Mesmo sabendo que nem todos trabalhavam voltados aos negócios da América, eles tinham uma conexão fantástica. Eram unidos pelos laços de amor.

Minha família sempre fora pequena, e mesmo assim, nem todos eram tão presentes e se importavam com o bem estar dos familiares como estes italianos demostravam.

Anthony abriu sua mala, pegou uma roupa para usar e voltou a fechá-la em um canto. Meu olhar de tristeza o fez parar.

-Amanhã vou precisar me afastar principessa, mas depois vamos ter que disputar espaço neste armário minúsculo.

Sorria por que sabia que nada mais iria caber ali depois que abrisse minhas malas e pendurasse meus grossos casacos. Nonna pegou as caixas dos vestidos e as levou para seu quarto. O medo do noivo ver e estragar a surpresa me fazia rir, mas era muito fofo da parte dela me tratar como sua neta e toda sua preocupação.

Durante todo o jantar, percebi a ansiedade de Anthony. Ele comeu com rapidez a sopa que a nonna fez, molhando o pão com casca dura no caldo e lambendo os dedos quando estes sujavam. Depois de jantar tranquilos com as senhoras e meu sogro, saímos em busca da diversão.

Ao deixar a casa, entramos no carro e só naquele momento percebi que no portão tinham um segurança e existia outro na parte de cima do enorme jardim que circundava a casa. Eles não descuidavam da segurança em momento algum.

-Anthony, posso te perguntar? Sem neura, ok?

-Parla principessa...

-Aqui também não é seguro? Alguém vai nos seguir?

Seu olhar se transformou em alguns segundos, soltou o ar com força e sem paciência, raciocinando a melhor resposta. Já conhecia aquela feição.

-Vou ser sincero pois não adianta mentir para você. Segurança nunca é demais! E naquele dia em casa, não era nenhum menino que entrara no quintal. Não conseguimos capturá-lo e estamos com receio de ser algum Mantova. Só em pensar que você estava sozinha com não sei quem... Dio mio! Quase surtei! Ainda bem que já estamos aqui, bem longe daquilo, mas amanhã vamos redobrar nossa cautela. Estes dois que você viu na verdade são três, e sempre nos acompanham aqui na Itália, por precaução.

-Obrigada por não mentir. Estou gostando desta sinceridade comigo. Assim me sinto mais segura.

-Ao meu lado você estará sempre segura, piccola. Nunca deixaria que nada acontecesse com você.

-Você não tem controle sobre tudo Anthony. O destino a Deus pertence. - ele com sua síndrome de super herói...

-Ok, você está certa, mas "Ele" está na minha lista de amigos, e não deixará nada de ruim lhe acontecer.

Não consigo discutir com ele. Sempre tem uma saída brilhante e quando está perdendo os argumentos, joga um charme irresistível, acompanhado de seu sorriso tímido. Me desconcerto.

Seguimos pelas ruas escuras, somente iluminadas pelas luzes das edificações, até chegarmos a um ponto com mais movimento. Turistas e locais circulavam muito agasalhados pois a noite estava fria e com esperança de neve. Eu torcia internamente para que nevasse. Seria lindo se as ruas estivessem enfeitadas de branco no dia do meu casamento. No radio tocava uma música animada de uma cantora italiana Annalisa, Splende, e continuamos comentando sobre seus primos, até ele estacionar o carro em frente a um hotel. Caminhamos pela calçada chegando a lateral, onde se encontrava a entrada para o restaurante de Riccardo, o La Terrazza Belvedere.

Destino#BellagioWhere stories live. Discover now