Capítulo 17

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Que correria o dia do embarque!

Acordamos com o barulho que Luciano e Giulia faziam pela casa, levando bagagens, telefones tocando, gente andando por todos os cômodos.

Com um travesseiro na mão, brinquei com Anthony que estava no notebook fazendo os últimos despachos ainda deitado ao meu lado. Provavelmente ele despertara mais cedo e já estava cuidando dos negócios antes do nosso voo.

-Vamos Anthony! Hoje vou ver sua família! Levanta e vamos para o aeroporto.

-Não vou ficar lá esperando por horas. Ainda dá tempo de uma rodada do meu esporte favorito. - Deixando de lado o computador, puxou minhas pernas para que eu caísse na cama e me atacou, já correndo sua mão para minha área particular. Deixei que me tocasse e flexionei as pernas, para logo em seguida empurrar seu tronco contra a cama e escapar de suas garras.

-Nem pensar! Preciso me arrumar e estou muito ansiosa!

Corri me aprontar, e depois de rirmos tentando fechar as malas que deixavam evadir grossos casacos, descemos para um café da manhã singelo, sem as guloseimas quentinhas da nonna. Tínhamos expresso tirado na hora por Luciano e pãezinhos meio murchos.

Anthony parecia ter rejuvenescido alguns anos. Sorria deliciado pela bagunça que todos ali faziam, vestido com jeans, um suéter gola v cinza e uma bota mais propicia para neve do que para o voo, com grosso solado de borracha e cano longo caramelo.

Escolhi meu modelito pela falta de espaço em levar a bota que eu tanto adorava. Nada cabia na mala então montei meu look em cima dela. Uma bota marrom, acima dos joelhos, que ornou perfeitamente com uma legging térmica cinza, uma regata com um decote canoa branca e um cardigã cinza mais escuro por cima. É claro que levaríamos grossos casacos para nos proteger do frio externo.

Giulia, Luciano e seus irmãos Lucco e Andrea também nos acompanharam no voo, mas somente os noivos tiveram direito a executiva, o que foi motivo de reclamações dos primos durante toda a viagem. A cada refeição, um dos primos passava pelo nosso setor vip para nos provocar, sobre os incomodados olhos das comissárias da Alitalia, que pareciam estar caindo nos encantos daqueles italianos galantes. Andrea até trocou de cobertor com o nosso, alegando que o da classe executiva era mais macio. Tudo para se divertirem, e antes de pousarmos em Milão, o comandante ainda nos desejou felicidades pelo casamento. Giulia tinha pedido que fizessem esta singela homenagem. O mais impressionante para mim foi como algo simples assim, deixou meu noivo tão feliz e emocionado. Seu sorriso estava estampado em seu rosto a todo momento, e beijos e declarações nos acompanharam toda a viagem. Sua mão não desgrudou da minha em nenhum momento. Gian tinha receitado somente meio comprimido da medicação para acalmá-lo, então ele pode curtir um pouco a viagem antes de apagar.

Giulia e eu estávamos tensas sobre as bagagens. Nada poderia extraviar. Além dos presentes, tínhamos nossos vestidos. Os homens se encarregavam de pegar as diversas malas e quando conferimos todos os volumes intactos, respiramos aliviadas.

O aeroporto de Milão estava ainda mais cheio que o JFK . Parece que uma nevasca na Suíça havia cancelado vários voos. Luciano sorriu pois se nevava forte na Suíça, isso seria sentido em Bellagio.

Saímos e ficamos esperando junto com Andrea e Lucco, os outros dois meticulosos alugarem os veículos para seguirmos viagem até Bellagio.

-Poderíamos ir de trem. Lá eu tenho um carro que podemos usar. - Dizia Andrea, mas Lucco já reclamava.

-Nem pensar. Preciso do carro do padre para resolver uns problemas por lá.

-Sei bem seus problemas... Usam saia e rebolam.

Destino#BellagioWhere stories live. Discover now