Capítulo 13

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Em minha frente estava minha mãe, seus olhos estavam negros e ela estava com um vestido vermelho longo. Ela gritava e sua boca se abria mais do que o normal.
Eu ainda estava paralisada com a cena que estava vendo. O que minha mãe estaria fazendo ali?

–Não abra essa porta Kimberly. NÃO ABRA.

Acordei com um susto, estava suando e minha respiração ofegante. Olhei para os lados e não vi nada, estava novamente em meu quarto.
Olhei para minha janela e o garoto não estava lá, eu havia sonhado? Mas parecia tão real.
Me levantei e coloquei um roupão e desci para tomar um copo de água.
O orfanato estava vazio, não havia sequer um barulho, o que eu achara estranho, pois meus amigos não dormem cedo.
Cheguei no refeitório e peguei um copo de água. Resolvi passar pela biblioteca pra ver se eles estavam por lá.
Nem um sinal deles, estranhei.
Olhei para o grande relógio na parede da biblioteca, 2:13 AM.
Voltei para meu quarto e deixei meu copo em cima do criado-mudo.
Me sentei na cama e olhei para a janela pra ver se via o garoto, e ele não estava lá.
Me deitei e fiquei olhando pra cima, fui ficando com sono e fui fechando meus olhos.

– Filha.

Abri os olhos rapidamente e me sentei na cama, em minha frente estava uma mulher, seus cabelos eram longos e loiros, sua pele era clara e seus olhos eram verdes. Logo atrás dela, saiu um homem, seus cabelos eram negros e seus olhos verdes. Eles me olhavam como se já me conhecessem e estivesse com saudades ou orgulhosos de mim. Fiquei os encarando e do meio deles saiu a menininha, seus olhos estavam negros e ela segurava a mão dos dois, eles sorriram e se viraram pra sair. Me levantei e os segui, assim que entraram pela porta de meu armário alguém gritou atrás de mim.

–Não vá atrás deles, isso é uma armadilha.

Me virei e atrás de mim estava minha mãe, e meu pai estava ao seu lado, atrás deles e meio distante estava o menino com seu rosto sempre coberto.
Virei novamente pra ver se o casal e a garotinha ainda estavam ali, mas já não estavam mais. Olhei para trás novamente e minha mãe estava em minha frente. Arregalei os olhos e fiquei a encarando. Seus olhos estavam negros e seus cabelos presos, ela me dava medo.

– Kimberly, não os siga, não faça nada do que eles peçam, você irá se arrepender.

Dito essas palavras, em um piscar de olhos ela sumiu, e ali dentro do quarto, só estávamos eu e o garotinho, que olhava em minha direção.
Ele veio se aproximando e parou em minha frente, pegou minha mão e me puxou para dentro do meu armário. Novamente estava naquela sala escura, onde em minha frente havia apenas uma porta.
Andei até ela olhando ao redor vendo se teria alguém que fosse me impedir, por fim, toquei na maçaneta. Fechei os olhos mas não senti nada, e não ouvi nenhum grito.
Abri aquela porta devagar e adentrei nela. Estava em um corredor, suas paredes eram laranjas e velas iluminavam o local. Fui indo em direção ao corredor e havia um tecido cobrindo o fim dele.
Parei em frente aquela cortina enorme e a abri devagar.
Estava em um lugar que não me era estranho, eu já tinha visto aquele lugar antes.
Estava em um hospital, em uma sala de parto, a moça que estava deitada era loira, e ela soltava gritos de dor. Ao lado de fora da sala de parto estavam meus pais, eles estavam segurando a primeira roupinha que o bebê usaria. E estavam com uma folha escrita "Seus tios estão ansiosos pela sua chegada".
Pela minha concepção, eles são tios do bebê que está por vir, e essa mulher que está tendo o bebê é a mulher que vi mais cedo com a garotinha, então eles estão esperando a garotinha nascer.
Mas o que eu tenho a ver com a vida dessa menininha?

Espero que estejam gostando. :)

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