Parte 1, Capítulo 1: Uma visão

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Era um dia como qualquer outro. O sinal tocou, eu saí da sala e fui direto ao pátio, para ter meus minutos de intervalo. Como iria gastar esse tempo? Comendo, é claro, e depois, umas fases de um jogo qualquer. Meu celular é bom pra isso, afinal... e não, eu não tinha nada melhor pra fazer.

Não fiquei muito tempo no pátio, porque logo me lembrei que teria companhia. Não que eu não goste dos meus amigos, é que já faz um bom tempo que eles me aperreiam pra voltar a desenhar. O problema é que eu não tenho mais inspiração pra isso, ela se foi já devem fazer uns dois ou três anos.

De qualquer forma, saí do pátio. E fui ao jardim do campus. Ninguém ia muito lá, e quem ia era o pessoal mais reservado e que queria silêncio. Tipo eu.

Era um dia agitado, com todo mundo preocupado em passar nas provas da semana (diferente do pessoal, eu estudo nos fins de semana), então eu achei que não haveria ninguém no jardim, e que todos estariam loucos estudando na biblioteca e nos blocos. Bom, acontece que eu estava errado, porque quando cheguei lá, tinha uma garota.

Eu nunca tinha visto ela na escola, mas também, eu não sei nem o nome dos professores (acho que devo ser mais atento). Ela era linda. Nunca tinha visto alguém assim. Usava uma roupa que parecia com as da personagem principal do jogo Ib: camisa social, lenço, saia... parecia uma colegial japonesa.

Estava sentada num dos bancos, de perfil, lendo um livro o qual eu não consegui ler o nome, nem identificar pelo que vi da capa. Estava tão distraída que nem percebeu quando uma borboleta pousou em seu cabelo.

Ao ver aquilo, pensei: "Taí algo que não se vê todo dia". Então corri para a sala em busca de papel e dos lápis de desenho. Eu enfim tinha o que desenhar: a dama do jardim.

A Dama do JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora