Kathryn
Se você pensa que no outro dia Austin apareceu na porta do meu quarto se declarando e dizendo o quanto me ama e que adorou o beijo roubado que eu lhe dei, você está muito enganado (a) . Ele não me mandou mensagem ou bateu na porta do meu quarto. Não que eu me importe. Não sei porque o beijei, foi algo totalmente impensado e estúpido. Provavelmente, foi a pancada na cabeça que levei. Portanto, isso nunca mais irá acontecer.
Depois de ter arrumado minha mala, verifico se está tudo dentro dela e a fecho. Calço meu coturno que era a única peça que faltava do meu look e abro a porta. Por ironia do destino, Austin abre sua porta na mesma hora que eu. Desvio o olhar e sigo em frente, sem dizer nem um "bom dia".
- Acordou de mal humor? - Pergunta atrás de mim.
De repente, sinto algo como uma infestação de borboletas no estômago. Por que isso está acontecendo? É estranho e a sensação é angustiante.
- Ele surge naturalmente ao ver você. - Retruco, mas sem irritação na voz.
- Achei que fôssemos amigos.
- Amigos? - Pergunto, arqueando uma sobrancelha.
- Sim. Não precisamos mais fingir que nos odiamos. Já passamos disso há tempos, e nós sabemos disso. - Ele me encara, e minhas mãos suam.
- Eu... - Engulo em seco. - Tudo bem.
- Quer ajuda com as malas? - Ele oferece.
- Não. - Respondo. - Não sou aquelas patricinhas que não consegue levar uma mala sequer.
- Hoje você está incrivelmente grossa. - Ele ergue às sobrancelhas.
- E você está incrivelmente... Fofo e gentil! Isso está me deixando nos nervos! Por que está agindo assim? - Pergunto, incomodada.
- As pessoas mudam. - Ele dá de ombros.
- Não do dia para à noite, Austin.
- Depende, se elas tiverem algo ou alguém as motivem a isso... - Ele diz, dando um passo a frente. Minha atenção se fixa em seu rosto. Austin parece estar sendo sincero, mas... ele ainda é ele mesmo!
- Você bateu a cabeça ou algo do tipo? - Pergunto, baixinho.
- Não, eu só... não quero mais ser o mesmo Austin de antes. O galinha e irresponsável. Acho que as pessoas que amo merecem muito mais do que isso. - Ele me encara nos olhos, profundamente.
Prendo a respiração. Ele quer dizer que... sou uma dessas pessoas?
- O que ou quem te motivou a isso? - Pergunto com o coração acelerado, quase saindo pela boca.
- Foi... - Epero por sua resposta mais do que tudo. Quero que ele diga que sou eu. E quero isso porque... porque talvez eu esteja apaixonada por Austin Buchmann Lancaster. Não sei como ou quando isso aconteceu, só sei que é real. Porém, não consigo ouvir sua resposta, pois o treinador nos interrompe.
- O que vocês ainda fazem aqui? O ônibus já vai sair! - Ele avisa. - Vamos, vamos logo! - Ele nos apressa. Olho para Austin, sabendo que nunca mais iria ter uma oportunidade daquelas e saí desconsolada. Ao entrar no ônibus, sentei na última cadeira do fundo, coloquei meus fones e encostei a cabeça no vidro da janela do ônibus, enquanto me afundava em turbilhões de pensamentos e sentimentos.
***
Luke
O dia está com uma temperatura agradável. O céu está cinza, e alguns pingos de chuva escorriem pela janela de vidro. Estou com preguiça de levantar por conta do frio, mas preciso ser rápido. Austin e Kathryn logo irão chegar e preciso explicar o motivo de Maya estar com a perna quebrada.
Me levanto, tomo um banho de água quente, visto uma calça de moletom preta e um blusão azul turquesa. Saio do meu quarto e entro no quarto de Maya sem fazer barulho, visto que ela ainda dorme. Maya está toda enrolada com o cobertor, seus cabelos ruivos estavam bagunçados e seu rosto demonstra cansaço. Com cuidado, vou até a janela e as abro. Em seguida, tendo acordá-la.
- Maya? Acorda. - Toco em seu ombro. Ela murmura algo indecifrável e me sento ao seu lado. - Ai, ai ... - Suspiro, sabendo que não será nada fácil acordá-la. - Vamos, Maya, acorda! - Puxo seu cobertor.
- Eu tô com frio! - Ela reclama, se aconchegando em mim. Levo um susto com sua temperatura corporal.
- Nossa, você está tão quente... - Toco em sua testa e pescoço. - Maya, você está com febre. - Confirmo minhas suspeitas.
- Uhum... - Murmura, deitando a cabeça em meu colo. Então, faço cafuné em seus cabelos por um tempo.
- Hora de acordar! - Me levanto, pegando Maya no colo. Ela reclama com murmúrios, mas não ligo. Coloco-a sentada em cima da tampa do vaso sanitário e digo: - Vou pegar sua toalha. - Entro no closet dela, pego sua toalha e vou deixar para ela.
Enquanto Maya tomava seu banho, eu preparava o almoço. Acordamos tarde, hoje. Depois de alguns minutos, ouço o som de algo caindo e Maya solta um grito. Corro até seu quarto, assustado, e vejo-a sentada no chão, com suas muletas perto do seu pé quebrado.
- O que aconteceu? - Pergunto, me agachando ao seu lado.
- Eu escorreguei. - Ela dá risada.
- Você poderia ter se machucado, não vejo graça nenhuma nisso. - Faço careta, imaginando que me sentiria culpado se Maya tivesse se machucado.
- Mas não me machuquei, eu estou bem. - Ela toca meu braço, me tranquilizando. - Ah, eu queria te agradecer por ficar comigo no hospital e estar cuidando de mim. Nunca ninguém antes fez isso por mim. - Ela sorri verdadeiramente, e eu me perco em seu sorriso.
É então que eu percebo. Adoro o seu sorriso, como ela ri por coisas bobas, seu cabelo vermelho, seus olhos magnéticos e até mesmo quando diacute comigo. E tudo isso porque... Estou apaixonada por Maya, e não sei como lidar com isso.
- Eu faria tudo de novo. Por você. - Afirmo, olhando em seus olhos. - Agora, deixa eu te levantar daí.
***
Maya
Luke me ajudou a levantar com cuidado, e quando finalmente fiquei em pé, me colocou nos braços, me levando até a cozinha. Durante a trajetória, pude sentir o seu cheiro, seus braços me apertando sem intenção de malícia, ao mesmo tempo me trazia um sentimento de proteção. Luke me colocou sentada no sofá e quando estava indo para a cozinha, a porta principal se abre, revelando nossos irmãos.
- Cheguei! - Kathryn anuncia, correndo para abraçar Luke.
- Espera, você quebrou a perna? - Austin pergunta, preocupado. - Por que não me disse nada? Eu teria vindo para cá no mesmo instante!
- Foi exatamente por isso. - Luke comenta.
- Não queríamos que você perdesse seu campeonato. - Completo.
- E como isso aconteceu ? - Kathryn pergunta também parecendo preocupada, aproximando-se de mim.
- Bem, eu... caí da árvore tentando me equilibrar enquanto lia um livro. - Digo baixinho, envergonhada.
- Nossa, o que deu na sua cabeça de ler um livro em cima da árvore? - Kathryn pergunta, desacreditada.
Então, de repente, os celulares de Austin e Luke tocam ao mesmo tempo. Eles se afastam para atender, e suas expressões durante a conversa não são nada boas. O que será que aconteceu?
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Literalmente Apaixonados [SEM REVISÃO]
RandomAustin e Luke são melhores amigos que sempre sonharam em entrar na Academy of Art da Vinci, em Londres, após o ensino médio. Agora, tendo concluído a escola, eles podem realizar seu sonho. Porém, seus pais lhe dão uma condição: eles terão que levar...