O que eu temia

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No instante em que Nill ficou imóvel e pálido soube que estava ferrado. Porra vou acaba com aquele merda.
- Qual o problema Nill.
Ele me olhou com aqueles lindos olhos azuis desconfiados e, pareciam magoados?
- O que eu não sei sobre você e o Adri? Sua voz saiu baixa.
- Vamos lá buscar nosso material depois conversamos sobre isso. Digo lavando o rosto e as mãos.
Nill acenou um sim e repetiu meus gestos, saimos do banheiro e fomos em direção a nossa mesa. Sentamos.
- E então me diz.
Eu sabia que não adiantaria tentar mentir. Então disse tudo.
- No início do ano, logo depois que começei a beijar meninos - fiz uma piadinha, mas ele não riu - Enfim eu descobri que era bi e fiquei com medo e confuso, principalmente pelo que já sentia por você, então contei ao Adri que as vezes tinha mais vontade de beijar bocas cujos donos eram homens do que o contrário - fiz uma pausa.
- Continue. Me disse.
- Certo, mais você promete uma coisa? Meu receio era óbvio.
- Oque é? O azul de seus olhos estavam congelados.
- Não vai ficar bravo comigo? Fiz cara de cachorro com apenas três pernas abandonado na chuva e com fome. Essa ninguém resiste.
- Tá bem. Foi tudo que consegui dele.
- Bom um dia estavamos jogando videogame lá na casa dele, ai ele me beijou e eu beijei de volta - disse sem jeito, eu não queria contar isso a ele - Ai o clima esquentou e acabamos na cama e o resto você pode imaginar.
Fiquei olhando seu rosto sério, não disse uma palavra, só balançou a cabeça concordando. Porra, era isso que eu temia.
- Nill? Disse aflito - tá tudo bem?
- Não, não está nada bem! Eu estou confuso e chateado, me dá um tempo para pensar em tudo oque está acontecendo.
- Está bem.

______________Nill__________________
Eu estou confuso, e principalmente com ciúme. Sera que ele não entende?
Por culpa do Jimi que agora eu estou me sentindo assim. Antes eu nem pensava em nada ele era apenas meu amigo, não brigavamos nunca. E agora? Eu não sei oque pensar, tenho vontade de socar o Adri, aquele filho da puta.
Mesmo eu tentando me controlar ideias indesejáveis me vem a mente, como por exemplo: o Adri é melhor que eu na cama? O Adri foi o passivo? O Jimi gemeu o nome dele como gemeu o meu? São esse tipo de coisas idiotas que estão me enlouquecendo.
Pego minhas coisas e coloco na mochila e saio da biblioteca. Jimi vem logo atrás com uma expressão sofrida. O que eu faço, não posso simplesmente aceitar isso numa boa. Tenho vontade de castiga-lo, sei que isso é errado, mais ainda assim quero faze-lo.
No corredor um grupo de garotas passam cochichando, vejo seus rostos interessados em Jimi. Elas apontas e dão risadinhas que as fazem parecer hienas, odeio elas e qualquer outra pessoa que olhar para Jimi.
Foi pensando coisas assim que um plano formou-se na minha cabeça, só preciso coloca-lo em pratica agora. Meu sorriso volta e já não me sinto mal como antes, afinal antes da meia noite farei com que todo meu sofrimento compense.

_______________Jimi________________
A expressão do Nill mudou. Eu estou observando-o atentamente desde que saimos da biblioteca e definitivamente a cara que ele fez agora me assusta um pouco.
- Ei Jimi, vamos lá em casa hoje? Fiquei chocado com a pergunta.
- Você não está bravo comigo? Não consegui evitar.
- Se digo que não será mentira, mais eu não estou furioso também, estou tentando entender. E tem mais uma coisa. Disse apontando para baixo.
Ele tinha uma bela ereção entre as pernas, quero dizer eu também sou homem e sei que ter uma ereção involuntária é foda. Tenho que ajuda-lo.
- Claro que sim. Digo com um sorisso malicioso - Vamos agora mesmo. Me empolguei com a ideia.
- Não, vem a noite eu tenho que ir compra umas coisas agora e o meu pai chegou hoje também, ai ele vai sair à noite para um encontro então ficamos com a casa só para nós. Seu sorriso pervertido é tão lindo.
- Tá bom. Mudando de assunto, quando seu pai voltou?
- Hoje de manhã.
Depois da sua proposta, adorável, diga-se de passagem, conversamos sobre seu pai e outras coisas sem sentido.
Me lembrei do meu pai, ele não viaja como o pai do Nill, mais ambos numca foram presentes na vida dos filhos. Meu pai vai do escritório para o apartamento e do apartamento para baladas e assim vai, eu quase não o vejo. Você deve estar sentido pena de mim né? Eu nem ligo mais para isso.
Meu pai começou a ser assim a uns cinco anos atrás quando minha mãe morreu e eu já me acostumei a vida que levo e acima de tudo eu tenho o Nill.
Nos despedimos em frente a casa do Nill, ele me deu um selinho, uau, evoluímos ele nunca fez isso antes.
- Você é meu. Foi oque ele disse no meu ouvido antes de subir correndo para a portaria do prédio.
Não sei quem é esse novo Nill, mais estou adorando.

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