O dia depois de amanha

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Quarta feira, dia do enterro do meu pai. Escrevi uma música pra tocar com meu violão no funeral do meu pai. Sou bem tímido mas o luto causa um sentimento de perda muito ruim que faz perder a timidez, não ligo para o que os outros pensam, pelo menos hoje. Eu sentia que minha casa estava faltando alguém meus irmãos não se implicavam mais.

Nesse dia meus olhos estavam vermelhos e inchados, causado pela insônia. terminei de me arrumar fui pro carro na garagem esperar minha mãe e meus irmãos.

Chegando ao enterro, muitas pessoas conversando um com o outro sobre o acidente que custou a vida do meu pai, muitos dando opinião falando o que ele poderia ter feito pra que naquela curva na ponte não fosse a última dele. Odiei isso, eles falam como se tivessem no momento achando que poderia ser melhor que meu pai e não cair no rio.

No momento do acidente estava garoando. Meu pai chegou no emprego dele onde ele era gerente. Precisava fazer compras pois no restaurante faltava produtos. O rapaz encarregado de fazer as compras e ajudar iria chegar atrasado nesse dia, ele ligou ao meu pai avisando . Então meu pai foi com pressa buscar os produtos. Estava garoando a pista estava molhada e numa curva da avenida South man que próximo havia um lago. Meu pai fez a curva correndo o carro derrapou na pista, capotou e caiu no lago que havia. Ele não morreu em conseqüência do capote do carro mas sim porque ele desmaiou e caiu no lago e se afogou. Disse minha mãe dias atrás chorando muito.

Muitos parentes que eu nem sabia que existia me falando palavras de consolo. Não só pra mim mas para Carolaine, João e minha mãe. Como se isso fosse melhorar meu estado. Se ao menos eles tivessem a noção que estou sentindo. Ninguém nunca sofre como você, muito menos familiares de longe que aposto que meu pai nem conhecia só de rosto e vice versa.

Mas claro eu respondia com delicadeza.

- Tommy seu pai com certeza está em um lugar melhor. Sinto muito pela sua perda - Dizia uma prima de terceiro grau do meu pai.

- Obrigado - Eu os respondia.

Muitos já falavam das lembranças com meu pai prestavam a sua homenagem a ele enfrente a todos. Logo minha avó me chamou pra prestar as minhas.

-Tommy preparou uma musica em homenagem a o pai - Disse a minha avó a todos que ali estavam.

Todos pararam e prestaram a atenção somente em mim

Tirei meu violão da capa, sentei numa mármore que havia ao lado do caixão do meu pai e toquei a musica que eu fiz pra ele que falava de todos os momentos bons e ruins que tivemos falei sobre o dia da sua morte, o momento que eu estava bravo com ele. Tudo isso em forma de melodia e no toque do meu violão. O nome da música que fiz era "I love until after the end"
Traduzindo "Te amo até depois do fim".

Quando terminei eu levantei abracei o caixão e disse,

- Fique com Deus, também te amo pai.

Em resposta no ultimo dia dele que ele me deixou na escola me despediu e eu o ignorei

Me senti melhor quando disse isso a ele mas lógico eu preferiria dizer o abraçando.

Quando terminei minha avó e meus familiares mais próximos estavam chorando, de alguma maneira a musica mexeu com eles também, comecei a chorar. Os familiares mais distantes me aplaudiram.
Começaram a enterrar o caixão esse momento foi horrível era real não tinha mais meu pai aqui comigo, foi a primeira vez que fui a um cemitério e me senti assim. E eu sei que não vai ser a ultima mas que não seja tão cedo. Não conseguia parar de pensar se a morte do meu pai foi angustiante, ou se ele desmaiou e se afogou sem sentir nada.

Esse dia eu pude me despedir do meu pai, queria que ele visse ouvisse a música que fiz pra ele, uma pena que eu só fiz depois que ele morreu.

Meu Remédio É VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora