Ah!

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Entrei no carro e pedi ao Peter para me levar ao centro da cidade, na cafeteria. Peter era meu motorista. Alto. 1,85 aproximadamente, cabelo loiro, olhos azuis, nada demais. Chegando lá, avistei de longe dentro do estabelecimento o Luke Jackson, filho do Peter Jackson, amigo do meu pai, no qual eu o fiz uma vergonha grande. Fiz o possível para me esconder, nas ele conseguiu me ver.
- Olá, senhorita Queen. Vejo que conseguiu sair do castigo - falou com um ar de deboche.
- Oi, é... Luke, não é?
- Isso. Como vai?
- Vou muito bem, obrigada. E você? - falei com ironia.
- Eu vou muito bem, ainda mais agora que me esbarrei com você no meio da cidade onde você nem teve tempo ainda de conhecer.
- Que bom, agora se me der licença... - falei, virando-me para trás.
- Opa, opa, opa! Para onde a senhorita pensa que vai? - pegou pelo meu braço com força.
- Quem você pensa que é para me segurar desse jeito hein? Não sou qualquer uma! Agora se você me der licença - falei, puxando meu braço para tentar soltá-lo de sua mão - Eu tenho mais o que fazer.
- Nananinanão! Volta aqui! Não terminamos de conversar - me puxou de novo com mais força, alterando o tom de voz.
- Eu já te falei que eu não tenho nada para conversar com você, seu idiota! Agora por favor, largue-me - falei também alterando o tom de voz.
- Ei! Você aí! - virei para trás e era o James - Não escutou a jovem moça?
- Quem você pensa que é, seu otário? - a paciência do Luke já estava acabando, tanto que ele me soltou e acabei colocando minha bolsa na bancada.
- Eu sou o namorado dela! E aí? Vai fazer o quê? - James falou, chamando-o para uma briga.
- Ou, ou, ou, rapazes - falei, tentando apartá-los - Vão com calma. Eu só vim pegar um café e nada mais. Não precisam discutir por minha causa.
- Bonitinha, fica na sua que eu sei o que estou fazendo! - Luke falou, dando um soco no rosto do James. Todos que estavam lá olharam para mim.
- Porquê você fez isso, seu idiota? Sai daqui, por favor! - falei desesperada, levantando o James do chão.
- Fica na sua, boneca porque o papo aqui é de homem para homem.
- Senhor, por favor! Retire-se do meu estabelecimento - o dono da cafeteria falou com o Luke, levando-o até a porta - O senhor já causou estragos demais por hoje.
- Isso não vai ficar assim, Kurt. Não vai - Luke falou com ódio e saiu da cafeteria.
- Vocês estão bem? - o dono do local perguntou.
- Sim, senhor. Desculpe o transtorno - falei me levantando e estendendo a mão para levantar o James.
- Acho que você me deve uma, mocinha - levantou-se, desajeitado.
- Bem, isso só vamos saber quando chegarmos na escola. Vou pedir ao Peter para nos levarmos. Aguarda só um momento. Enquanto isso pede aí um cappuccino para mim.
- Tudo bem.
Fui lá fora ver o motorista, mas ele não estava. Liguei e avisei que iria à escola com outra pessoa, mas não citei quem era.
- Pronto, senhorita - James saiu da cafeteria com a minha bolsa em uma mão e na outra uma bandeja com dois copos de cappucino.
- Eficiente - falei, sorrindo abobalhadamente. Peguei minhas coisas de sua mão, fomos até o seu carro e pegamos a estrada para o colégio.
- Então... James... O que foi aquilo? - falei, desconfiada.
- Aquilo o quê, moça? - ele não desgrudava os olhos do volante.
- Ah, você sabe... Na cafeteria. Porquê você me defendeu daquele jeito? E porquê disse que era meu namorado?
- Ah... Eu liguei para Lauren hoje de manhã e ela me disse que você não ia ao colégio hoje, então resolvi te pegar em casa, mas eu estava passando na rua e vi Jackson falando de forma não muito agradável com uma dama, que por sinal era você.
- Como você sabia que era eu?
- Sei lá, eu não vi que era você. Apenas vi o Luke falando diferente com alguém. É pessoal. Ele não gosta de mim porque sou o capitão do time de football.
- Entendi. Mas então, você teria feito aquilo com qualquer garota?
- Não... Não exatamente... Olha, é complicado - ele falou, começando a ficar um pouco nervoso.
- Mas eu não entendo! Me explica por favor! - implorei a ele, virando-me de lado no banco do passageiro. Ele parou o carro no meio da estrada de barro, na chuva.
- Porquê parou o carro? - Meu coração acelerou e meu estômago começou a embrulhar.
- Lyn, da primeira vez que te vi, sentada na penúltima carteira da sala, percebi que você era diferente - ele virou-se para mim e olhou bem nos meus olhos - e eu nunca vi alguém como você. Você é realmente especial - passou a mão nos meus cabelos, que escorriam pelos meus ombros, acariciando meu rosto - A verdade é que...
- Que? - Meu coração quase saltou pela boca.
- Eu estou apaixonado por você.

O Que Somos, Afinal?Onde histórias criam vida. Descubra agora