Meu Deus!

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O que eu senti naquele momento? De tudo um pouco. O coração acelerou, meu estômago se encheu de borboletas, comecei a suar, fiquei nervosa e ele percebeu. Pegou na minha mão e olhou nos meus olhos.
- E então? - ele ficou esperando uma resposta.
Abri a porta do carro e saí correndo com bolsa e tudo na chuva, na direção onde estávamos indo.
- Lyn, volta aqui! - ele gritou por mim, saindo do carro indo até a minha direção - Escuta, eu só falei aquilo porque eu não gosto de esconder meus sentimentos à ninguém, e eu queria que só você soubesse e ninguém mais. Eu só queria falar a você - ele falou pegando nas minhas mãos e olhando nos meus olhos - Você foi a melhor coisa que me aconteceu nessas últimas semanas. Lembra daquele dia no campo de football? A partir dali eu percebi que era você quem eu estava esperando todo esse tempo. Eu nunca tive uma namorada de verdade e eu quero que seja você, Lyndha. Desde que nos conhecemos que eu não paro de pensar um instante sequer nos seus olhos, no seu sorriso, no seu abraço quando eu pude te sentir pela primeira vez lá no campo, quando pode sentir seu cheiro doce, quando eu me senti não um garoto mimado, mas sim alguém que quer crescer ao seu lado. Mas você está disposta a crescer junto comigo, lado a lado?
Eu gelei. Fiquei paralisada e não saía nenhuma palavra da minha boca. Só conseguia olhar para o cara de 1,80 de altura na minha frente, enquanto eu só tinha 1,65. A chuva ficou mais forte que o normal, tanto que os pingos doíam na minha pele. Naquele momento, eu só tinha uma certeza: meu sentimento era recíproco, mas eu não conseguia falar. Então, após essas belas palavras, peguei as suas mãos, coloquei-as em volta da minha cintura e apoiei as minhas nos seus ombros, dando a volta no pescoço. Beijei-o com tudo o eu tinha de mais precioso dentro de mim. Seus lábios eram macios, intensos, e venhamos e convenhamos, ele beijava muito bem. Quanto mais eu o beijava, mais eu queria beijar. Depois de uns cinco minutos nesse transe no meio da estrada sem olhar para os lados, paramos.
- Posso considerar isso como um sim? - ele perguntou, sorrindo.
- Se você tem certeza que foi um sim, então considere - falei abraçando-o muito forte, tão forte que ele me rodou no meio da estrada. Quando ele me colocou de volta no chão, meu celular que estava dentro da bolsa estava tocando. Leda.
- Oi Leda. - Atendi na chuva mesmo, que já tinha dado uma trégua, fazendo sinal para o Jay ficar calado.
- Onde você está, minha filha? A Lauren já voltou da escola e está te procurando. Ela tá muito contente ao meu ver.
- Eu já estou indo. Chego em 15 minutos - o James acenou, apontando para o pulso, mamando eu falar vinte - 20 minutos Leda. 20 minutos.
- Certo, minha flor, mas não demore, ela está me deixando preocupada. É a primeira vez que a vejo assim.
- Pode deixar. Até já.
Desliguei.
- Você acha que daqui até a minha casa são quantos minutos? - perguntei.
- Uns 10.
- E porquê você mandou eu dizer 20?
- Para isso aqui - ele pegou no meu pescoço e me beijou mais uma vez.
Depois voltamos ao carro para irmos para minha casa. Ele me deixou no portão. Me despedi com um selinho e saí do veículo, que por incrível que pareça era um camaro. Toquei o interfone e pedi ao Peter para abrir pra mim. Ainda chovia muito.
- Senhorita, vejo que voltou feliz. Aceita dividir este humilde guarda-chuva comigo?
- Obrigada, mas não. Se já estou na chuva então é para me molhar mesmo - falei, entrando e correndo direto para a sala.
- Ledaaaaa! - Gritei feito uma louca.
- Pois não, - falou ela, apressando o passo da cozinha à sala.
- Onde está a Lauren? Tenho que falar com ela. É muito import...
- Graaaaaças a Deus você chegou! Não aguentava mais de ansiedade! - Lau falou, descendo as escadas - Venha comigo. Precisamos conversar - Saiu, puxando meu braço.
- Cuidado para não cair da escada, minha menina - Leda falou, prestando atenção no que a Lauren disse.
- Pode deixar, Lê. Me faz um chocolate quente, por favor. Eu desço já para tomar - falei subindo as escadas. Entrei no meu quarto e fui direto ao banheiro sem mais nem menos.

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