- Meu caro Ricardo... quando eu era jovem sempre fui muito pacato e não me meti em grandes aventuras. Mas houve uma história que nunca contei a ninguém. Nem à minha Nazaré que Deus tenha em descanso, achei que nunca valeu a pena.
- Diga senhor Ernesto.
Era o verão mais quente de que se tinha memória até então. Os banhistas afloraram à bela praia da Nazaré.
Estrangeiros que falavam uma língua esquisita, que não se entendia nadinha. Comunicavam por gestos muitas vezes para dizer aquilo que queriam dizer.
Os homens juntavam-se em bandos e iam espreitar as moçoilas que andavam em biquíni, com roupas diminutas que as mulheres portuguesas não usavam.
Vindas de Inglaterra, Elisabeth, Marie e Stacey estavam a passar uns belos dias de férias com os pais de Elisabeth na Nazaré.
As amigas estavam dedicadas às aventuras e achavam piada aqueles rapazes tão acanhados, com as hormonas a explodir e aos saltos.
Eram mais velhas que eles e tinham muito que se dizer.
Ernesto por muito acanhado que fosse, as raparigas não lhe eram indiferentes e tal como qualquer um dos rapazes olhava para elas com bons olhos de ver.
Quando chegavam do mar ou estavam a amanhar as redes, as amigas passavam por eles e mandavam pequenos risinhos sedutores, cheios de malicia e era quando não lhes enviavam beijos ao vento, como que a provocar uma onda frenética naqueles pescadores tão reservados.
O pai de Ernesto e os outros pescadores já se tinham dado conta que aquelas raparigas eram umas atiradiças e que se estavam a meter com aqueles bons rapazes, mas nada diziam.
Certo dia, as raparigas num português muito forçado quase impercetível quiseram dar uma volta de barco naquelas águas tranquilas, mas perigosas.
Ficaram todos a olhar uns para os outros, nunca pensaram ganhar dinheiro a passear turistas, mas se elas insistiam e diziam que pagavam, qual era o mal e todas três, mais os pais de Betty como era tratada Elisabeth, foram passear por aqueles mares tantas vezes navegados.
Pareciam contentes e relaxados. Elas sempre a mandarem olhares sedutores e a provoca-los visivelmente, mas os pequenos pescadores tentavam passar despercebidos, não queriam problemas com o casal inglês que lhes estava a pagar a viagem.
Depois desta viagem, parecia que tinha sido um passa palavra entre os ingleses e quase todos os que ali se encontravam quiseram, o mesmo.
Casais mais novos ou mais velhos, com ou sem filhos queriam andar nos barcos para navegar naqueles mares, e por pouco que fosse era um rendimento extra que se ia tornando moda.
Betty e as amigas estudavam todas num colégio interno em Bristol e gostavam de passar as férias na Nazaré, onde se sentiam livres para poder passear e conhecer rapazes.
Todos os anos regressavam lá, mas naquele ano sendo adolescentes rebeldes entregues à liberdade apenas no verão contrastante à proibição dos outros meses todos do colégio interno, sentiam-se livres para poder fazer o que quisessem.
A primeira a encontrar namorico de verão foi mesmo Betty com Ernesto. A inglesa era fogosa, não deixava espaço nenhum de manobra e Ernesto sentia-se quase que um brinquedo nas mãos dela.
Mas gostava da inglesa que tinha umas belas coxas e deixava mexer-lhe nos seios fartos. Beijava maravilhosamente e era muitíssimo atrevida.
O biquíni que envergava na praia era muito sensual aos olhos de Ernesto, cheio de folhinhos e sempre que podia esgueirava-se para a praia para se babar frente àquela visão de ninfa.
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O velho lobo do mar
General FictionO lobo do mar conta a história de um idoso que se vê afastado da sua vida de pescador e fica entre quatro paredes num centro de dia. Nesse local conhece um jovem psicólogo que tem tempo para ouvir as suas recordações e amores. O que Ernesto Cotovia...