Primeiro Assassinato

525 56 76
                                    

— Maldita!

Noah berra e Erick fica ainda mais apreensivo. Tinha medo do puro. Se Noah quisesse, mataria qualquer ser vivo existente naquela cidade. A alvorada ainda demoraria a acontecer, o que lhe dava tempo de sobra para descontar sua fúria como bem entendesse.

— Desgraçada! Vou separar sua pele da carne com uma faca de cozinha!

Erick olhou para baixo, implorando que Katrina emergisse do chão naquele exato momento. Estava indeciso: queria acalmar o vampiro ensandecido, mas tinha receio de virar um cadáver duro e gelado.

Se perguntou como seria quando os primeiros raios do sol atingisse seu corpo. Se tornaria um monte de pó sendo carregado pelo vento, como mostrado em alguns filmes? Ou seria pedaços aparentemente humanos espalhados, manchados pelo sangue tão escuro que poderia ser facilmente confundido com petróleo, iluminados por uma luz laranja-amarelada?

Que bela pintura seria, pensou ele.

— E aquele rato? Quero ouvi-lo gritar enquanto eu estiver extraindo todos os seus dentes, um a um. Vou arrancar sua língua com as unhas e assistir seu próprio sangue lhe matar.

Noah continuava a braguejar e Erick ficou ainda mais temeroso. Por ele, já que era o primeiro na reta caso Noah quisesse matar alguém; por Louise, que não foi nada sensata em afronta-lo daquela forma e pelo próprio Noah: se ele realmente matasse sua prometida, arruinaria sua existência pelo resto da eternidade.

Hã... Noah? Er... — tenta o pobre coitado.

— Ela acha que um humano vai protegê-la? Eu vou mostrar o quanto aquele segurança pode ser útil... — o moreno continua, andando de uma ponta a outra do pequeno beco.

— Noah? Então, er... Será que d... — o que ele falaria?

Pedir calma não era uma opção, definitivamente.

Não se atreva — Noah estancou no lugar, virou a cabeça em sua direção e sussurrou mordaz:

— A me dizer qualquer coisa.

Erick quase desistiu de tentar convencê-lo, quase. Noah era ruim, ele sabia. No entanto, Katrina era ainda pior. Preferia apanhar um pouco do filho a ter que enfrentar a fúria da mãe.

— De forma alguma. Só ia dizer que tenho uma idéia a respeito desse pequeno incômodo. Uma solução, pode-se dizer. — o loiro, pela graça de Lúcifer, conseguira falar sem vacilar.

— E o que tem em mente?

— Que tal pegarmos só o merdinha, por hora? — trincou os dentes quando viu Noah girando nos calcanhares. — Louise é arisca, mas não vejo muitas dificuldades em amansar a pequena fera. Vocês terão a eternidade para se entenderem, se é que me entende. — solta uma risada libidinosa.

Noah o encara com tédio, e o sorriso morre no mesmo instante.

— Vamos lá, Noah. Se fosse eu no seu lugar, ajoelharia no chão e agradeceria. Penso que você se divertirá com ela. Louise não é nada parecida com essas adolescentes sedentas por testosterona. Eu iria gostar de ter um jogo antes, um ensaio. Que graça teria se ela já caísse de quatro por você no momento em que o conhecesse, gritando com os olhos um "Me coma por favor, seu tesudo!"?

Sua voz ridiculamente afinada e implorativa arrancou de Noah um revirar de olhos. Mas ele precisava concordar com o mais "novo": tinha todo o tempo do mundo para colocar Louise em seu devido lugar. Era certo que ela lhe traria muita dor (tanto física quanto psicologicamente), mas de bônus poderia usar isso a seu favor, já que era uma ótima justificativa caso cometesse alguma chacina.

Amor MoribundoOnde histórias criam vida. Descubra agora