Por que diabos eu pareço um animal acuado no banco de trás do meu próprio carro deixando com que ele assuma a direção do veículo e do meu destino? E que tipo de conversa definitiva eu poderia ter justamente com o cara que me traz algumas das piores lembranças que coleciono da minha infância?
Meu Cristinho, isso só pode ser culpa da minha falta de sexo desde que reencontrei Eros Nóbrega naquela maldita boate. É como se Mateus e todos os homens do universo deixassem de me atrair tal qual esse idiota faz, de um jeito que me encontro completamente rendida.
Então vamos ao plano, Paula Moraes. Você vai pra cama com ele, vai deixa-lo te foder durante toda a noite, tira esse desejo ardente do seu sangue e amanhã sai à francesa como a bela covarde que você está se tornando.
Nada de discutir a relação que não existe, nada de ultimatos, nada de café da manhã na cama, nada de... ah, chega. Desse modo minha cabeça vai explodir.
– Por que está tão pensativa, Paula? Não está sonhando em voltar atrás, não é? Não adianta ficar brigando contra si mesma porque você sabe que o que há entre nós é forte demais para controlar.
Contra fatos não há argumentos.
– Estou apenas me perguntando se falta muito para chegar ao seu matadouro. Algumas partes do meu corpo parecem estar um pouco... apressadas.
Passo as mãos pelo meu pescoço, deslizando-a entre meus seios, e traço um caminho até alcançar o meio entre minhas pernas. Ele engole em seco, olhos arregalados pelo retrovisor, enquanto abro as pernas e passo a me tocar para sua apreciação.
– Você quer que eu bata a porra desse carro, sua malandra?
– Não. De modo algum. Quero apenas terminar o serviço que você começou.
Penetro dois dedos onde os deles estavam agora há pouco e gemo de prazer ao sentir-me preenchida, ciente de que tenho muito da sua tenção.
– Ah, merda!
Eros para o carro no acostamento, quase provocando um acidente ao desviar de outros carros, e me puxa do banco de trás como se eu fosse uma criança sapeca que precisa ser castigada.
– Sente-se aqui na frente, droga. Eu não estou brincando quando digo que estou prestes a bater o carro por causa da sua distração. Nós vamos fazer amor, sim, mas vamos fazer direito. Eu não vou te foder no carro porque isso não vai resolver o desejo insaciável que estou sentindo. Vou te foder forte sobre a minha cama.
Não é só você quem está em chamas, baby. Resolvo parar a provocação já que só aumenta o meu anseio e não há nada que eu possa fazer a respeito no momento.
Mando uma mensagem para Gui, dizendo que preciso dormir fora e ele me responde com um OK, deixando-me tranquilizada. Em menos de meia hora chegamos a um desses condomínios fechados modernos, muito diferente de onde moro com residências em modelos mais tradicionais.
Não consigo evitar um sorriso quando ele passa com tudo pela segurança e estaciona de frente ao prédio como se estivesse apostando uma corrida com alguém. O lugar é bonito, com design arquitetônico moderno e um jardim europeu abrindo caminho até uma grande porta de vidro.
Refletores verdes emergem do chão, dando um charme às paredes claras que recebem uma iluminação suave e decorativa. O apartamento dele não é tão grande quanto os jogadores de futebol costumam ostentar, mas provavelmente seja muito funcional para quem mora sozinho.
Ele sai do carro e, como um exímio cavalheiro que não é, abre a porta do carona para mim.
– Senhorita, bem-vinda ao meu lar, vulgo matadouro como você mesma diz.
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Eros: Quando a paixão entra em campo (lançamento disponível na Amazon)
RomanceEros Nóbrega é o zagueiro do Avantes Esporte Clube e considerado o melhor do país atualmente. O futebol está naturalmente em seu sangue, por ser herdeiro do clube onde joga, contudo nada veio fácil para ele. Todo seu sucesso teve que ser conquistado...