Bônus

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Taylor Kant

2 anos atrás:

- Você tem uma missão e acho que dessa você vai gostar. - Bourne fala com um sorriso malicioso.

- Se você diz isso é porque a tarefa vai ser boa. Pode passar os comandos.

- Um cartel e dois pontos de drogas em Los Angeles estão indo a falência. Está acontecendo muitas brigas, o carregamento de drogas e armas chegando incompleto, dinheiro sendo desviado, funcionários morrendo de overdose. Estão precisando de um chefe e de organização. É temporário, você sabe que não posso aparecer assim e que somente as pessoas de minha confiança eu mandaria para lá. Você é o único disponível, os outros já estão viajando a negócios. Que tal ?

- Ainda não vi a parte boa da história.

- Conhecer Los Angeles com tudo pago e ainda ser remunerado por isso não é uma boa ? - Ele nem me deixa responder e logo interrompe meus pensamentos - Você sempre foi um bom rapaz, porém de poucas mulheres, acho que vai gostar de conhecer Ava Cooper.

Bourne me passou um arquivo. Havia muitas imagens da tal Ava. Em casa, no supermercado, vendendo o seu carro, numa cafeteria, em uma livraria, fotos de todos os momentos do seu cotidiano. Ele sabia que eu era extremamente profissional e que eu, mais do que ninguém, me dediquei desde o início para o sucesso daquela "grande família". Então me lançou uma tarefa simples.

- Eu quero que você me traga essa garota. Nem que para isso você tenha que chantagea-la. - Olho para ele sem entender nada. E resolvo usar da ironia.

- Uma garota? - Pergunto analisando suas feições em busca de uma resposta, como ela não vem, completo. - Pensei que você gostasse das mais experientes.

- E eu gosto. Sem brincadeirinhas Taylor. Eu preciso dessa garota perto de mim. Você vai consertar os erros nos meus negócios primeiramente. Depois você vai dar um jeito de conhece-la. Não me importa como, eu a quero em New York, dentro da máfia em um mês.

- Dentro da máfia? - Pergunto incrédulo. - Então vai ser isso ? Vou chegar em uma desconhecida, falar sobre a máfia e obrigar ela a participar ? Espera aí Bourne, o que você quer ? Eu sou seu amigo e nunca questionei nenhum comando seu, mas essa história está muito mal contada.

Meu chefe me olha furioso. Eu nunca fui do tipo questionador, mas isso está muito estranho. Primeiro de tudo, por que ele iria querer uma menina na máfia? E segundo, por que esse menina tinha que ser uma inocente? Porque pelo arquivo ela nunca se envolveu com nada errado, sempre foi uma pessoa correta, como dizem por ai: ela tem a ficha limpa.

- Eu quero que a conheça. Faça uma proposta a ela de trabalhar conosco. E compre-a. Seja qual for o preço que ela pedir para ficar com o "trabalho", aceite. Traga ela para New York, treine com tudo que ela merece. Armas, locais, pessoas importantes, tudo sobre a máfia. Quero que ela esteja preparada para quando a missão final chegar.

- Já que é assim, tudo bem. - Pelo visto ele não vai me dizer nada. Prefiro encerrar a conversa e fazer o que ele mandou. - Quando viajo ?

- Amanhã. - Me olha com seriedade. - Você tem até um mês para me trazer a garota. Espero que consiga êxito na sua nova missão.

No dia seguinte, acordei cedo para arrumar as coisas para a viagem. Talvez fosse breve, ou talvez eu precisasse ficar um mês por lá. O vôo foi tranquilo. Cheguei a tempo de aproveitar para começar a organizar umas coisas. Fui ao cartel apenas analisar. As coisas estavam fora de controle mesmo. Os funcionários usando drogas durante o expediente de trabalho, gente saindo sem pagar, o cara do caixa retirando dinheiro, tudo fora do lugar. Não tomei nenhuma providência, estava cansado. Voltei para o quarto do hotel em que eu estava hospedado e fui dormir.

Usei as duas primeira semana para resolver as coisas nos negócios e aproveitei as horas vagas para observar de perto a garota. Ela quase não saia de casa e nem recebia visitas. A casa aparentava está abandonada, tinha a grama do jardim enorme, e muitas folhas caídas no chão, mas ela sempre esteve ali dentro.

No final de semana, tinha umas dívidas para cobrar, saí a procura dos futuros cadáveres. Primeiro foi uma garota de 20 anos, ela devia muito, estava tão destruída fisicamente que aparentava ter 40, a encontrei sentada na varanda de casa esperando por mim, ela já sabia o que eu tinha ido fazer lá. Depois vieram quatro caras e outra garota, os homens foram os que me deram mais trabalho. E por último foi Danny, ele foi o mais difícil para mim, já fomos parceiros e trabalhamos juntos por um ano, depois disso, ele foi trazido para Los Angeles e colocado como responsável por um ponto de drogas e eu continuei em New York tocando os negócios. Depois disso não nos encontramos mais e agora vejo Danny ali, tão impotente e arrasado pelo vício.

Entrei no bar e vi Danny me olhando assustado. Não imaginei que ele fosse reagir daquela forma, mas assim que me viu começou a atirar em minha direção, ele lutou pela vida. Após descarregar todas as balas da sua arma, ele saiu correndo pela porta dos fundos do estabelecimento e eu fui atrás. Acabamos em uma ruazinha escura, o local propício para terminar com aquilo.

- Eu já esperava a visita da morte, mas não imaginei que seria você. - Ele me olha enquanto sorri no efeito da droga que estava ingerindo quando cheguei no bar.

- Pois é, nem eu sabia que você era um dos meus alvos. Por que Danny ? Você sempre foi um dos melhores, sempre viu a morte dos mais fracos de perto, por que entrar nisso ? - Pergunto incrédulo.

- Eu não te devo explicações. Para falar a verdade eu não te conheço e nem sei o seu nome. - Ele fala num tom agressivo. - Você é um babaca, idiota, um assassino medíocre, sempre teve o Bourne com você e sempre morou num bom lugar, mas as coisas por aqui sempre foram diferentes e foi por isso que o Bourne me jogou aqui. Não olhe para mim com essa cara de pena, eu escolhi esse caminho, eu escolhi ser livre e não passar o resto da minha vida sendo submisso de uns merdas como você e o Bourne, eu escolhi ...

Eu interrompi suas palavras, o matei sem piedade. Enquanto olhava para o corpo de um cara que um dia já foi o meu melhor amigo e que havia se tornado um completo desconhecido, escutei um barulho. Olhei para o lado e vi uma mulher, seus olhos estavam ligados aos meus, ela não olhava ao redor nem muito menos demonstrava medo. Eu estava com um super problema nas mãos, aquela mulher viu e tinha que morrer. Com a arma em mãos, me aproximo dela pronto para terminar logo com aquilo e espero sinceramente que ela não seja escandalosa e não grite. Foi dito e certo, ela não expressou nenhum tipo de reação, era como se quisesse aquilo.

- A regra do meu chefe é clara, quem sabe demais tem que morrer. - Olhei para ela abismado. Era a tal Ava Cooper, como pode ser possível? Pois é, acho que o destino estava dando um jeito de simplificar minha missão.

- Não tem problema. Vai em frente e acaba logo com isso.

Ava Cooper não estava bem, sua aparência sofrida não me deixava mentir, seus olhos estavam perdidos e ela não sentia medo. Quando olhei nos olhos dela pude perceber o quanto ela necessitava de alguém para protege-la, então logo soube que não seria apenas uma missão. Dei as costas para Ava e segui em direção ao hotel.

Dias depois nos encontramos e eu propus que ela entrasse para a máfia. Achei que seria dificil, mas não foi, ela pediu para pensar, mas logo depois aceitou e não precisei nem chantagear ou ameaçar.

Atração SigilosaOnde histórias criam vida. Descubra agora