Capitulo 3 - Desejo

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VANYEL

Abandonado como sempre, destinado a viver na solidão, fiquei ali parado por horas olhando o verde sem fim, esperando que ela voltasse. Mas não aconteceu. Tranquei a porta e fui para o meu quarto repousar em minha cama Queen size, grande e vazia como o vazio da minha alma. Eu não sei se eu merecia uma outra visita, mas se tivesse a oportunidade diria a Jane que seu jeito me dominava. Era como se estivéssemos nascido um para o outro, existia uma sintonia em nossos olhos , senti as vezes em que nossos corações bateram juntos em uma simples troca de olhar. Eu estava me sentindo vivo. Rolei de um lado para o outro e não encontrava uma posição boa para relaxar. Então cruzei os braços atrás da cabeça e fiquei olhando para o teto branco até meus pensamentos me levarem a alguns anos atrás....

Dois homens brigavam na beira de um rio, o rio onde eu e meu pai costumávamos pescar quando eu ainda era criança. Tratava-se do meu tio e mais um homem, tudo isso por causa de um peixe que nem valia a pena. Eu com 13 anos e com medo fiquei escondido atrás de um pinheiro enquanto o homem e meu tio se golpeavam. Acredito que aquela briga devia ter outras razões além do peixe. Quando terminaram o homem sacou uma arma de sua cintura apontando o cano diretamente no rosto do meu tio, ele estava fraco e com o rosto coberto por sangue, já não tinha mais forças.­­­
- Por favor... não na frente do garoto.- ele se esforçava para falar e gemia.

O homem me nota atrás da arvore mas não esboçou piedade.
- Dane-se o garoto.-
Ouvi quando ele preparou a arma para disparar, com medo eu corri para não ver a cena, pedindo a Deus perdão por ter sido tão covarde. De repente me encontro em uma área verde e vazia, havia apenas grama e restos de roupas rasgadas como se alguém tivesse arrancado- as do corpo com muita força. Eu fico estupefato sentindo o medo me corroer por dentro. Era noite e a floresta estava escura, eu não tinha por onde correr e nem conhecia as trilhas para sair dali. Para o meu próprio desespero além do silêncio da noite e dos insetos na floresta eu escutei um rosnado abafado bem as minhas costas e quando me viro, vejo uma pata como a de um felino mergulhar em meu rosto. Apaguei.

Acordei soado levando minha mão encima de minha cicatriz, aquele foi o dia em que eu morri. Morri porque a vida que leva um Percannis não é vida! Juro preferia a morte a viver assim, isolado, tão distante de tudo por não conhecer a si mesmo. Minha garganta estava seca naquele momento, levantei para beber água na cozinha, quando ouvi um ruído estranho lá fora. fui até o gabinete do meu armário de parede, o abri, peguei o meu taco de beisebol e me posicionei como se fosse atacar. afastei a cortina branca da janela levemente para que eu pudesse espiar. Droga! Era mi Lord e não era bom sinal. O Lord Hansom só dava a cara quando alguma coisa não estava certa. Com certeza ele deveria ter farejado a Jane. Maldito seja seu cheiro tão forte e alucinante. Vi quando ele se aproximou da porta. Sua visita não era uma das melhores mas, seria pior se eu não atendesse. fui até a porta de pressa.

A abri.

- Boa noite mi Lord ! - Me reverenciei ao seu poder.

Ele era majestoso, trajava um sobretudo preto , e devia a ele o respeito não só por ser o Alpha mas também pela suas cicatrizes espalhadas no rosto e corpo ao qual descrevia suas histórias de batalhas. Ele permitiu com um gesto de dedo que eu me levantasse.

- Obrigado meu Senhor. -

Ele entra sem convite, caminhando pelos mesmos lugares que Jane andou. Ele farejou o ar fazendo uma expressão de satisfação. Fez um gemido.

- Como se chama a garota? -

- mi Lord, ela se chama...

- Jane. - Ele concluiu farejando o ar, fechando os olhos como se o cheiro o agradasse tanto quanto a mim. - Você disse alguma coisa a ela sobre você? -

Entre O Feitiço Ea Lua. - Em CorreçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora