Estava eu sentada na minha secretária a fazer umas coisas e a ouvir música. Estava sozinha e isso era uma coisa que eu adorava.
De repente ouço uma respiração ofegante. Pensava que era fruto da minha imaginação por isso não liguei. Mas tudo mudou quando não só ouvi mas senti aquela respiração no meu pescoço. Não quis olhar para trás porque eu era um pouco louca, achava eu, porque via coisas estranhas que ninguém via. Através do monitor do computador que se encontrava desligado vi uma sombra. Como poderia estar tão calma?
Pai? Disse eu… Naquele momento fiquei com um sono que nunca tinha sentido antes. Os meus olhos fecham-se lentamente e fica tudo escuro… Não sinto mais nada, não sinto o meu corpo, nada de nada. O que se estará a passar comigo?
Acordo com alguém a puxar-me fazendo-me rastejar. O meu corpo ainda meio morto passava pelo chão como uma vassoura a limpar um chão sujo. Tento falar mas é impossível, algo prendia os meus lábios um no outro sem os conseguir mover para dizer uma única palavra. Finalmente o meu corpo pára de limpar o chão e fico deitada. Estava apenas em pijama e com o meu corpo em contacto com o chão, este ficou gelado. Não sentia as minhas mãos, talvez por causa do frio.
Tudo o que os meus olhos captavam era uma sala branca. No seu conteúdo apenas tinha uma maca. Pergunto-me se estava no hospital mas seria impossível porque se estivesse num hospital havia pessoas em meu redor. Vejo um vulto. Quem será? A minha cabeça anda às voltas como se tivesse acabado de sair daquelas diversões da feira popular que nos fazem andar à roda. Ouço apenas uma voz rouca junto ao meu ouvido. “Está na hora”, foi o que ouvi. Sinto alguém pegar em mim pela cintura de uma forma bruta e desajeitada. Não me consigo por de pé. Que raio é que eu tinha tomado para estar assim? Meu deus, isto é tão confuso. Sinto que estou deitada outra vez mas desta vez não estava no chão. Sabia isso porque via-o a uma altura diferente. Começava a ganhar força nas mãos. Sentia uma adrenalina a correr-me nas veias mas não permiti que essa adrenalina se manifestasse naquele momento. A minha visão deixou de estar turva e começou a ver tudo com nitidez. Consigo ver o meu pijama às riscas azuis e brancas. Aquele vulto tornou-se agora numa figura humana. Via-lhe os olhos apenas, porque o resto do seu rosto estava coberto. Os seus olhos eram pretos como o carvão. Ele aproxima a sua mão do meu pescoço e consigo ver um bisturi. Sinto a fazer pressão no meu pescoço e sinto uma dor. Agora toda a adrenalina que tinha acumulado no corpo se iria manifestar. Dei um pontapé na barriga daquele sujeito e levanto-me rapidamente enquanto este fazia gemidos de dor, olho em redor e vejo uma porta. Corro até ela e esta encontrava-se aberta. Saio e começo a correr sem fim. Estava descalça e conseguia sentir o chão húmido e frio. Finalmente vejo uma estrada. Era-me desconhecida. Conforme ponho pé na estrada uma dor forte corre-me pelo corpo. Olho para a minha camisola e vejo que tinha sangue… Este vinha do meu pescoço que fora perfurado pelo bisturi. Paro no meio da estrada e coloco a minha mão por cima daquele golpe. Vejo uma luz, esta luz perfurava os meus olhos que parecia que me cegava aos poucos. Sai uma mulher do carro e ajuda-me a entrar neste. Não tinha forças para dizer que não queria entrar ali e tive de ceder. Percorremos um longo caminho até ao hospital. Essa mulher deixou-me em cima de uma maca e foi-se embora. Entro numa sala e estava outra vez sozinha. Será que não podia voltar para casa?
Entra uma pessoa naquela sala e vejo que me era familiar. Aqueles olhos pretos a perfurarem os meus como agulhas a espetarem o meu corpo. Vejo outra vez aquele objecto, o bisturi. Desta vez perfurou mesmo o meu pescoço e comecei a ficar sem ar…
Até que abro os olhos e apercebo-me que tudo não passou de um sonho.
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Nothing Could Be Worst (Zayn Malik FanFic) *TERMINADA*
Mystery / ThrillerO que tu eras e como ficaste. A rapariga estranha com desejos estranhos torna-se numa rapariga frágil e com vontade de ser amada. Um simples sonho pode fazer com que a tua VIDA INTEIRA mude PARA SEMPRE (#423 in Mistério / Suspense -->24/06/2015)