Capítulo 2

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Acordo com a respiração ofegante e estava a transpirar… Este sonho foi um dos piores que já tive. Ainda era cedo para estar acordada, eram apenas 6h da manhã… Volto a tapar-me e fecho os olhos para tentar adormecer. Tentativa falhada. Aquela cara, aquele objeto, todas essas imagens não me saem da cabeça. Tudo me FASCINA. Como será isto possível? Estou fascinada com aquele objeto e com aquele homem. Será que ele existe? Já vi que não vou conseguir dormir outra vez.

   Levanto-me da minha cama e vou tomar um duche. Não é a primeira vez que tenho sonhos assim, com o mesmo tema e com a mesma pessoa. Quer dizer, eu nunca vi a sua cara mas sei que é ele. Deves pensar que isto são pesadelos… E são, mas para maior parte das pessoas. Para mim são sonhos que eu não me importava de os ter todas as noites. Quero saber quem é aquele homem e quero saber o porquê de me querer matar. Estava mesmo a precisar de tomar um duche para poder refletir naquele sonho.

   Acabo aquele duche de 10 minutos e vou para a cozinha fazer o pequeno-almoço. A casa vazia, sem mais ninguém, era outra coisa que eu adorava, e isto fez com que hoje, com 19 anos, viva sozinha numa casa no meio de uma floresta sem ninguém por perto.

   Às vezes acho-me uma pessoa não muito normal… Mas quem é que gosta de ter estes sonhos assim e de viver sozinha sem ninguém? Tenho apenas 19 anos… E não, não tenho medo da morte…

   Sou jornalista estagiária e trabalho desde os 18 anos… Tive uma discussão com os meus pais e decidi sair de casa. Com o dinheiro que tinha na minha conta comprei esta casa e desde então estou aqui, sozinha no meu mundo. Tenho duas irmãs, ambas mais novas… De vez em quando vou passear com elas, apesar de tudo, quero ser uma irmã presente. Se queres que te diga já não sei bem o motivo da discussão com os meus pais mas na altura foi muito mau. É óbvio que falo com eles mas não como uma relação normal entre pais e filhos. Apenas nos falamos por telefone e só às vezes é que vou lá a casa jantar para estar com as minhas irmãs e falar um pouco com eles. Apesar de tudo, eles continuam a ser os meus pais…

   Acabo de fazer o pequeno-almoço e vou disfrutar deste para o sofá. Acendo a televisão coloco o comando ao pé de mim, pego numa almofada e coloco-a em cima das minhas pernas “à chinês” e coloco a tigela de cereais em cima da almofada e começo a comer. Na televisão estava a dar um filme… Não era muito interessante mas mesmo assim continuo a vê-lo.

Quando estava quase a acabar o meu pequeno-almoço, o telefone toca.

- Estou?

- Bom dia, filha… - era a minha mãe.

- Olá mãe… Passa-se alguma coisa?

- Não, era só para saber se estavas bem… A Mandy perguntou por ti e eu decidi ligar-te.

- Ah, está bem… Sim eu estou bem mãe, posso falar com a Mandy?

- Sim claro, filha.

A Mandy era a minha irmã mais nova… Tinha apenas 6 anos e ela estava sempre a perguntar por mim aos meus pais.

- Kim? – A sua voz era tão doce… Só ela me tratava por Kim. Todas as outras pessoas me tratavam pelo meu nome, Kimberly.

- Olá Mandy! Estás boa?

- Tenho saudades tuas mana… Quando me vens buscar um dia?

- A mana está com muito trabalho, mas um dia vou-te buscar está bem?

- Está bem… Olha, vou passar à mãe que ela quer falar contigo…

- Adeus Mandy… E não te preocupes que um dia vens aqui a casa da mana.

- Ok… Kim?

- Sim…

- Adoro-te mana…

- Eu também Mandy…

- Kimberly? – diz a minha mãe com uma voz trémula

- Sim?

- Estás mesmo bem?

- Sim, mãe. Não te preocupes…

- Não queres vir aqui jantar?

- Hoje não posso, mas talvez amanhã vá. Eu depois digo alguma coisa.

- Está bem… Adeus Kimberly…

- Adeus mãe…

   A chamada terminou. A minha mãe sempre foi muito carinhosa. Depois de ter saído de casa a minha mãe ligava-me todos os dias. O meu pai… Bem o meu pai é diferente. Quando decidi sair de casa ele nunca mais me ligou e cada vez que vou lá a casa ele apenas me diz o essencial, como bom dia, estás bem e poucas coisas mais. A nossa relação ficou muito fria.

   Acabo de tomar o pequeno-almoço e coloco a tigela em cima da mesa e continuo a ver o filme. O filme termina e eu vou lavar a tigela do pequeno-almoço. Conforme coloco a tigela em cima da mesa o telefone toca novamente.

- Estou?

- Bom dia…

- James?

- Hey Kimberly… Estavas a dormir?

- Não… O que se passa?

- Tens de vir para a empresa. Foi encontrada uma rapariga morta e estão a precisar de um jornalista para ir para o local…

- Ok, fazes parceria comigo?

- Claro! Por isso é que te liguei!

- Ahahaha, está bem. Então dá-me 20 minutos e estou aí, ok?

- Até já Kimberly…

- Até já James…

   Desliguei o telefone e foi pô-lo na sala. Limpei a tigela com o pano e fui até ao quarto para me arranjar. Apenas me faltava arranjar o cabelo e pôr perfume… Ah, e também tinha que trocar de roupa, porque não podia ir para o trabalho com um top e umas calças largas… Tinha de ir apresentável. Vesti umas calças de ganga, uma camisola branca e vesti o meu blazer preto. Calcei uns sapatos de salto alto que costumava usar.

   Saí de casa com o telemóvel no bolso e com as chaves do carro na mão… Tenho carta de condução, tenho uma vida muito independente…

Quando cheguei à empresa o James estava à minha espera no meu escritório… 

Nothing Could Be Worst (Zayn Malik FanFic) *TERMINADA*Onde histórias criam vida. Descubra agora