O que eu fiz?

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"Sei que fiz tudo errado mais foi
Tudo sem querer nunca passou
Pela cabeça magoar você.
As vezes a gente nem percebe
E erra sem saber, o que é
Que custa pelo menos tentar entender..."
- Aviões -

#Paulo

Acordo com a pior dor de cabeça do mundo, não lembro de praticamente nada da noite anterior. Tomo um banho e desço pra cozinha. Onde encontro minha mãe com uma cara nada amigável.

— Bonito pra você Paulo. - Falou minha mãe. — Quando passo pela sala vejo você jogado no meu sofá fedendo a bebida, parecendo um morador de rua. Ainda por cima, tenho que praticamente te carregar para seu quarto para que teu pai não te visse daquele jeito.

Minha mãe se chama Tereza Gusmão, ela é médica só que mas parece mais um sargento do exército. Minha mãe se preocupa muito com a imagem da família perfeita, contando que eu não fizesse nada que manchasse a imagem da minha modelo, ela nem lembraria que eu existo. Já não posso falar o mesmo do meu pai Dr. Marcelo Gusmão...

— Mãe...

— Era pra ter te deixado lá, para quando seu pai acordasse, te ver naquele estado deplorável.  E o meu abajur? Todo quebrado. Era uma lembrança da sua avó! O abajur que sua avó mais gostava.

— Mãe eu...

— Cale a sua boca! - Gritou. — Nunca mais tá me ouvindo, nunca mais quero ver você daquele jeito. Você é um jovem brilhante, bonito, inteligente, um futuro Doutor agindo assim? Dessa vez passa, da próxima é você e seu pai e você sabe muito bem como ele resolve os problemas.

— Desculpa mãe... - Disse baixando a cabeça.

— A Lurdes - Funcionária. — Já arrumou tudo na cozinha, até porque não iria passar a noite te esperando pra jantar. Se quiser comer algo prepare você mesmo. - Voltando com um copo de água para o seu quarto.

— Porra, bebi demais, será que o Rafa também ficou assim?

Tava com a boca amargando tanto que só desceu somente uma fatia de torta e quase um litro de suco. Tomei um remédio para dor de cabeça e fui me deitar. Olho no celular e já passa das 21:00...

— Caraca apaguei mesmo. - Fiquei assustado pelo tanto que dormir.

Liguei para o Rafa e nada dele atender, achei que como eu ele devia tá bem cansado e talvez esteja dormindo. Continuei deitado tentando me lembrar da festa e aos poucos fui lembrando.

A pequena discussão no carro... bebida... a boate maneira... bebida... Rafa... bebida... discussão... soco... vômito... Rafa chorando. Até que caiu a ficha...

— O que foi que eu fiz? - Pulei da cama com o celular na mão.

Liguei várias vezes e nada do Rafa me atender. Não queria acreditar na burrada que eu tinha feito. Liguei para o Gusta perguntando se ele ficou sabendo de algo, ele disse que não. Me bateu um desespero, fiquei com medo, quando lembrei do que Rafa falou, que ali era o fim da nossa amizade. Nessa hora foi embora a ressaca, a dor de cabeça e o sono. Fiquei ligando até altas horas e nada...

— Que porra eu fiz? Ele não vai me perdoar.

Nisso eu fiquei até duas da manhã, quando finalmente cair no sono. Acordei já passava das 9:00 horas da manhã de um domingo quente, por um momento pensei ter sido apenas um sonho, que infelizmente não era e sim, um pesadelo só que eu estava acordado. Desci para tomar café e lá estava somente meu pai...

— Bom dia pai.

— Bom dia.

— Cadê a minha mãe? - Estranhei pois ela é sempre a primeira a chegar a cozinha.

Mais Que Amizade (Romance Gay) Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora