Um dia talvez!

Capítulo 3

      Neli, aparentemente feliz, volta da lua-de-mel com muitas esperanças de uma vida nova dedicando-se ao seu trabalho com amor, e Felipe feliz havia encontrado na esposa a mulher ideal que carinhosa, alegre, discreta e elegante o encantara mais ainda depois do casamento. Os dois trabalhavam muito, mas sempre que possível estavam juntos em casa, fazendo planos para o futuro. A dúvida era se teriam filhos e quando, agora ou mais tarde?

- Felipe, nós temos uma vida atribulada e nosso casamento é recente. Pense bem, precisamos nos adaptar um ao outro, conciliar nosso trabalho, eu acho que seria precipitado termos um bebê agora, vamos aguardar um ou dois anos para que tenhamos condições de nos dedicar a ele, tendo melhor condição financeira e mais tempo para curtirmos essa relíquia.

- Às vezes eu penso que ganhei na loteria me casando com você. Será que todas as mulheres pensam tanto assim antes de agirem ou só você é assim?

- Eu espero que você não saia por ai para ter certeza dessa sua dúvida. Sinceramente eu gostaria mesmo que todas pensassem muito bem antes de por uma criança no mundo, porque um filho é uma responsabilidade, tem que ser amado e não se tornar um problema. Por enquanto é melhor você se sentir o ganhador da loteria comigo e deixar as outras para os outros.

- Eu estou muito feliz com o meu prêmio – e abraçando Neli, beija-a com ternura – eu te amo muito!

Neli retribui o carinho do marido e diz:

- Eu também te amo querido.

Num domingo, durante o almoço em família na casa de Marta, o assunto foi abordado e Nestor aprovou a decisão de ambos, ao passo que Marta decepcionada diz:

- Mas agora que eu estava entusiasmada em ser avó brevemente. Puxa, vou ter que esperar dois anos. Isso porque ela gosta de crianças, imaginem se não gostasse.

- Exatamente por isso, por amar as crianças é que eu prefiro tê-las quando tivermos mais condições da criá-las bem.

- Já melhorou, ela disse tê-las. Isso quer dizer que será mais de uma – diz Marta – me animei, agora dá pra esperar. Ah! Ah! Ah!

E os quatro riram muito com a brincadeira de Marta.

Quando os homens foram para a sala, Marta pede para que Neli se sente novamente e pergunta:

- Filha, você está realmente feliz, acha que fez o que era o melhor pra você?

- Tenho certeza mãe, o Felipe é uma pessoa especial e estou certa que me ama e me fará muito feliz. Não se preocupe eu estou bem e o futuro me fará amar essa pessoa maravilhosa.

- Deus queira filha, se você está dizendo isso do coração e não da razão, eu acredito.

- Por enquanto mãe eu estou lutando para me manter firme no propósito de ser feliz, o passado ficou no ontem, e agora, esta nova Neli será feliz pra sempre.

Marta abraça a filha e as duas vão para o quarto que era de Neli pegar algumas coisas que ficaram, mas que ela queria levar para seu apartamento. Entre tantas coisas, uma caixa chamou a atenção de Neli que disse:

- Por favor, mãe essa caixa deve ficar aqui. Não quero tê-la em casa, mas não a jogue fora, está bem? Preste atenção guarde-a bem escondida, não mostre nem ao papai e não deixe que Felipe a veja jamais.

- Mas o que tem ai, um tesouro escondido? – e Marta abre a caixa e vê várias fotos dela e Fernando desde crianças. Neli puxa uma das fotos que é de sua formatura e eles estão abraçados dançando. Seus olhos se enchem de lágrimas e ela pede à mãe que feche a caixa depois de colocar aquela foto no lugar.