Capítulo 10

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Quando Neli chegou à casa, as crianças alegres queriam brincar com ela e, apesar de cansada, divertiu-se com seus filhos chegando a fazer o impossível para conseguir entrar na cabaninha montada por eles e do tamanho deles. Apesar de todo cuidado ela conseguiu derrubar tudo e eles se divertiram quando ela disse: - Desculpe, foi sem querer!

Por mais de uma hora ela fez a vontade deles e depois Bruna avisou que o jantar já estava quente e todos se sentaram à mesa sob protesto.

- Obrigada por fazer a minha parte, afinal, você é a babá não a cozinheira.

- Foi um prazer vê-la brincar com eles e como estava na hora do jantar, eu resolvi esquentá-lo afinal ele já estava pronto.

- Se não fosse a Léa que está comigo, como auxiliar doméstica, desde que Flávio nasceu eu não teria condições de administrar meu trabalho e as tarefas domésticas, como fazer comida e principalmente as compras.

- É verdade! E agora com a clínica vai ser pior ainda!

- Não Bruna, eu irei ao hospital pela manhã, farei a visita aos pacientas dos sete às oito horas e atenderei as consultas até ás doze horas. Sairei de lá direto para a clínica até as dezoito horas. Eu estarei aqui no horário de sempre.

- Mas o seu trabalho no hospital será mais corrido, não é?

- Sim! O que eu fazia o dia todo, eu farei na parte da manhã.

- Puxa! Será difícil.

- Não, eu terei que ser mais objetiva, é só.

- Está bem! Veja como as crianças estão mais quietas. Eu acho que estão com sono, hoje eles brincaram muito, os dois chegaram da escola bem sujinhos.

- Muito bem crianças, é hora de dormir. Cadê meu beijo e meu abraço – diz Neli.

Os dois fazem o que ela pediu e vão para o quarto sem protestar o que significa que Bruna tinha razão, eles estavam cansados e quase dormindo em pé.

Neli tirou a mesa, ajeitou a louça na pia para que Léa lavasse no dia seguinte. Sentada na sala sem ligar a TV e em silêncio, ela ficou pensando em Fernando que disse ser sobre eles o assunto do jantar no dia seguinte. O que será que ele quer lhe dizer?

Na madrugada o telefone toca e Fernando atende assustado:

- Alô! O que aconteceu pai?

- Sua avó filho, não deu tempo da ambulância chegar. Estamos aqui no apartamento deles, o médico disse que ela já tinha falecido quando eles chegaram. Seu avô está em choque, ele só reza e reza sem parar. O médico da ambulância deu uma injeção nele e parece que nada sentiu.

- Calma pai! Você também está nervoso. Eu estou indo, não saia de perto do vovô e da mamãe, já estou indo.

Quando Fernando chegou, Paulo havia ligado para o cardiologista de Inês, para dar-lhe a notícia, e ele chegou logo depois em tempo de conversar com o médico da ambulância que examinava os exames dela.

- O coração dela estava fraco e não resistiu mais. Estávamos fazendo o possível para adiar esse desfecho.

- Eu já preenchi o formulário de atendimento e com a sua colaboração já temos a causa da morte. Obrigado doutor, agora não haverá nenhuma duvida.

Vitor olha para o cardiologista e diz:

- Ela desistiu doutor. Não há mais nada a fazer, eu não tenho mais a minha Inês.

Um dia talvez!Onde histórias criam vida. Descubra agora