Capítulo XXVII

133 9 14
                                    


Sabe aqueles momentos que você decide pensar na sua vida e em todas as pessoas que te cercam? Pois é, é exatamente isso que estou fazendo agora no meio da madrugada em cima do telhado.

Bom, estava pensando sobre a confusão de mais cedo. É incrível como pessoas gosta de se divertir a sua custa. Não estou julgando ninguém pelo o que aconteceu, e nem colocando a culpa em ninguém. Mas se tivéssemos um pingo de compreensão para com o outro aposto que aquilo não tinha acontecido.

Se Nathi não tivesse interpretado tudo errado, se Luan não tivesse feito aquele escândalo, se Cadu fosse mais compreensível e tentasse entender o lado do próximo, se Léo fosse mais solidário e não deixasse a briga começar, se Max fosse menos pervertido e eu, bem, se eu tivesse um pingo de juízo as coisas poderiam ser diferente.

Mas será que eu quero que as coisas sejam diferentes?

- Olha maninha, eu quero me deculpar. É sério, eu falei aquilo sem pensar. Não queria te ofender. - Cadu implorava meu perdão tentando explicar o por quê de ter agido daquela maneira, o por quê de ter me chamado de puta.

Depois disso eu o xingo todo. De todos os nomes possíveis que possa aliviar a raiva que eu estava sentindo. Depois eu volto ser normal:

- Olha Carlos Eduardo... - falo o nome todo só para causar impacto; e acho que deu certo pois ele arregalou os olhos - Estou muito chateada com você. Nunca pensei que logo você meu irmão que me conhece melhor que ninguém iria me tratar com tanta baixaria. Sério mesmo, fiquei decepcionada com você. Você sabe muito bem o que acho sobre tudo isso não sabe?

- Eu sei Jehs, mas..

- Espera eu terminar. - respiro fundo - Você sabe que odeio machismo. E isso foi horrível. Julgar uma mulher só porque ela mantém relações sexuais. Isso é baixaria Cadu. E mesmo se tivesse acontecido algo com o Max, você e nem ninguém tem o direito de me diminuir por isso. É o meu corpo, minhas regras. Isso é questão de respeito.

- Eu só queria te proteger, irmã.

- Não Cadu, você não queria. Sabe porque? Pois se você estivesse preocupado mesmo com meu bem-estar você teria sentado comigo e procurado saber se eu tinha me cuidado. Mas você nem mesmo sabia que eu sou virgem até pouco tempo atrás.

- E o que você fez? Partiu para a agressão sem mesmo saber o que aconteceu, você ouviu algo e pronto, tentou bancar o heroi. - olho pra ele e balanço a cabeça negativamente

- O problema Cadu, é que eu não precisava de um herói. Pois eu não sou uma donzela e não estava em perigo. - falo terminando meu discurso fenomenal.

- Eu sinto muito.

- E bom, antes de mais nada, vou te dizer e espero que você entenda: a vida é minha, e se eu quiser por algum motivo ter relações com alguém eu espero que você não haja como um selvagem. Meu corpo minhas regras. Se quer me proteger faça da maneira certa, e não me julgando como você fez hoje. E espero que isso não repita mais nem comigo e nem com nenhuma outra mulher.

- Tudo bem. Eu agi como um idiota mesmo. - ele faz uma carinha de cachorrinho de rua - Prometo que isso nunca irá se repetir. Você me perdoa?

- Olha... - dou aquele sorriso de VOU QUERER ALGO EM TROCA - Podemos negociar o seu perdão. O que acha?

- Você não presta mas eu aceito quaisquer condições.

- Primeiro você vai pedi desculpas para o Max, segundo você vai por uma semana trazer café na cama pra mim, terceiro você irá ter que me acobertar em todas as minhas fulgas, quarto... - e por aí foi minha lista do perdão. Eu sou difícil gente, e pra me conquistar tem que suar.

DRAMA ADOLESCENTE*Onde histórias criam vida. Descubra agora