Capítulo XXXI

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- Espera, você está me dizendo que o Max, o meu Max... - ele me olha estranho, então me corrijo. - Quer dizer, o meu amigo Max, foi com quem Luciana o traiu?

- Exatamente.

- Então é por isso que particularmente vocês se odeiam?

- Bom, é.

- É muita coisa pra guardar. - falo sincera encarando a noite escura, fria. - Eu não acho que Max fez de propósito, sabe? Tipo, eu o conheço a anos. Tudo bem que ele é um cafajeste de carteirinha, mas jamais ele fez algo parecido, como pegar a mulher dos outros. Isso é o tipo de coisa que Max jamais faria.

- Você está o defendendo, Típico! - Léo rebate com uma certa amargura na voz.

Depois da cena embaraçosa, de Léo pegando na minha mão e tudo o mais, ele se abriu comigo, me contando tudo. Todas as suas inseguranças, seus medos, o vazio que sentia depois que a mãe foi embora, todos os seus sonhos e claro, a sua desastrosa relação passada com Luciana, que o traiu em uma festa, com ninguém menos que Max. Max Venturini.

Para ser sincera, não conseguir entender até agora o porquê de Leonardo, o cara que até então não me surpotava, se abrir assim comigo. Confiar em mim me contando toda sua vida. Eu estou até com um certo receio esperando o que vêm por trás disso. Pois veja bem, à dias atrás, Léo praticamente me odiava, não conseguíamos ter uma conversa digna de seres dotados com o polegar indicador, e agora, de repente temos um ótimo dia e ele chega em mim dizendo que precisava, necessitava se abrir comigo pois confiava em mim como não confiava à tempos em ninguém. Que minha presença o fazia bem em espírito.

Qual reação eu poderia ter? Eu não consegui falar nada enquanto ele me falava do seu ex namoro fracassado, da sua mãe que os deixou sem mais e nem menos, e o medo e insegurança que tinha de ficar sozinho, de ser um fracasso pela a vida inteira, um ninguém.

De início me sentir super mal por está ouvindo tudo aquilo. Aliás, nem éramos amigos de verdade, pelo menos é o que achava. Porém depois, me sentir mais mal ainda pois ele estava se abrindo comigo e a única coisa em que eu me limitava a fazer era concordar discretamente e ficar em silêncio.

Foi só depois de um bom tempo com Léo falando, e quase se deixando se levar pelas as emoções, que eu o abracei. O abracei como abraçava Max. E ele retribui. Retribuiu tão calorosamente que, por um segundo pensei que ali era o lugar onde eu deveria está em todo mundo. Eu estava desesperada por tais pensamentos, afinal, eu nunca tinha visto Leonardo o cara mais arrogante que conheci até então, tão frágil. Tão... tão ele. Sem máscaras. Sem esconderijo.

Eu nunca tinha conhecido essa parte dele.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Vai fundo.

- Bom, é que aquele dia lá no cinema, não tem? - Léo faz que sim com a cabeça. - Então. Max me disse uma coisa que me intrigou um pouquinho.

- O que aquele inútil disse? - Bato de leve no seu ombro e ele se corrigi. - Desculpa. O que o Max disse?

- Disse que era para mim tomar cuidado com você, pois você estava só me usando para lhe atingir. Eu sinceramente não entendi o que ele quis dizer com isso.

Permanecemos em silêncio, então prossigo.

- Pois veja bem, de início eu imaginei que era por conta que nós éramos amigos e que, como você não o suporta por causa da Luciana e tudo mais, você acabaria descontando a raiva em mim. Mas Max e eu não temos nada sério além de amizade, e não teria motivos para você, sei lá, como ele disse, me usar para atingi-lo. Não é mesmo?

DRAMA ADOLESCENTE*Onde histórias criam vida. Descubra agora