Capítulo XXXIV

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- Jéssica! Escute. Para de paranóia, seja lá quem for o cara que você beijou pensando ser o Max, ele não é nenhum psicopata... ou uma múmia de verdade.

Ela franze a testa como se eu fosse louca e se senta ao meu lado pegando uma almofada.

- E como você pode ter certeza disso Nathi? Por acaso você sabe quem ele é? - Olho para ela sentada ao meu lado da cama esperando uma resposta. - Você por acaso pode falar se ele não é um psicopata que abusou da minha inocência?

- Inocência, amiga? É sério?

- Cala a Boca. - Falo rindo e jogo uma almofada nela. Acertou na cara. Um ponto para mim. - É sério Nathi... Eu beijei um cara que se passou pelo Max! Meu Deus! E ele ainda disse que gostava de mim... como vou lidar com isso? Eu só tenho dezesseis anos...

- Dezessete daqui amanhã... - Lembrou.

- Que seja. Eu só tenho dezesseis anos para morrer. Você não entendi que preciso realizar todos os meus sonhos, transar muito, primeiro eu preciso perder a virgindade, né? Enfim... eu não posso ficar me preocupando com um possível psicopata sem rosto atrás de mim. Isso, é claro, se ele não for uma múmia de verdade.

Sobe um clafrio em mim e eu repreendo.

- Tá queimado e repreendido.

Nathi rir e balança a cabeça me encarando. Ela está muito felizinha hoje. Mas é claro, não é para tanto né, já que assim que levantei hoje, após aquela terrível festa de ontem, eu encontrei uma Nathália - vulgo minha melhor amiga - dormindo abraçadinha com meu irmão em uma felicidade fora do normal.

Quero nem imaginar o que esses dois fizeram a noite inteira para estarem tão alegrinhos assim. Eca! Que nojo!

- Jéssica... Para de drama. Foi só um beijo. Afinal, vai que o cara é feio? Ele só te livrou de uma enrascada. Não é possível que ele se quer te procure depois; a não ser é claro...

Nathi dá um sorrisinho malicioso - que essa manhã virou marca registrada dela -, e fala quase em um sussurro.

- Há Não ser, que você tenha gostado de dá uns beijos no cara misterioso...

Ele beija bem, penso

- Ele beija super mau. - Minto descaradamente e ela rir. - Ele tinha um alito péssimo, e fedia gambá com bosta do boi. Uma coisa horrível.

Olho descaradamente para o teto evitando olha-la. Pois sei se eu encarar minha amiga nesse exato momento, ela vai está me lançando aquele olhar de "Mocinha eu já te falei, não minta pra mamãe", e eu claro, não estou preparada para lidar com isso.

Tenho muita coisa para lidar ultimamente.
Como, por exemplo, um cara psicopata que eu beijei ontem a noite que estava com a mesma fantasia de Max se passando por ele, ou a possível paixão que meu amigo de infância passou a nutrir por mim de uma hora pra outra, ou é claro, essas crises de ciúmes que eu ando tendo respectivamente sem realmente saber o porquê, ou as várias personalidades de Leonardo que agora deu para ser meu amigo e ficar me abraçando com aqueles músculos ... Ih... São tantas coisas que eu tenho que lidar ultimamente, que fico pensando se isso não é meio injusto para uma pessoa tão nova quanto eu. Eu só tenho dezesseis anos, poxa.
Dezessete amanhã.

Meu DEUS! Eu estou ficando velha!

Não acredito! DEZESSETE ANOS? CARALHO... Quando foi que eu cresci tanto e ninguém disse?

- Nathi, você me acha alta? - Fico em pé, mudando totalmente de assunto, totalmente distraída, ainda evitando olha-la.

- Não fuja do assunto, Jéhs. - Ela se joga na cama olhando bobamente para o teto, pensativa.

DRAMA ADOLESCENTE*Onde histórias criam vida. Descubra agora