Capítulo XXXII

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- SOCOOOORO! EU QUERO DESCER! ME TIREM DAQUI! EU NÃO QUERO MOREEEER! - Max gritava, enquanto duas crianças atrás de nós ria sem parar. Que vergonha!! - EU QUERO MINHA MÃE!!!!!!

Meus Deus, que homem frouxo. Era eu que devia está com medo, e me agarrando a ele para me sentir protegida, sabe, tipo nos filmes. Entretanto, Max Venturini consegue gritar mais que uma mulher.

Estávamos na montanha russa, depois de muita insistência da minha parte, é claro, e ele não parava de apertar minha mão e gritar dizendo que iria morrer.

É até meio cômico, para não dizer trágico.

Quando saímos do brinquedo ele saí na frente emburrado enquanto as duas criancinhas que estavam atrás de nós no carrinho, debochavam dele.

- Viadinho. Ai, eu quero minha mamãe... Estou com medinho. - Um pirralho imita-o, e eu me controlo para não rir. Em vão. Caio na gargalhada juntamente com a irmã do garoto, que por sinal chama Max, e quase mijo nas calças por conta disso.

- Jéssica você não vai fazer nada? - Max fala chateado e o pequeno Max, vulgo capetinha, repete.

- O que você quer que eu faça? - respondo me aproximando dele.

- Chama a mãe desse praguinha!!

- Quem gosta de chamar a mamãe aqui é você, bebezinho. Ue, ue, ue, ue... - O pequeno Max-capetinha imita um bebê chorando.

A menina irmã do pequeno Max-capetinha, que se chama Nina, me puxa para irmos em outro brinquedo enquanto deixamos os dois Max se entenderem...

- Meu irmão é assim mesmo, não mede escrúpulos para enfernizar a vida dos outros. - A pirralha diz com ar de superioridade dando uma mordida no seu cachorro quente.
Escrúpulos?

- Quantos anos você tem?

- Dez, mas daqui três meses, cinco horas e... - ela olha no seu relógio de pulso. - vinte e oito segundos, completarei onze anos. - Nina dá um sorriso e começa a tagarelar sobre coisas de germes, e algo sobre como o beijo de língua passa tantos germes e blá blá blá...

Depois da explicação detalhada da garota, acho complicado beijar novamente.

Mentira!

- Cadê sua mãe? - Enterropo a menina.

- Ah, está possivelmente trocando germes em algum lugar, com meu padrasto.

Olho para ela assustada e vejo Max se aproximando com raiva.

- Podemos ir? - pergunta emburrado.

- Cadê meu irmão? - a garota EU SOU INTELIGENTE DEMAIS PARA CONVERSAR COM VOCÊ, pergunta.

- Sua mãe o chamou, e mandou você vazar logo. Vai pirralha. Vai.

- Seu linguajar é pobre e medíocre. - Nina acena pra mim empurrando Max na sua frente, e saí andando desfilando.

Meu amigo me olha confuso e dou de ombros.

- É melhor irmos antes que eles voltem.

***
- Olha, um ursinho do Bob Esponja. - Grito feliz.

- Eu vou conseguir pra você! - Max fala todo pomposo e vai desfilando até a a barraca. - Cinco fixas por favor. - pede e manda um beijinho no ar. Meu herói.

Para que era o Bob Esponja. O meu desenho predileto.

Vocês estão prontas crianças?
Estamos Capitão.
Eu não ouvi direito...
Estamos Capitão!!!

DRAMA ADOLESCENTE*Onde histórias criam vida. Descubra agora