7. Surprise

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- Você não compra comida não? - perguntei pra Dinah batendo a porta da geladeira dela.

- Minha filha, telefone existe pra isso. É só escolher o que você quer comer e pedir. - ela disse me entregando panfletos te vários restaurantes.

- Eu não sei o que escolher, Dinah. Eu gosto de tudo o que é comestível, eu fico indecisa. - falei.

- Faz tempo que a gente não pede pizza. Pode ser? - ela perguntou pegando os panfletos da minha mão.

- Pode, agora. - falei me esparramando no sofá da sala dela. Com toda a certeza, eu me sentia muito mais à vontade na casa de Dinah do que na minha. Toda sexta-feira, tiramos folga juntas. Nossa profissão exige muito de nós, então precisamos de um tempo só pra gente. Se o Robert gosta disso? De jeito nenhum. Ele não suporta. No começo da nossa relação, ele fazia de tudo para que eu não saísse com Dinah. Falava que me levaria para jantar, convidava os pais dele para ir lá em casa e várias outras coisas. De início, eu acabava cedendo algumas vezes. Mas agora não. Se ele quiser me levar para jantar, que arrume outro dia. E quanto a insuportável da minha sogra, que sempre deu na cara o interesse dela pelo dinheiro do meu pai, ela podia ficar anos ou até mesmo a vida inteira sem ir lá em casa, eu jamais me importaria.

- Ah, a gente podia chamar a Normani, né? Ela é tão legal. - Dinah comentou.

- Claro, pode chamar. Mas desde quando vocês são amigas? - perguntei.

- Amigas ainda não, mas quase. Eu jantei com ela ontem já que você estava ocupada. - ela falou sentando no tapete.

- O plantão dela acaba daqui a uns dez minutos, liga pra ela. - disse.

- Liga você pra Normani que eu ligo pra pizzaria. Mas primeiro você tem algumas coisas pra me contar, não acha?

- Acho, infelizmente.

Contei para Dinah todos os detalhes do que havia acontecido nos dois últimos dias, incluindo todos os pequenos diálogos com Lauren. Dinah me olhava atenta e não dizia uma palavra sequer.

- Mila, baseando-se em tudo e na forma que você falou, podemos chegar a uma conclusão. - ela falou assim que acabei de contar.

- Que conclusão? - perguntei com um certo medo da resposta dela.

- Você ainda come na mão dela. Até que você tá se segurando bem, mas se ela estralar os dedos, você vai correndo atrás.

- Ai Dinah, credo. Claro que não. Eu superei.

- Não precisa discutir, nós duas sabemos a verdade. Só toma cuidado com o que você vai fazer. - ela falou levantando-se do sofá e ficando bem próxima do meu lado ouvido.
- Lembre-se que você é casada, minha querida.

Em menos de meia hora, Normani já havia chegado e as pizzas também. Ajudei Dinah a colocar os pratos e as talheres na mesa e nos sentamos.

- Meu Deus, que cheiro maravilhoso! - Normani falou abrindo a caixa de pizza. - Sem exagero, não como pizza há cerca de um ano.

- COMO ASSIM? - eu falei gritando.

- Nem todo mundo vive de comer como você, Camila. - Dinah falou e Normani riu.

- Fica quieta, Dinah.

- Sabe o que é, Mani? O marido dela fica fazendo comida de rico ela fica passando fome, coitadinha. Aquilo não dá nem pra forrar o estômago dela. Ai quando ela vem pra minha casa, só falta comer o mundo. - Dinah falou rindo junto com Normani.

- Bem que vocês queriam comer igual a mim e manter esse meu corpo, invejosas. - falei mandando um pedaço da pizza para dentro e elas riram.

Terminamos de comer e Normani fez questão de me ajudar com a louça. Dinah foi ao banheiro e aproveitei esse momento para perguntar.

The Remedy •camren•Onde histórias criam vida. Descubra agora