Capítulo 52

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Duas semanas depois
(Nicholas)

Nem preciso dizer o quanto esse tempo pareceu uma eternidade, não é?! Eu já não sabia mais o que fazer, Ely sumiu de todas redes sociais e não atendia as ligações. A vida simplesmente não vai para frente agora, não vou mais para a faculdade, não faço estágio, fico apenas fechado dentro de casa, recebendo vários olhares de piedade da minha família.

- Filho, você volta para aula ou vamos te levar à um psicólogo. - disse meu pai no domingo à noite.

- Não vou sair daqui! - falei com um tom duro na voz.

- Ótimo! Então um especialista vem até aqui! - respondeu ja pegando a lista telefônica para fazer a ligação.

Adiantaria eu rebater? Tenho certeza que não, então apenas me retirei resmungando alguns palavrões(coisa que eu não costumava fazer).
No outro dia, apareceu uma senhora aqui em casa, era uma psicóloga muito conhecida na região, ela tentou me animar mas posso dizer que foi tudo em vão.

O primeiro dia que saí de dentro da minha casa foi hoje, por muito custo tia Edith conseguiu me convencer a ir até sua casa, quando cheguei não pude evitar todas as lembranças dela. A casa parecia tão obscura sem Ely lá, aliás... nenhum lugar tinha graça mais, afinal meu raio de sol não está mais ao meu lado.
Assim que passei pela sala, percebi que  Brook conversava com alguém no telefone.

- Agora preciso desligar. - ouvi Brook sussurrar. - Não é nada não... só estou com sono e preciso descansar... Ely, já disse que não é nada, apenas preciso desligar a ligação...

Nesse momento, por impulso, peguei o celular que estava na mão da minha prima.

- Brook, eu sei que é alguma coisa. - ouvir Ely falando me trouxe uma onda de alívio, de paz... - Não me diga que...

(Elynara)

Naquele momento uma ideia se formou em minha cabeça, poderia ser Nicholas chegando em sua casa, por isso Brook ficou estranha repentinamente e disse que precisava desligar a ligação.

- Brook, eu sei que é alguma coisa. - falei. - Não me diga que...

Mas de repente fui interrompida por uma voz grave, aveludada, que fazia meu coração bater descompassado e voar borboletinhas no meu estômago.
- Oi. - era ELE.

Minha voz sumiu, as lágrimas ja inundavam meus olhos(coisa que vinha acontecendo frequentemente).

- Oi Nicholas. - murmurei baixinho.

- Por que não está atendendo minhas ligações? - perguntou.

- Estou apenas tentando fugir da realidade...

- Então por favor, não fuja da realidade! Ela te ama. - falou com uma voz triste.

- Nicholas... você sabe que não dá certo. - falei chorando, pois eu queria tanto que desse certo sim.

- Ah Ely, eu prometo ir até aí para nós resolvermos as coisas, tá bom?

- Não complica mais as coisas, o que vai adiantar você vir aqui? Nada! Você tem sua faculdade, sua família, sua vida aí e eu tenho minha vida aqui, vou começar a faculdade também. - expliquei me segurando para não entrar em desespero.

Um amor na hora errada Onde histórias criam vida. Descubra agora