Capítulo 56

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(Annie)

No domingo à noite -depois de passar o fim de semana comemorando o aniversário da Ely-  Abner fez questão de me trazer até São Paulo no carro dele. Durante aquelas duas horas de viajem fomos conversando de tudo um pouco, mas especialmente de como estávamos com saudades um do outro. Chegamos na minha casa já estava passando das 20h, meu namorado entrou para jantar conosco e como sempre, conversamos e rimos bastante.

- Espero que não tenham ficado com raiva de mim. - Meu pai disse após o jantar. - Podem admitir que é bom sentir essa saudade um do outro, às vezes. Eu já vivenciei isso... Talvez não seja tão ruim morar cada um em uma cidade.

- Confesso que fiquei um pouco magoado - Abner riu.

- Eu fiquei muito magoada! - falei fazendo bico. - Mas entendo você, papai!

Depois de algumas horas conversando e rindo, Abner teve que ir. Desci com ele no estacionamento do apartamento para me despedir.

- Vamos esperar vocês na virada do ano, ok? - ele disse me abraçando.

- Espero que passe logo essas semanas, vou morrer de saudades. - falei triste.

- Vou te ligar todos os dias. Tchau, amor! Eu te amo! - ele disse me abraçando ainda mais forte.

- Tchau... eu também te amo.

Demos um longo beijo de despedida e ele logo saiu, me deixando parada com a mão no coração... como é bom amar e ser amada!

...

Por incrível que pareça, na segunda semana de dezembro eu ainda estava trabalhando.
Na segunda-feira à noite, quando acabei de dar aula de inglês para uma turma, desci até à sala dos professores para descansar um pouco, afinal dali 5 minutos eu pegaria outra turma, que embora era composta por apenas 4 alunos, era MUITO agitada.

- Temos um aluno de Nova Iorque aí. - Júlio comentou.

Júlio era um dos outros professores que trabalhava naquela escola de idiomas, um cara bem legal!

- Sério? Vai fazer curso de quê? - perguntei curiosa.

- Português! Eu que vou pegar a turma dele, aliás.. São apenas dois alunos.

- Legal! Preciso conhecê-lo, quem sabe eu já não trombei com ele pelas ruas de Nova Iorque. - falei.

- Ele está sentado na recepção, coitado... parece estar "boiando", diferente da moça que vai fazer curso com ele e já fez amizade com a turma toda,mesmo falando espanhol. - falou rindo.

- Duvido que alguém esteje entendendo o que ela está dizendo. - falei rindo e saímos de lá.

Quando chegamos na sala de espera tive que pedir para o Júlio me beliscar. Ok. Certamente eu estava sonhando, não era possível aquela pessoa estar na minha frente.

- Ni-Nicholas? - garguejei.

Era ele mesmo, que de repente ficou sem cor e com a boca escancarada. Franziu a testa e chacoalhou a cabeça, devia estar achando que estava sonhando também.

Um amor na hora errada Onde histórias criam vida. Descubra agora