Find Yourself.

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Naquela noite, Snow aproveitou para voltar ao mar para resolver o que estava pendente: seus poderes perdidos, sua identidade.
A noite estava mais escura: lua nova. O mar estava escuro, da cor de seus cabelos... O fenômeno a encantava.
Voltou seus olhos para as ondas do Mar, que lhe chamavam, e mergulhou. Os cristais de sal começaram a grudar no corpo da menina, que já se adaptava à água, possibilitando que pudesse respirar. Logo, seus cabelos já estavam com o degradê e tamanho típicos, e sua cauda e suas roupas de sereia já haviam sido formadas pelo sal.
Snowglobe seguiu as correntes mais frias, dançando com alguns cardumes que por ali passavam:
Senti sua falta. – O Mar confessou e Snow sorriu.
Sinto a sua todos os dias.
— Fico feliz com a sua volta. Quero que saiba que seu sacrifício foi um gesto de amor muito bonito. Você tem todo o meu apoio. Menos na parte que você me expôs e expôs a si mesma! Snowglobe, isso é deplorável.
Snow soltou um suspiro pesado:
— Não vai se repetir. Eu te garanto. – Garantiu. – Só preciso saber como reverter a minha situação, meus poderes são a minha identidade!
O Mar se agitou um pouco, como se estivesse refletindo diante a situação da sereia:
— Peça ajuda à suas irmãs...
Snow ponderou por um instante:
— Uma ótima ideia. Obrigada pela sugestão.
— Por nada. Agora vá, sinto que você terá alguns problemas em seu reino esses dias...
Snowglobe respirou fundo. De novo? Encerrou sua conversa com o Mar e continuou nadando até avistar o enorme palácio de gelo de seu reino. Acelerou o nado e entrou no enorme palácio. Sorriu ao ver os pais e as irmãs. Ao explicar a situação para os pais, os mesmos ficaram impressionados.
Snow apertou os olhos, já esperando um esporro, mas a mãe apenas soltou um suspiro pesado:
— Eu entendo... Foi por ele, é? – A mãe perguntou, passando os dedos pelos longos cabelos azuis da filha.
— Em par... Foi. – Snow confessou, sentindo as bochechas enrubescerem.
A mãe sorriu:
— Peça ajuda para suas irmãs. Elas irão te ajudar. – Sorriu.
Snowglobe assentiu, subindo as escadas na maior velocidade que podia. Encarou os olhares confusos das irmãs e começou:
— Snowflake... Oceana... – Sorriu em amarelo.
— A gente ouviu. Você é um animal. – Oceana estreitou seus olhos azuis e Snow riu, fraca. – Parece que alguém conseguiu derreter o gelo do seu coração, hm?
— Ele me ensinou a amar. – Snow sibilou e as irmãs lhe sorriram. – Vocês podem me ajudar?
Snowflake sorriu largamente e correu para sua estante gigante de livros, pegando os seus melhores livros de magia. Em questão de minutos, ela já tinha a solução:
— Eu já sei! – Exclamou sem tirar os olhos azuis da página. – Devemos fazer uma convergência.
— Não pensei que fosse possível. – Snow ponderou por um instante.
— Vamos, vai ser divertido. – Snowflake incentivou Oceana, que revirou os olhos, mas concordou.
Logo, as duas irmãs centralizaram Snow, que engoliu em seco. As meninas começaram a girar em torno da irmã. Então, uma aura gelada começou a envolver as meninas. A menina sentiu o corpo gelar novamente.
Quando a convergência terminou, as irmãs mantinham seus intensos olhos azuis na irmã, que ofegava. Já se sentia gelada, o que a fazia pensar que aquilo era um bom sinal. As meninas se encaravam. Snow arriscou testar seus poderes. Ao ver o rastro gelado atravessar o ar, sorriu largamente, sentindo a sensação maravilhosa de ter borboletas em seu estômago.
Agradeceu e abraçou as irmãs calorosamente, grata por ter se achado novamente:
— Eu amo vocês. – Snow terminou, sentindo os olhos marejarem.

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