Cold

Missed You.

— Ainda falta uma parte. Flora já foi, falta Fauna e... o Mar. – Faith suspirou.

— A Fauna é o de menos, garanto! – Disse Snowglobe.

As meninas caminharam para fora da floresta, sentindo-se aliviadas ao esfregarem os pés na areia fofa da praia:

— Eu vou ver o Duan. Faz um tempão que não o vejo. – Disse Snow, objetiva, e Fay assentiu.

Então a menina correu pela praia, em direção à cidade. Avistou a casa de Duan e tocou a campainha. O coração estava a mil. Assim que seus olhos acinzentados encontraram os azuis do menino, Snow atirou-se em seus braços:

— Cristo, Snowglobe, estava preocupado com você. – Duan emaranhou os dedos nos cabelos da menina.

— E eu estava morta de saudades. – Confessou Snow, selando os lábios do menino.

Duan sentira saudade dos lábios gélidos de Snowglobe contra os seus, de seu beijo viciante. Explorou o corpo da menina sem nenhum pudor, puxando-a para dentro da casa:

— O que falta para você voltar para mim, para não se distanciar de novo? – Suplicou o menino, acarinhando o rosto pálido da namorada.

— Falta... Bem... – Começou Snow. – Preciso me acertar com o Mar. Sumi por muito tempo. – Suspirou.

— E põe sumiço nisso! – Disse Duan, exasperado.

— Não, não vamos brigar. – Disse Snow, ajeitando-se no colo do menino.

— Você vai sumir de novo? – O menino apoiou a cabeça no peito de Snowglobe.

— Não. Estarei no Mar. Quando sentir minha falta, uma brisa fria balançará seus cabelos e você se lembrará de mim. – Sibilou Snow, roçando seu nariz no de Duan.

— Vou me lembrar disso. – Disse ele, mordendo o lábio inferior de Snowglobe.

— And after all... You're my wonderwall... – Cantou a menina, com sua voz doce e melodiosa, acarinhando os cabelos do namorado. – Eu já vou. – Levantou-se.

— Não... – Puxou o pulso de Snowglobe. – Fica comigo... Só essa noite. – Suplicou e Snowglobe cedeu, sorrindo.

O sol incidindo no quarto de Duan despertou Snow, que tapou a visão. O menino estava abraçando sua cintura, o que fez Snowglobe sorrir. Acarinhou os fios méis de Duan e lhe beijou o topo da cabeça:

— Bom dia. – Disse ele, a voz embriagada pelo sono.

— Bom dia. – Disse ela, abraçando-o.

— Você já vai, né? – Perguntou ele.

— Infelizmente. – Disse Snow, fazendo bico. – Mas...

— Eu me lembro do que disse na noite passada. Anda, eu te acompanho até a porta. – Disse o menino, levantando-se em um salto.

Ao chegar a orla, Snowglobe sentiu um tremor percorrer sua espinha. E se... o Mar descobrisse que ela virara parcialmente uma fada? Sem se importar, a menina atirou-se ao Mar.

As cartas foram lançadas.