Capítulo 3

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O mensageiro do reino chegou quando me preparava para os exercícios matinais, pouco antes do nascer do primeiro sol. Trazia a convocação real lacrada com o brasão da cabeça de unicórnio. A resposta aos meus desejos, uma convocação à presença do Rei de Walkoren em caráter emergencial, era apenas entrar na carruagem e partir, mas não perdi a chance de me exibir, conhecedor de diversas rotas pela mata, dispensei o transporte e me apresentei nos portões do castelo na metade do tempo esperado.

Apesar da urgência informada no documento real, para meu espanto não dispensaram as excessivas formalidades, sendo assim, fui encaminhado a um aposento de convidado, recebi um traje de gala de Caçador do Reino e fui banhado por criadas. Depois de preparado, recebi uma majestosa refeição e repousei, aguardando com ansiedade para descobrir o motivo daquela convocação.

Demorou até que finalmente fosse chamado à Sala do Trono, tentei ao máximo manter uma postura digna e não demonstrar a todos meu nervosismo. Em uma situação normal eu deveria ter sido formalmente apresentado à corte por meu mestre para receber meu diploma, distintivo e as bênçãos do Rei e da Rainha, mas a ausência de Oafson e a necessidade dos serviços fez com que tal cerimônia dispensada.

O Rei Trand usava uma bela capa verde com detalhes dourados, uma corrente de ouro com um pingente trabalhado de forma magnífica onde se destacava uma pedra negra. Ele parecia fraco e cansado, apesar de jovem. De pé ao seu lado estava Bionda, a princesa não era tão bela quanto sua mãe, Adne. Àquela altura eu já estava ciente dos rumores de que a garota que não era filha de nossa Rainha, que não sabia que seu bebê natimorto fora substituido, pois momentos antes, na mesma noite a mãe de Bionda não resistiu ao parto. Verdade ou não, o povo de Walkoren a adorava.

Recebi ali minha missão, sem entender o motivo da urgência pois se tratava de uma operação de reconhecimento em uma floresta criada por um dos magos da Tríade, nada que não pudesse ser postergado, mas a ordem era partir pela manhã, com um cavalo dos estábulos reais.
Saí do encontro decepcionado, minha tarefa tinha pouca chance de render uma aventura que levasse a comporem canções com meu nome. Por mais que uma floresta mágica pareça algo muito empolgante para vocês, não eram algo assustador para Walkoreanos, convivíamos com a magia, e eu não acreditava que criaturas agressivas tivessem livre passagem por algo criado por um mago do reino.

Após uma excelente refeição, me recolhi aos aposentos, não tardei a adormecer, naquela noite fria os ventos assobiavam como no conto em que Falgor, o notável controlador do ar, dos ventos e das tempestades elogia a luz criada por Azagori, a notável que dá brilho à lua e às estrelas. Acordei com o som de pedras sendo arrastadas, com um salto estava de pé, com uma faca de caça à mão encarava um estranho encapuzado que havia invadido meus aposentos por uma passagem secreta na parede.

Me preparei para o ataque, joelhos flexionados, olhos fixos no atacante, o corpo na tensão correta para desferir um ataque que seria único, não para matar, mas para atordoar o invasor. Ele não tomou postura ofensiva, sua linguagem corporal denotava apreensão. Aquela figura fez sinal para que eu mantivesse o silêncio e removeu o capuz, fiquei boquiaberto ao descobrir quem estive prestes a atacar.

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O Guerreiro de Walkoren - O Reino da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora