Capítulo 37 / Bianca

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Eu a reconheci de longe.
Seu cabelo azul comprido balançava à medida que ela dançava, as luzes brilhavam sobre sua pele.
Ela estava dançando com uma garota loira bem bonita.
Eu senti meu coração disparar, mas mesmo assim deixei meus passos me guiarem, eles estavam indo em direção à ela... ao seu encontro. Caramba, ela continuava linda!
É normal rever ex e se sentir assim? Ela me olha sem reação.
A encaro, então ela dá as costas com certa brutalidade, deixando bem claro que ainda tem rancor de mim.

Volto ao passado: desde o dia que conheci a Cláudia, numa festa,  nunca nos separamos. Nós nunca chegamos à namorar ou ter algo sério.
Naquela época eu só queria curtir, e a Cláudia tinha perdido seu irmão, ela tentava preencher aquele vazio em seu peito e buscava o mesmo que eu:   festas, drogas, bebidas e sexo faziam parte da nossa louca rotina.
Independentemente disso, a Cláudia queria algo realmente sério comigo, e eu não. Ela era super fiel à mim e aquele relacionamento louco que tínhamos. Ela nunca tinha sequer olhado ou flertado com outra garota enquanto estávamos juntas. Eu era alguns anos mais velha que ela, então não achava que uma fedelha daquela daria conta do recado (de mim, no caso).
Um certo dia, me deixei levar pelo momento.
Eu estava com todos os meus amigos de rolê e com a Cláudia, aquela altura eu já tinha bebido pra caramba,  naquele dia eu só queria curtir, esquecer os problemas, era o meu jeito na época.
Imatura e burra. Eu achava que conhecia tudo, que era esperta, mas a verdade era que eu não sabia de nada!
Fiquei com uma garota linda que me apresentarão, uma bofe. Bofes sempre fizeram meu tipo, e aquela tinha um olhar tão sedutor e um jeito tão envolvente... Eu gostava da Cláudia, ela sempre me fez bem, mas não consegui resistir aquela garota. Quando dei por mim, estava beijando aquela bofe ali na frente de todos.
Até que um grito alto:

— "Filha da puta! Vadia!" ,me fez parar de beijar a tal garota na hora.
A Cláudia gritava igual louca, ela estava possuída de raiva e partiu pra cima da garota.
Ela mostrou um lado agressivo que eu não tinha conhecimento. Tentei separar as duas, mas acabei sendo empurrada para trás, machucando algumas partes do meu corpo ao cair no chão.

No dia seguinte pensei que tudo voltaria ao normal, que a Cláudia me perdoaria, afinal estávamos juntas à quase 2 anos.
A chamei para conversar, mas ela não quis nem me escutar. Tentei beija-la e ela me empurrou para trás dizendo que nunca mais queria me ver.
Eu havia a magoado de verdade e no fundo sabia que ela estava coberta de razão ao ter aquela reação.

Eu nunca mais tinha visto ela. Até então... ela estava ali na minha frente com outra garota que deveria ser a namorada dela. Pelo olhar feroz que ela me deu eu tive certeza.
Ela parecia feliz... senti uma grande inveja. Era pra mim estar ao lado dela, não aquela garota loira com ar arrogante. A garota segurou com força a mão da Cláudia, demonstrando certa insegurança.

— Foda-se! Aquilo é passado para mim. — Pensei com raiva.

Mas sei lá... eu bem que podia tentar acertar aquela nossa história né?
Porque o destino havia me colocado ali? 
Merda!
Ignorei todas aquelas perguntas, dei meia volta e deixei o passado no passado.
Era assim que tinha que ser!

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