Capítulo 1

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CAPITULO 1

POV-> CRYSTAL

Oi mundo, meu nome é Crystal Rose, eu tenho 23 anos nasci em uma família dona de diversas lojas e marcas de roupas espalhadas no mundo todo. Sou recém-formada em administração, mas de vez em quando eu aposto como modelo para as marcas da minha família.

Morena, magra, não tenho mais do que 1,64 de altura, olhos castanhos claros, sou daquele tipo caseira, curto sim uma balada com as amigas, mas prefiro ficar naquele barzinho jogando conversa fora. Minha vida é bem agitada, volta e meia estampo revistas de fofocas do mundo todo, pois quando não estou tomando conta e supervisionando nosso negocio estou viajando para algum lugar no planeta para divulgação de roupas de novas coleções (que na maioria das vezes são desenhadas por minha irmã mais velha). Quase sempre essas organizadoras de desfiles pedem para eu desfilar e claro, eu não me aguento e aceito. Eu e minha família vivemos em uma populosa cidade chamada Balder, que fica na Europa, enfim somos uma família bem unida e feliz apesar da morte precoce do meu pai quando ainda tinha oito anos.

Hoje é um dia como outro qualquer, calmo e de pouco sol e eu estou decidida a ir ao shopping fazer umas compras porque eu to precisando dessa folga dos negócios.

POV-> VICTORYA

Oi oi todo mundo, meu nome é Victorya Mckenny, tenho 24 anos sou formada em administração (vocês devem estar pensando que eu sou filhinha de papai e todos esses blablabla, que só fez faculdade de administração pra falar que não fez nada) mas isso é mentira, minha família (meu pai) é dono de uma das maiores, se não é a maior e mais famosa, gravadora do mundo, sim ele tem dinheiro e sim estou me preparando para tomar conta disso tudo daqui um tempo, pois meu velho descobriu recentemente um câncer no intestino e esta em fase de tratamento e terá que se afastar dos negócios em breve. Sou morena da pele clara, olhos pretos e tenho 1,73 de altura, quase segui carreira de modelo, mas desisti, pois é bem difícil ficar sem os temidos fast food's que eu idolatro. Moro em Balder e convivemos com a nata da sociedade europeia e mundial, sou lésbica assumida e isso não é novidade pra nenhuma revista de fofoca.

Estava esperando meu pai para me arrumar, pois hoje iria ter um jantar na casa das Rose, que é uma família de amigas (digo amigas porque só tem mulheres na família) do meu pai, para socializar mesmo, somos bem próximos delas, eu praticamente cresci naquela família também e considero Kris minha segunda mãe e suas filhas minhas irmãs, especialmente Crystal que acho que nunca superei nosso beijo de ano novo debaixo dos fogos nas praias brasileiras quando tínhamos 16 anos, mas ela teve que se mudar para outro pais durante dois anos e isso esfriou nossa amizade e nunca tivemos chance de conversar sobre esse acontecimento.

Era por volta das 19h e o meu pai chegou em casa cantarolando enquanto se deparava comigo deitada no sofá jogando vídeo game:

- Vic querida, vá se arrumar para podermos ir à casa de Kris para o jantar- falou ele me dando uns tapinhas na cabeça.

- Eu me arrumo rápido pai, já o senhor parece uma madame para se arrumar- falei largando o controle e subindo as escadas ao lado dele em direção ao quarto:

- Já falei que eu tenho espírito de mãe para tomar conta de você- deu uma gargalhada e se trancou no quarto para se arrumar.

Fiz o mesmo e assim que terminei o banho fui para o closet e peguei uma calça jeans, minha blusa surrada e meu tênis e sai do quarto em direção a sala tomando um susto logo em seguida pois meu pai já estava pronto e sentado no sofá da sala me esperando.

- Parece que quem esta parecendo uma madame hoje é você né!- levantou rindo me abraçando e me guiando para fora de casa.

- É, parece que os ventos mudaram de direção- disse sorrindo.

Entramos no carro e fomos para a casa das Rose que ficava do outro lado da cidade. Quando chegamos, Máguida, a ajudante do lar de Kris, estava no quintal passeando com os cachorros da família, ela logo veio até nós e nos cumprimentou e abriu a porta da casa anunciando nossa chegada. Kris estava vindo dos andares de cima da casa com um enorme e caloroso sorriso, como sempre:

- Nas! Victorya! Que saudades- nos recebeu dando abraços calorosos e chamando meu pai pelo apelido de "Nas", bem intimo como costumava sempre ser- Venham para a sala, Chelton e Naula já estão descendo- mencionou o nome de sua duas filhas, a mais velha e a mais nova, não mencionando Crystal. Fiquei curiosa para saber onde Crystal estava, mas no momento seguinte ao meu pensamento Crystal entra pela porta da sala apressada acompanhada de seu segurança cheio de sacolas e se deparando com nós:

- Eu sei gente, atrasada- falou ela dando beijinhos estalados no meu rosto e do meu pai- Vou subir para me trocar e já já estou descendo- falando isso ela sumiu no andar superior dando vista para Chelton e Naula aparecer na sala para começarmos uma agradável conversa enquanto esperávamos Crystal para iniciar o jantar.

POV-> CRYSTAL

Depois de tomar um dos banhos mais rápidos da minha vida eu fui escolher uma roupa para o jantar que eu praticamente esqueci por conta da minha tarde relaxante de compras. Decidi por fim colocar um vestidinho preto soltinho, enquanto estava escolhendo qual salto colocar, meus pensamentos me driblaram e me levaram a sete anos atrás no ano novo que nossa família foi passar no Brasil e que eu, do nada, decidi, na hora dos fogos que estavam estourando no céu, colocar em prática a tradição de beijar uma pessoa no ano novo e essa pessoa não foi ninguém menos do que a minha melhor amiga da época, que exatamente agora esta sentada na minha sala de jantar sendo o motivo para trazer tais lembranças a tona. Só pra deixar claro, essa foi a primeira e única vez que eu beijei uma menina, depois disso só fiquei com homens ao contrario dela que se assumiu lésbica, lembro ate hoje desse beijo, ela beija bem, eu gostei ate demais pro meu gosto, mas isso é passado. Fui despertada de meus pensamentos pela voz da minha mãe vinda dos andares debaixo me chamando, eu prontamente peguei os saltos vermelhos e desci atraindo olhares de todos, principalmente o de Victorya que acompanhou todo o meu trajeto da escada até o sofá para me sentar no único lugar vago (exatamente do lado dela). Sentei-me e ela logo puxou conversa, como ela era sempre muito comunicativa era sempre uma pessoa muito agradável de conversar.

- Quanto tempo Crystal - falou ela com aquele sorriso branco demais.

- Verdade Vic, quanto tempo, uma semana se não me engano - caímos na gargalhada.

- Como se sente recém formada?

- Me sinto adequada agora para fazer mais ainda os negócios decolarem - falei arrancando um sorriso de canto dela bem charmoso - Mas senti sua falta na minha formatura Victorya McKenny!

- Crystal, me perdoe, não pude ir por conta dos preparativos para a gravação do CD do Nick, mas pedi para sua mãe te parabenizar por mim, espero que ela tenha dado o recado - falou meio envergonhada.

- Ela falou sim - sorrimos uma para a outra, logo desviamos a atenção para a minha mãe que chamava todos para o jantar.

No jantar transcorreu tudo muito bem e agradável, decidimos então beber um pouco para relaxar já que amanha era sábado e não tínhamos muitos compromissos. Depois de algumas doses, o pai de Victorya, Nasber, avisou que iria para casa, mas Vic avisou que ficaria mais um pouco, pois estávamos eu, ela, Naula e Chelton conversando animadamente, sendo assim ela se despediu do pai e falou que chamaria um taxi para voltar para casa. Depois de um tempo minha mãe já havia se recolhido e só estávamos nós na varanda bebendo e gargalhando, foi quando Victorya resolveu ir embora e nós a acompanhamos até a porta quando o seu taxi chegou. Ao se despedir dei tchau e a abracei, ela se aproximou do meu ouvido um pouco embriagada pelas doses de bebidas e falou com a voz rouca:

- Não vamos ficar mais distantes, você faz falta Crystal - falou em tom de suplica.

- Prometo que não vamos nos afastar Vic.

Ela me deu um beijo estalado na bochecha e se despedindo das minhas irmãs ela entrou no taxi. Aquele sussurro dela arrepiou todos os pelos do meu corpo, mas obvio que ninguém precisava saber disso!

Mean To BeOnde histórias criam vida. Descubra agora