Capítulo 19

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POV--> Victorya
 
  Fui pega de surpresa pela notícia. O ex marido de Alana realmente se foi e estava deixando para trás uma filha linda, doce, carinhosa. Alana permanecia em meus braços aos prantos e tudo o que eu poderia fazer era consolar a mulher que conheci a pouco tempo.

  Ela foi se afastando aos poucos de meus braços e olhou em meus olhos com os seus marejados.

   - Tudo que eu consigo pensar é em Mel, Victorya - Ela disse inconformada - Ela vai sofrer demais.

   - Olha - coloquei uma mecha de seu cabelo, que estava molhada por conta das lágrimas, atrás de sua orelha - Ela é uma criança, forte, determinada, vai saber lidar com isso, talvez, muito melhor do que nós adultos.

   - Você não entende, ela amava o pai. Mesmo ele sendo um mau caráter comigo na maioria das vezes, ela o amava.

   - Eu entendo - a soltei de meu abraço e olhei em volta - acho que mesmo se meu pai fosse um mau caráter eu não iria suportar a sua morte. - Soltei um suspiro não querendo imaginar essa situação.

  Ela soltou um suspiro também e voltou a me olhar.

   - Acho que você deveria ser sincera com ela e contar tudo com naturalidade - aconselhei - lá no fundo mesmo, todos nós esperamos o pior.

   - Você tá certa..Eu..acho que devemos ir buscá-lá. - ela falou meio aérea.

   - Claro, vamos, eu te levo até a gravadora. Esqueci de te falar que meu pai a levou pra la. Pra conhecer sabe.

   - Claro, vamos la.

  Caminhamos até o estacionamento e fomos em direção ao carro. Pelo menos dessa vez o carro pegou na primeira tentativa me poupando do meu quase infarto para empurra-lo.

  Dirigi em direção a gravadora com Alana quieta no banco do carona. Ela parecia longe de estar triste pela morte do seu ex marido, sua expressão era pura preocupação. Por um momento me imaginei no lugar de Mel. Meu pai estava doente mas foi diagnosticado que seu câncer com o tratamento teria cura, mas pensar em sua falta fazia o meu coração doer mais do que o normal.

  Estacionei o carro, supostamente de Alana, na frente da gravadora e caminhamos juntas até a entrada. Subimos de elevador até o andar onde ficavam os escritórios e fui avisada por Tina de que meu pai estava na antiga sala dele com uma garotinha, Mel, claro.

  Dei três leves batidas na porta e ouvi a voz de meu pai mandando-nos entrar.

   - Mamãe!!! - Mel correu na direção de Alana e a abraçou. - e o papai? Ele tá melhor?

  Foi aí que meu mundo desabou. Mel iria saber agora. Olhei para o meu pai que com um olhar conseguiu entender toda a situação. Caminhei e sentei ao lado do mesmo no sofá e fiquei observando a cena.

   - Filha...o seu pai ele estava bastante doente. O câncer o deixou muito fraco e muito vulnerável a qualquer doença. - Alana parou, tomou fôlego e continuou - as vezes as pessoas elas não aguentam...

   - Ele se foi mamãe? - Mel perguntou com a mão no ombro de Alana.

  Alana confirmou com a cabeça e eu vi uma lágrima rolar pelo rosto de Mel.

  Lancei um olhar para o meu pai que repousou a mão em meu joelho como se me pedisse calma.

   - Esta tudo bem mamãe. Ele deve está melhor onde está agora. - Ela abraçou Alana e sorriu - ele estava sofrendo.

  Sua voz mais parecia que ela estava querendo se convencer de que aquilo era o melhor que poderia acontecer com o seu pai.

   - A minha filha...você não sabe a sorte que tenho de ter você - Alana falou dando um sorriso reconfortante para Mel.

Mean To BeOnde histórias criam vida. Descubra agora