Capítulo 24

24 4 0
                                    

POV--> Crystal

E pela... (Perdi as contas de quantas vezes o meu celular tocou naquela tarde) Nick já estava ficando saturado. A decisão de vir almoçar com Nick não foi nada fácil de ser tomada, ele é uma excelente pessoa e não vi nada demais em acompanhá-lo e esfriar a cabeça um pouco durante minha folga, ja que hoje Victorya estaria na gravadora até tarde. Bom, ela não gostava de Nick mas isso não daria o direito à mesma de me proibir de vê-lo.

- Desculpa Nick, eu vou atender dessa vez.

Já estávamos dentro do carro a caminho de Balder novamente e eu decidi atender a ligação de minha mãe.

- Alô?

"Graças a deus Crystal, onde você se meteu estamos tentando falar com você durante toda a tarde" - minha mãe soltou em um fôlego só me fazendo ter a certeza de que tinha acontecido algo.

- Mãe calma, eu fui almoçar com o Nick em uma cidade vizinha, aconteceu alguma coisa?

"Com Nick? Crystal você precisa vir imediatamente para Balder, o pai de Vic teve uma parada cardiorrespiratória e eu acho que não aguentou."

Aquilo foi demais para eu ouvir de uma só vez. Foi por isso que Vic tinha me ligado. Droga, droga, droga, porque eu não atendi ela. Ela estava naquele hospital agora, provavelmente passando por sentimentos horríveis.

- Eu estou a caminho - desliguei a chamada e virei para o motorista de Nick - Jarbas por favor acelere, preciso estar no hospital de Balder imediatamente.

- Aconteceu alguma coisa Crystal? - Nick perguntou preocupado.

- O pai de Victorya está muito mal.

- Mas ele já não estava internado antes?

- Estava, mas ele teve uma parada cardiorrespiratória.

Jarbas acelerou o carro imediatamente e minhas mãos começaram a suar. Victorya temia perder seu pai, a única família que conhecia em toda sua vida. Eu devia ter atendido a mesma. Ela não vai me perdoar. Senti meu rosto úmido pelas lágrimas que logo chegaram a minha boca trazendo o gosto salgado. O trânsito da cidade não ajudava de jeito nenhum a chegar mais rápido.

- Pelo amor de Deus Jarbas. Não dá para ir mais rápido!!! - bati a mão no banco da frente e praguejei o céu e o inferno por tal engarrafamento.

Passamos uns 10 minutos parados e enfim chegamos a entrada do hospital na qual encontrei o carro de Victorya mal estacionado e mais um pouco a frente sua blusa de frio no chão. Imagino o estado em que a mesma estava ao sair de seu carro e deixar sua roupa cair no chão e nem ao menos voltar para pegar. Entrei no hospital e fui em direção a recepção perguntar em que andar estava Nasber.

- Desculpa srta. eu sinto muito mas o senhor Nasber não conseguiu aguentar a parada cardiorrespiratória e veio a óbito.

- Você só pode está brincando comigo!

Fui em direção ao elevador e apertei o botão para que o mesmo pudesse descer.

- Srta. Você não pode subir sem ser autorizada!

Ignorei o conselho da enfermeira e entrei no elevador indo em direção ao andar no qual havia estado na última vez que visitei o mesmo. Na hora em que o elevador abriu as portas metálicas me coloquei para fora do mesmo e olhei primeiro a minha esquerda no corredor e não havia ninguém, depois, a minha direita e encontrei a cena que fez meu coração se despedaçar em milhões de pedaços. Victorya estava sentada no chão chorando compulsivamente. Andei na direção da mesma e quando de repente seus olhos vermelhos se levantaram e encontraram o castanho dos meus eu só tive uma escolha. Corri em sua direção e tomei a mesma em meus braços. Seu choro se intensificou, não aguentei e caí em lágrimas também.

Mean To BeOnde histórias criam vida. Descubra agora