Prefácio (zoado)

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Eu me lembro bem da primeira vez que vi pessoalmente a Kéfera. É claro que
já a conhecia dos vídeos na internet. E do Coletivation, programa da MTV
que ela apresentava. E, como todo mundo, dava boas risadas com ela nos
dois!
Um dia fui convidado especial da estreia da temporada de um
espetáculo de improviso em São Paulo e, naquela temporada toda, a Kéfera
reforçava o elenco e garantia a maior parte do público — já era uma pop star
da internet. E eu achei bacana finalmente conhecê-la!
A primeira coisa que eu disse para ela foi: “Que legal, você é a
KÉFORA!”. E ela me corrigiu imediatamente, como se colocando um “e” no
lugar do “o” o nome deixasse de ter a sonoridade de um ingrediente de
xampu! Hahaha!
Conversamos um pouco e falaram que logo parecíamos amigos de
infância. Talvez por isso a gente tenha pirado junto naquela noite em cima
do palco e feito O PIOR IMPROVISO DA HISTÓRIA DOS IMPROVISOS!
Olha só o que aconteceu...
Em um dado momento do espetáculo, a proposta era: cada um de nós
seria um personagem com características criadas pela plateia. E estávamos
todos numa festa. Eu era o Incrível Hulk, mas cego. E a Kéfera era o Bob
Esponja, mas cheirado. E lá fomos nós para a improvisação...
Eis que eu tive a brilhante ideia de sair do palco, ir até o camarim e
voltar à encenação com um sanduíche a metro que o elenco mal tinha
comido. Achei que ia ser engraçado o Hulk cego reaparecer com comida, sei
lá. Eu não fazia ideia do que criar com aquilo, mas fui em frente.
Quando a Kéfera me viu com a sandubada toda, não sei que tipo deentidade se apoderou de nós dois. Alguém da plateia gritou que queria um
pedaço, e ela e eu começamos a arremessar sanduíche a metro nos
espectadores! Hahaha! Sem mais nem menos! As fãs dela adoraram, mas
imaginem o resto da galera? Eu me lembro de uma dondoca que olhou para
a gente com cenoura no nariz e disse que aquilo não tinha nenhuma graça. E
de ver uma amiga minha na quarta fileira com maionese na testa! Hahaha! A
Kéfera a acertou em cheio. Ela é maluca!
O grupo tomou a maior bronca no teatro. Eu e a Kéfera ficamos rindo
nas coxias como dois idiotas. E a padaria nunca mais deu sanduíche a metro
para o elenco. Desse episódio bizarro, nasceu uma amizade igualmente
bizarra entre nós dois. A gente se vê pouco, mas de tempos em tempos nos
encontramos e fazemos uma coisa idiota, como uma dança ridícula que
criamos nos bastidores de uma emissora de TV.
É uma pena que as pessoas não tenham o WhatsApp da Kéfera. Eu
tenho e já fui chantageado por fã dela para passar. Não passo nem sob
tortura! No Whats, a Kéfera é ainda mais divertida. Lembro que passamos
um tempo mandando áudios impublicáveis um para o outro, falando como
atendentes de telessexo surtados que tipo de baixaria cada um faria na hora
da furunfada! Hahaha!
Essa é a Kéfera. Ela é um barato porque transborda espontaneidade. É
alegria pura. É bonita sim, mas é mais legal do que muita gente legal que tem
por aí. Ela é uma entidade na internet, já é uma personalidade da TV e uma
figura pública adorável... Mas é maluca! E este livro é espontâneo e maluco
como ela.
Rafa Cortez.

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