Meu Anjo dos Pulsos Cortados

208 10 2
                                    

Acordei no com meu celular tocando, não abri os olhos apenas atendi.
#Alô?
#Hell, cadê você?
#Nick, to na casa de um amigo do Andrew.
#Pelo amor de Deus, me diz que suas malas já estão prontas.
#Estão, mas o vôo é só 11:00 Nick.
Ouvi ele respirar fundo aliviado ao saber que as malas estavam prontas.
#Hellena, são 9:30.
Abri os olhos.
#Daqui a meia hora estou aí.
Desliguei o celular e olhei as volta.
Eu estava com a cabeça no colo do Andrew e as penas no colo do garoto loiro, que parecia desmaiado no chão, tinha várias garrafas e latas de bebidas jogados no chão, tinha algumas garotas de calcinha a sutiã, olhei pra mim mesma e eu estava de vestido e descalça, respirei aliviada por estar de roupa. O Andrew estava apagado. Me levantei e baixei do lado dele.
-Amor acorda.
-Só mais cinco minutos.
-Não amor, agora, temos que voltar pra casa.
Ele abriu os olhos.
-Bom dia princesa.
-Bom dia, Andrew cadê sua calça?
Como eu não havia percebido que ele estava de cueca antes?
-Eu não sei.
Nós rimos.
-Vem, temos que ir.
-Hellena, eu to de cueca.
-A gente tem que ir.
-Hellena, eu to de cueca.
Ele falou pausadamente.
-Amor são 9:35, nosso vôo é as 11:00 e nós estamos a 30 minutos da pousada. Você vai de cueca.
-Hellena, elas custarão 100,00.
-Meus sapatos foram 400 dólares.
Ergui as sombrancelhas.
-Ta bom, vamos.
Ele se levantou e nós fomos para o carro, ele parecia muito cansado.
-Amor, quer que eu dirija?
-Você não sabe dirigir.
-Não, você que nunca me perguntou se eu sei dirigir. Nick me ensinou quando eu tinha 15 anos.
Ele riu.
-Então tá.
Saímos do carro e trocamos de lugar.
Com 5 minutos dentro do carro o Andrew havia apagado.
Depois de meia hora chegamos na pousada.
Andrew acordou quando o carro parou.
Saímos do carro e para o nosso azar o Nick estava na sacada do nosso quarto.
Ele segurou o riso ao nos ver.
-Alguém pode me explicar o motivo de você estar de cueca e ela descalça?
Nós nos olhamos e começamos a rir.
-Longa história maninho.
Dei um tapa no ombro dele e fui para o quarto tomar banho.
Enquanto tomava banho ouvia as vozes deles.
Quando terminei saí enrolada na toalha e Andrew foi tomar banho.
Coloquei uma calça preta, uma blusa preta de alça e meu moletom verde novo. Decidi calçar meu all star preto.
Andrew saiu do banheiro e eu entrei pra pentear o cabelo e me maquiar.
Passei um deliniador preto e lápis de olho nude, um pouco de blush e um batom matte rosa claro.
Fiz um coque deixando minha franja solta e prendi com uma fita preta.
Saí do banheiro e Andrew me olhou e disse:
-Você está linda.
Eu ri sem graça.
-Obrigada você também está bem... nerd.
Ele riu.
-Obrigado senhorita.
Nós rimos.
Eu tirei o moletom pois estava com calor.
-Termina de guardar as coisas na mala pra mim que eu vou no meu irmão tá?
-Tá bom amor.
Dei um selinho nele e fui para o quarto do Nick.
Chegando lá me deparei com ele aos beijos com a camareira.
-Da licença.
Eles pararam de se beijar e ela ficou sem graça.
-Olá senhorita.
-Sai.
-Mas eu não terminei de arrumar o quarto.
-Sai.
Ela olhou pro Nick.
-Mais tarde a gente conversa.
Ela fez sim com a cabeça e saiu de cabeça baixa.
Assim que ela saiu e eu não consegui conter o riso.
-Você é muito má garota.
-Estamos prontos.
-Tá, vou levar as malas pro carro.
-Tá, eu vou de carro com o Andrew, a gente se encontra lá tá bom?
Ele fez sim com a cabeça.
Voltei para o meu quarto e parei na porta, Andrew já tinha terminado de arrumar as coisas.
-Vamos?
Ele fez sim com a cabeça e pegou as malas.
-Deixa que eu te ajudo.
-Não precisa linda, pega apenas sua mochila.
Peguei minha mochila e fui para o carro. Ele colocou as malas no porta malas e saiu com o carro.
-Amor, nós temos 25 minutos.
Ele riu e acelerou, nunca vi o Andrew correr tanto com um carro. Chegamos em 10 minutos.
-Vamos?
Eu ri.
Saímos do carro, eu peguei minha mochila e ele as malas e nós fomos resolver as coisa pra viajar.
Meu celular tocou.
#Alô.
#Hell?
#Nick, cadê vc?
#Você vai ter que voltar sozinha.
#O que? Que que aconteceu.
#Lembra da garota do estúdio?
#Que que tem?
#Ela sofreu um acidente e ta no hospital.
#Nick você não tem nada haver com isso.
#Eu sei, mas quero ver ela. Vou pegar o próximo vôo, volta pro Rio e fica com o Andrew, quando eu chegar a gente vai pra casa.
#Ta bom, se cuida.
#Ta tchau.
-Hellena? O que aconteceu?
-Nick não vai pegar esse vôo, falou pra eu ficar com você até ele chegar e a gente ir pra casa.
-Vai ser uma honra ficar com você. Vamos?
Nós rimos.
-Vamos.
Fomos em para o balcão acertar as coisas.
Sentamos e esperamos a fila do avião acabar para irmos.
Quando entrei no avião meu celular tocou, olhei para a tela e era minha mãe.
-Não vai atender?
-Não.
Desliguei o celular e coloquei a cabeça no ombro do Andrew, ele apoiou a cabeça na minha.
Acordamos com a turbulência do avião na hora de pousar.
Quando saímos ele pegou o celular e ligou pra mãe dele.
#Mãe bença, já estou no Rio. Eu tô indo pra casa com a Hellena tá.
Ela falou algo.
#Eu sei, tchau.
-Você vai almoçar lá em casa.
Eu ri meio sem graça.
Ele parou no meio do aeroporto, me olhou e me abraçou.
-Eu te amo anjo.
Respirei fundo.
-Anjo?
Ele me abraçou mais forte e falou meu ouvido.
-Meu anjo dos pulsos cortados.
Ironicamente eu achei graça disso.
Me afastei um pouco e o beijei, foi um beijo calmo e suave.
Paramos e nós olhamos.
-Andrew, a gente tá no meio do aeroporto.
Ele riu e nós fomos pegar as malas.
O carro dele estava no estacionamento, fomos para lá e entramos no carro.
Ele ligou o rádio e colocou numa rádio de música clássica.
-Ah não Andrew, música clássica, sério?
-Eu gosto.
-É um saco amor.
Ele riu.
Mexi no rádio e coloque numa rádio de rádio de rock estava tocando "Chop Suey" da "System Of a Down", aumentei o volume e comecei a cantar junto.
Quando chegamos na casa dele estava tocando " Helena " da "My Chemical Romance" e estava no volume máximo.
Ele desligou tudo e nós saímos do carro, ele pegou a mala dele e nós fomos para dentro.
-Oi filho.
A mãe dele deu um abraço longo nele.
-Oi Hellena, outro piercing?
Eu ri.
-Oi senhora Córdel.
Ele deu um sorriso forçado.
-O almoço ainda não está pronto, por que você não desfaz as malas querido?
-Ta bem, cade meu pai?
-Acho que está na garagem.
-Ok, vou lá falar com ele.
-Ta bom.
Ele me pegou pela mão e me guiou pela casa até chegarmos na garagem.
O pai dele estava limpando o carro.
-Pai.
-Oi filho, oi Hellena, gostei do piercing, não conta pra minha mulher que eu falei isso.
Nós três rimos.
-Obrigada.
-Então, como foi a viagem.
Eu e Andrew nos olhamos e começamos a rir.
-Foi bem interessante pai.
-Por que estão rindo?
-Nada, vou pro quarto desfazer a mala.
-Ok.
Fomos para o quarto dele, a empregada já havia levado as malas para lá.
Me sentei na cama dele e ele foi desfazer a mala.
Basicamente ele só abriu e jogou tudo no cesto se roupa suja.
-Pronto.
Eu ri.
-Isso que você chama de desfazer a mala.
-Sim. - Ele sentou do meu lado - E isso é o que eu chamo de beijar minha namorada linda.
Eu sorri e ele começou a me beijar e com o tempo deitamos e ficamos nos beijando assim, até que paramos e eu deitei no peito dele.
-Hellena.
-Fala.
Ele respirou fundo.
-Essa viagem, foi a melhor da minha vida.
Eu sorri ao ouvir isso.
-Também acho.
Apoiei os braços no peito dele e o olhei nos olhos, ele sorriu, então eu sorri também, nos beijamos lentamente ficamos assim por um tempo até que o pai dele abriu a porta, mas nessa exata hora o Andrew tinha colocado a mão na minha bunda.
-Andrew vocês...
Eu tomei um susto e caí no chão.
O pai dele riu.
-Deu sorte de não ser minha esposa que abriu a porta.
Ele não parava de rir.
Senti meu rosto corar.
O Andrew levantou da cama e me ajudou a levantar.
-Só vim avisar que a comida está pronta.
-A gente já vai descer pai e se você puder não contar pra mamãe eu agradeceria.
-Pode deixar, mais um segredo seu que guardo.
Ele saiu e fechou a porta.
Sentei na cama e tapei o rosto.
-Você ta bem?
-Tirando o fato de que estou morrendo de vergonha.
-Meu pai não vai falar nada, fica tranquila.
-Vocês são muito amigos né?
-Sim, eu diria que ele é meu melhor amigo.
-Que fofo, é que nem o Nick comigo.
Ele beijou minha testa.
-Vamos?
Fiz sim com a cabeça.
Ele me guiou até a sala de jantar, onde estava a mãe e o pai dele sentados.
A empregada nos serviu e nós comemos meio que em silêncio, a mãe do Andrew me fuzilava com os olhos e o pai dele tentava conter o riso.
O clima estava pesado demais para falar alguma coisa.
-Amor, se já acabou vamos para o meu quarto.
Fiz sim com a cabeça e nós voltamos para o quarto dele.
-Sua mãe me odeia.
-É impossível te odiar linda.
-Sua mãe consegue.
-Ela não gosta de ninguém, não sei como meu pai conseguiu.
Sentei na cama dele, o tempo estava meio frio então ele me abraçou formando uma conchinha.
Me virei pra ele e o beijei, o beijo começou a ficar mais intenso e ele começou a tirar a camisa.
-Andrew, não.
-Aconteceu alguma coisa?
-Não, só não quero correr o risco dos seus pais entrarem e nos verem.
-A gente tranca a porta.
-Melhor não amor.
-Ta bem então, vamos dormir?
Fiz sim com a cabeça, ele me puxou para o peito dele é ficou mexendo no meu cabelo, não demorou muito para eu pegar no sono.
Acordei com meu celular tocando.
#Alô?
#Hell, já tô no Rio, ta aonde?
#Na casa do Andrew.
#Que voz é essa?
#Tava dormirndo.
#Ta, vou passar aí pra te buscar.
#Ta bom, tchau.
Olhei a hora é já eram 18:30.
-Quem era?
-Nick, ta vindo me buscar.
-Então acho que temos pouco tempo pra aproveitar.
Ele começou a me beijar e ficou em cima de mim, ficamos nos beijando um bom tempo, até ouvirmos uma buzina na frente da casa.
-Nick chegou.
Levantei da cama e arrumei meu cabelo.
Fomos para a sala.
-Mãe a Hellena tá indo.
-Tchau senhora Córdel.
-Tchau.
Quando saímos pela porta vi Nick encostado no carro.
-Nick!
Saí correndo e pulei no colo dele.
-Oi pequena.
Andrew foi no carro dele e pegou minha mala e minha mochila e levou até o carro do Nick.
-Tchau amor.
-Tchau.
Demos um selinho e eu entrei no carro.
Nick deu a partida no carro e nós fomos pra casa.
Quando chegamos ele parou o carro na frente de casa.
-Preparada?
-Não.
Baixei a cabeça, eu sabia que não ia acontecer nada com o Nick, mas comigo eu não tinha certeza do que aconteceria.
Ele segurou minha mão.
-Eu to com você pequena.
Eu o abracei e abri a porta do carro. Nós saímos e ele me abraçou para irmos pra dentro.
Quando entramos mamãe estava na sala e o papai na cozinha fazendo algo para comer.
-Mãe, pai, chegamos. - Ele falou quando abriu a porta.
-Estou na sala. - A mamãe gritou.
Nós fomos para a sala.
-Posso saber o que você estava fazendo em Porto Alegre.
-Mãe a gente foi...
-Nicholas eu não estou falando com você. -Ela disse o impedindo de falar.
-Eu fui com o Nick e meu namorado.
-Namorado? E quem disse que você pode namorar? E que porcaria é essa na sua boca? Foi pra Porto Alegre fazer merda Hellena?
-Mãe não fala assim com ela.
-Nicholas sobe.
-Não mãe, eu não vou deixar a Hell sozinha.
-Nicholas sobe agora. - Papai falou saindo da cozinha. - Sua mãe e seu irmã precisam conversar.
Ele beijou minha testa e saiu. Meu pai foi em seguida.
-Quem você pensa que é pra achar que pode viajar pra Porto Alegre e ainda levar seu irmão junto?
-E por que eu não poderia? Você não sabe metade das coisas que eu faço.
-Não preciso saber de nada pra saber que você não presta.
-VOCÊ É INCAPAZ DE ACHAR ALGUMA COISA BOA DE MIM?
-NÃO TEM COMO ACHAR NADA DE BOM DE UMA VAGABUNDA, PELO AMOR DE DEUS HELLENA OLHA PRA VOCÊ, CHEIA DE PIERCING, TEM UMA TATUAGEM, VIVE DE PRETO E AINDA DE ACHA NO DIREITO DE FAZER ESSES CORTES IDIOTAS, QUER MORRER? SE JOGA DA PONTE, NÃO VAI FAZER DIFERENÇA MESMO.
Comecei a chorar.
-EU TE ODEIO.
Ela deu um tapa na minha cara.
-OLHA COMO VOCÊ FALA COM A SUA MÃE SUA VAGABUMDA, NÃO SEI COMO ALGUÉM CONSEGUE GOSTAR DE VOCÊ.
Subi as escadas correndo e fui para o meu quarto e me tranquei lá, não conseguia conter o choro.
Ouvi batidas na porta.
-Hell, Hell sou eu, abre a porta.
-VAI EMBORA NICK.
-Hell não faz isso.
Peguei um casaco e meu skate e pulei a janela. Eu precisava sair dali, precisava relaxar, subi no meu skate e saí em direção a qualquer lugar que não fosse ali.
Quando cheguei perto da casa do Andrew resolvi dar a volta para correr o risco de ele me ver.
Começou a chover então eu coloquei o capuz, perdida em meus pensamentos só conseguia pensar nas palavras da minha mãe, eu não queria mais voltar pra casa.
Quando dei por mim estava na porta do Jack, bati na porta.
Ele abriu a porta, estava sem camisa e com o cabelo preso.
-Hellena?
Eu o abracei e comecei a chorar.
-Ei, calma, o que aconteceu?
-Não quero falar, só me abraça. - Falei em meio ao choro.
-Claro, entra.
Ele segurou minha mão e me levou até o quarto dele.
Sentei na cama ao lado dele é comecei a chorar com a cabeça no ombro dele.
-Hellena você está encharcada, quer tomar um banho?
-Não trouxe roupa.
-Tem umas roupas suas aqui.
Ele foi na gaveta e pegou uma lingerie minha, um short e uma blusa de manga preta.
-Como você tem isso aqui?
-Você esqueceu na última vez que dormiu aqui.
Ele me deu a roupa.
-Obrigada Jack.
Ele me abraçou.
-Vai lá tomar banho, eu vou avisar pra minha mãe que você vai durmir aqui.
Fiz sim com a cabeça e fui para o banheiro. Tomei um banho não muito longo, quando terminei vesti a roupa e penteei o cabelo.
Saí do banheiro e olhei pro Jack.
-Você está linda.
Sentei do lado dele na cama e ele ligou a TV e colocou "Gente Grande" na Netflix.
-Fica aqui que eu já volto.
Fiz sim com a cabeça e ele saiu do quarto.
Deitei na cama e fiquei olhando o quarto, eu já havia passado várias noites ali jogando videogame, bebendo, dançando, vendo filme, etc.
Ele voltou com um monte de coisas pra gente comer em um saco e 4 latas de coca cola.
-Quanta coisa.
Ele riu e sentou na cama, eu deitei no colo dele é nós começamos a comer Doritos e a ver o filme, mais ou menos na metade do filme eu peguei no sono.

Incompatíveis Onde histórias criam vida. Descubra agora