Incompatíveis

Problemas

-Hellena, Hellena desculpa, abre a porta.
Eu ouvia as batidas na porta.
Me sentei no chão, apoiei a cabeça nas mãos e comecei a chorar, não acreditava que havia ficado exposta dessa forma, eu mal o conhecia.
-Hellena, por favor...
Mais batidas, ele rodava a maçaneta na esperança de abri-la.
-Hellena, deixa eu te ajudar.
Eu não sabia o que fazer, eu poderia sair e conversar com ele, ou poderia mandar ele ir em bora e depois que ele fosse eu sairia, mas de qualquer forma teria que encontra-lo amanhã na escola.
-Vai embora Andrew.
Ele parou de bater na porta.
-Hellena, eu não vou embora, deixa eu te ajudar.
Meu irmão não estava em casa para me ajudar, agora eu estava sozinha, teria que me virar.
Enquanto eu pensava no que fazer percebi que Andrew havia parado de bater na porta.
Não demorou muito para eu ouvir a porta da sala bater.
-Ela se trancou no banheiro.
-O que você fez?
Ouvi algo bater com força na parede.
Era a voz do Nick.
-Eu não fiz nada, só perguntei dos cortes que ela tem nos pulsos e nas pernas.
Outra batida forte na parede desse vez enquanto o Nick falava.
-E você acha que tem o direito de perguntar sobre isso a ela? Você nem a conhece.
Levantei do chão e corri em direção a porta. Me senti tonta devido a ter levantado muito rápido, destranquei a porta e gritei.
-Nick.
Ele correu em minha direção. Tudo estava rodando e ficando escuro, eu estava tonta demais para dar mais um paço, derrepente tudo apagou.
-Hell, pequena acorda.
Quando acordei estava deitada no sofá com a cabeça no colo do Andrew e o Nick colocando algodão com álcool no meu nariz.
-Nick.
-O que aconteceu Hell?
Abracei ele com toda a força que eu tinha naquele momento.
-Eu acho melhor eu ir em bora.
Andrew falou enquanto eu e Nick estavamos abraçados.
Soltei o meu irmão.
-Pode ficar se quiser, o que é isso roxo no seu rosto?
Ele olhou para o meu irmão.
-Um pequeno presente do seu irmão.
-Nick, você fez isso?
Meu irmão se levantou.
-Você havia se trancado no banheiro por culpa desse idiota, eu saí correndo com o carro até aqui, ele bem que mereceu.
Revirei os olhos.
-Nick você não pode sair batendo nas pessoas.
-Nas que me irritam eu posso.
Me levantei e falei.
-Andrew vem comigo, vamos colocar gelo no seu rosto.
Fui com o Andrew até a cozinha.
Andrew ficou encostado na bancada e eu fui pegar uma bolsa de gelo na geladeira.
Parei na frente dele e coloquei a bolsa de gelo em seu rosto.
-Ai.
-Relaxa, vai parar de doer daqui a pouco.
-Seu irmão te ama muito sabia.
Eu ri meio sem graça pelo que meu irmão havia feito.
-Desculpa por tudo isso.
-Não precisa se desculpar, ele só estava tentando te proteger.
-Mesmo assim desculpa.
Ele riu, tinha um sorriso tão lindo.
-Nunca conversei com ninguém sobre os cortes, só um o Nick, por isso eu não sabia o que fazer e me tranquei no banheiro.
-Entendo, mas não precisava se trancar, era só falar que não queria falar sobre isso.
-Não pensei nisso na hora.
Nós dois rimos e eu tirei o a bolsa de gelo do rosto dele e a coloquei na bancada.
-Está bem melhor agora, o inchaço diminuiu.
-Obrigado.
-Seus pais vão reclamar?
-Vou falar pra eles que freiei muito rápido pra não atropelar um cachorro.
-Garoto esperto.
Ele riu.
Ele começou a se inclinar em minha direção e eu fiz o mesmo. Deixei escapar um sorriso, fechei os olhos e quando nossos lábios se tocaram.
-Hell eu estava pensando.
Nos separamos rápido e eu fui colocar a bolsa de gelo na geladeira.
Andrew bufou.
-Eu posso sim bater em quem eu quiser, eu não devo pois é contra as leis do nosso país, mas eu posso sim.
Eu ri com a grande capacidade do meu irmão de filosofar.
-Jura que você acha isso?
-Não.
Nós rimos.
-Eu vou subir, quando eu descer não quero ver esse cara aqui.
-Deixa de ser chato Nick.
-To falando sério.
-Aff.
Nicholas subiu e Andrew falou.
-É melhor eu ir mesmo, vai dar 19:00.
-Ja passou esse tempo todo?
-Você ficou cerca de 2 horas trancada no banheiro.
-Não percebi isso, eu te levo até a porta.
Fomos andando em silêncio em direção a porta.
-Até amanhã Hellena.
-Até amanhã.
Ele saiu e foi em direção ao seu carro, no meio do caminho parou e voltou.
-O que foi?
-Você fica linda com o cabelo preso.
Sorri e corei.
Ele me deu um beijo no rosto e foi embora.
Fechei a porta.
-Precisamos conversar mocinha.
Revirei os olhos e fui com o meu irmão em direção ao sofá.