Capítulo I: O livro de minha mãe

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Convento Santa Clara, 
-- Esta na hora de acordar, Ariel! - Diz Annie, minha amiga de infância. -- Sabe que elas não gostam quando nos atrasamos!
-- Sei sim, Annie! - Falei, ainda na tentativa de abrir os olhos.
A porta do quarto então se abriu, a madre superiora entrou, já gritando.
-- Você ainda estão deitadas? - Seu grito ecoou pelo quarto, acordando as meninas. -- O sino já tocou a três minutor, estão achando o que? Que aqui é um acampamento de férias?
Mais do que depressa todas as garotas saltaram das camas. A madre deu a ordem para ajeitarem as camas e se retirou do quarto. Assim que deu a ordem, todas as meninas começaram a cumprir.
Todos os dias ganhávamos uma folha com certas tarefas, eu sempre tentava acabar o mais cedo possível, e algumas tardes eu tirava livre, as vezes lia na biblioteca, mas hoje decidi sentar-me no jardim principal, para ler o livro que minha mãe deixou junto a mim, quando me abandonou. O dia estava maravilhoso, um vento doce corria pelo vasto jardim, o sol brilhava sem medo e eu ouvia o cantarolar dos pássaros. O livro era sobre um amor proibido entre um mortal e um ser infernal, um amor que gerou uma vida, mais que foi forçado a acabar, eu encontrei esse livro na sala da madre superiora, bem escondido, quando o abri vi "De: Rosselly Para:" sei que era o meu nome rabiscado e sei também que aquele era o nome da minha mãe, sinto que é ela. Nunca tive coragem de perguntar para as freiras se sabiam algo sobre ela.

 De repente tudo escureceu, o sol se apagou, o vento parou e os pássaros se calaram, eu congelei sentada naquele banco, avistem algo que surgiu das sombras se aproximar de mim.
-- Ariel? - Falou a sobra que agora se mostra-rá mulher. -- Como estas grande!
Eu não consegui me mover, se que falar. A mulher era bem palida, os cabelos lindo e longos, olhos azuis.
-- Não tenha medo, não lhe farei mal algum, vim lhe proteger. - Falou se aproximando ainda mais. -- Sou sua guardiã, você tem que sair deste lugar agora, o seu pai lhe achou e logo vira te busca, trara com ele o caus e a destruição, fuja Ariel!
Eu voltei a mim, estava deitada na cama.
-- Você esta bem? - Perguntou Annie.
-- Acho que sim! - Respondi me erguendo, senti uma fisgada em minha cabeça, uma dor forte. -- Minha cabeça dói!
-- A madre lhe encontrou desacordada no jardim, fiquei preocupada!
Então ecoou por todo o Convento, um grito agonizante de medo, eu pulei da cama e corri apoiada em Annie, quando entramos no saguão principal nos deparamos com Judith a irmã mais velha do convento, morta, seus olhos arregalados de medo. Uma sena assustadora, nunca mais vou tirar aquilo de minha mente. Um homem assustador adentro a porta, seu olhar era negro, seus passos me arrepiara, senti tanto medo, então decidi correr, virei-me em direção ao corredor dos quarto, mais quando fui correr ele gritou:
-- ARIEL... - Sua voz era ainda mais aterrorizando do que ele próprio. -- Não fuja da mim.
Eu percorri meus olhos em sua direção mais recuei, quando olhei novamente para o meu destino, avistei seu rosto grudado ao meu.
-- Ora, ora doce Ariel! - Falou acariciando o meu rosto. -- Seu pai não vai ficar nada feliz ao saber que você fugiu do seu "irmão"!
-- Ah? - Exitei. --Do que você esta falando?
-- Que blasfêmia, a filha do inferno em um Convento?
-- Do que você esta falando? - Eu não entendia mais nada.
De repente, novamente tudo escureceu, e aquela mulher reapareceu na minha frete, atirou o homem assustador para longe, ela se virou para mim.
-- Ariel você tem que fugir, esse homem veio lhe buscar, fuja!
-- Para onde? - Falei assustada. -- Eu, nunca sai daqui!
Ele estava segurando o livro de minha mãe, estendeu-o para mim.
-- Este livro vai lhe ajudar, agora fuja, para o mais longe possível! - Falou me empurrando. Pude ver quando aquele homem atacou-a, como um monstro.
A noite estava chegando e eu já não aguentava mais correr, foi então que passou por mim um carro, parou ao meu lado.
-- Olá moça, esta perdida? - Falou uma doce mulher e presumo que seja seu filho ao banco de trás.
-- Por favor, preciso de carona! - Falei assusta.
-- Tudo bem, entra ai! - Ela disse abrindo a porta do carro. -- Tem uma cidade aqui perto, estamos indo para lá.

Alguns minutos na estrada, eu não sabia mais o que era real, estava com medo--se aquele monstro me achar.
-- Então, o que uma freira faz a essas horas na rua? - Perguntou a mulher tentando não ser mal educada.
-- E-eu fugi... - Menti, sei que não é certo, mais ela não iria acreditar em monstros. -- Bem, eu estou procurando minha mãe!
Ela não desgrudava os olhos da estrada, o menino que aparentava ter uns 7 anos, estava dormindo profundamente, parecia bastante cansado.
-- Procurando? - Ela me perguntou. -- Seus pais não vão ao convento?
Senti vontade de chorar, meus olhos se preenchera, e foi muito difícil conter a dor.
-- Na verdade eu fui abandonada, no convento... - Veio a minha cabeça como poderia ter sido minha vida, fora daquela prisão crista.
-- Eu lhe entendo, - seu olhar se fechou, senti sua tristeza. -- Ele também foi.
Aquele pequeno e ingenuo garoto, foi abandonado, assim como eu, senti uma dor por ele. Enfim criei coragem e decidi folear meu velho amigo, livro. Eu procurava, mais não via nada de diferente, depois de muitas tentativas fali-as, desisti.
-- Bem esta muito tarde e avistei em uma placa um hotel aqui perto, o que você acha? - Ela me perguntou vidrada na estrada. -- Não precisa ter medo, ao amanhecer a gente volta a estrada, ok?
Eu não tinha muitas escolhas e sentia bondade na jovem moça e seu menino abandonado.
-- Ótima ideia, estou exausta. - Falei encarando o livro, cuje ainda tentava decifrar.
Depois de alguns segundos, chegamos no Hotel. Nos instalamos no quarto 202, eu já estava cansada daquele livro, o atirei em cima da cama e me deitei, apaguei imediatamente. Acordei no meio da noite apos um pesadelo terrível, decidi pegar o livro, quando vi uma folha tentando escapar, estava colada entre duas paginas, era uma carta.
"Para minha doce Ariel!
Querida quando estiver lendo essa carta, temo que o pior esteja próximo, tome cuidado.
Não queria que você sofresse, me perdoe, sei o quanto deve estar sendo difícil e como foi crescer sem uma família. O motivo pelo qual passou tanto tempo trancada no convento é simples.
Essa era a unica maneira de lhe proteger do mal, que um dia viria a lhe encontrar, presumo que isso esteja acontecendo, e sei que não estou mais aqui, então procure por John W.
Não pense mal de seu pai, ele te ama assim como eu"
-- Você esta bem? - Falou a moça.
-- Estou sim. - falei ainda tremula. -- Eu acabei de descobrir um nome pelo qual procurar.
Ela sentou-se na cama, me olhou e respondeu sorrindo.
-- Você quer alguma ajuda?
Eu neguei com a cabeça.
-- Não se preocupe, darei um jeito.
-- E como se chama sua mãe? - Falou percebendo que me magoou. -- Me desculpe, não quis ser grosseira.
-- Tudo bem! - respirei fundo. -- Presumo que seja Roselly, mas preciso achar um tal de John W., primeiro.
Ela parou e ficou me observando, soltou um curto sorriso.

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